Em Viana: GERENTE DE FÁBRICA DE GELO MORTO A FACADAS DEPOIS DE DESPEDIR DOIS FUNCIONÁRIOS

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Luís Carlos, 31 anos de idade, morreu no local de serviço, depois de ter sofrido vários golpes de faca na região torácica, a 29 de Julho último. O crime aconteceu de madrugada, num momento em que o mesmo, tido por gerente da fábrica de gelo, em Viana, encontrava-se a descansar no quarto reservado para si. Entretanto, a sua morte está ainda por se esclarecer, apesar de já haver dois suspeitos sob custódia, estando a maioria à monte.

Por: Costa Kilunda

Sabe-se apenas que o crime aconteceu num momento em que Luís Tutala Batispta Carlos, de 31 anos de idade, gerente da referida fábrica, localizada na zona do KM 14 A, na Estalagem, em Viana, demitiu, na véspera, dois funcionários. Entretanto, algumas pessoas levantam a hipótese deste assassinato ter por motivação as demissões, mais a mais porque acreditam que o seu autor seja alguém que conhece bem a instituição.

À data, segundo foi contado ao ‘O Crime’ por algumas testemunhas; por volta das duas horas da madrugada, cerca de sete indivíduos entraram na fábrica de gelo e seguiram até ao quarto onde a vítima dormia. Seguidamente, os mesmos indivíduos, até ao momento não identificados, agrediram o gerente, tendo-o desferido vários golpes de faca em várias zonas do corpo, maioritariamente na região torácica, pelo que a vítima teve morte imediata.

Contaram testemunhas: “A missão dos suspeitos era de matar Luís Carlos”, já que estes não levaram absolutamente nada da empresa, inclusive, alegam, havia uma sala bem ao lado do quarto do malogrado cheia de televisor plasma, mas nada foi tocado, o que sustenta a sua teoria. Para além do gerente, os suspeitos agrediram, também, o agente de segurança, que ficou com ligeiro ferimento de faca numa das pernas, o auxiliar de limpeza, que foi amarrado com o próprio cinto.

“O nosso espanto é: Se a intenção era levar o rolo de fios de cobre, a carrinha e os televisores, deveriam actuar, em primeiro lugar, o segurança da empresa, porque ele é quem guarnece o local”, afirmou Deolinda Francisco Baptista, a mãe da vítima, para quem, o que se deu naquela noite foi uma demonstração clara de que alegados assaltantes foram destinados a assassinar filho.

Sem mais nada para esperar, aquela mãe pede apenas que a justiça seja feita e que os assassinos do filho sejam capturados e levados às barras do tribunal.

Apesar de todos os esforços dos familiares do malogrado, no sentido de receberem uma explicação da parte das testemunhas oculares do incidente, no caso o segurança e o trabalhador de limpeza, estes também sumiram, sem que se lhes conheça agora o rasto, pelo que, para eles, nada é mais adequado do que apontar o dedo àqueles também.

“Não nos querem dar acesso ao segurança e ao rapaz de limpeza, que, no nosso entender, são as pessoas que deveriam sofrer primeiro as consequências desta acção, porque eles dormem no quintal e o meu filho na residência da empresa”, reclamou, para depois suplicar à Polícia Nacional uma profunda investigação para se descobrir o que, na verdade, aconteceu naquela noite.

“Despedimento de dois funcionários pode ser o mote do crime”

Soube a nossa equipa de reportagem que “o falecido teria despedido dois trabalhadores, depois de receber ordens específicas do dono da empresa”. Na ocasião, desconformados com o acto, “os visados teriam reagido com ameaças”: “Vais ver o que te vai acontecer”. Soube, também, o ‘O Crime’, que um dos visados era, afinal, irmão do dono da empresa.

“Tudo que sabemos até agora sobre este assassinato é que quem pode explicar o que aconteceu é o dono da empresa”, a mãe de Luís Carlos, acrescentando que, quando chegaram ao local, por volta das 5 horas, já o corpo do filho havia sido levado à morgue.

Os familiares acreditam, piamente, que um dos elementos demitidos pode ser o presumível autor do crime. “Ele era um rapaz muito tranquilo, simpático e não tinha problemas com quem quer que seja. Nunca se envolveu em coisas estranhas”, atestou Diolinda Baptista, denunciando que o irmão do dono da empresa sumiu para não ser interrogado.

Outra inquietação da família enlutada é o facto de terem realizado uma autópsia no cadáver sem a autorização dos familiares, e como se não bastasse, um alegado médico não certificado deixou de assinar a certidão de óbito.

“Não é autópsia, o cadáver estava em estado de putrefacção e nauseabundo. Por isso, mandei abrir a barriga para fazerem limpeza”, justificou Adjane dos Santos, o antigo patrão do malogrado.

Já para os familiares, esta explicação não colhe, por entenderem que, em momento algum, em menos de 24 horas, o cadáver poderia estar nas referidas condições. Outrossim, alega a família, Adjane dos Santos está a mentir para se furtar das suas responsabilidades, na qualidade de dono do estabelecimento. Ele, afirmam, para escapar do seu dever patronal, diz que a empresa não é sua e o malogrado não era o gerente da mesma.

“Eu desminto isso. Ele está com muitos subterfúgios, por isso exijo que o apertem, porque ele sabe como o meu filho foi morto”, apelou a mãe.

De referir que já estão a contas com a Polícia dois elementos que, supostamente, participaram da acção, sendo que entre os detidos está um dos indivíduos demitidos pelo malogrado, estando já o processo n. º 14644/20 em instrução, junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) adstrito à Divisão Municipal de Viana.

“Ele já não trabalhava aqui e nunca foi gerente”

Contactado por via telefone, num discurso controverso, Adjane dos Santos, o então patrão do falecido, começou por dizer que “aquele era seu irmão, mas no momento em que se deu a acção, ele já não trabalhava para si”. Explicou, ainda, que a vítima só continuou aí porque havia aparecido alguém interessado no negócio e Luís Carlos estava lá para prestar auxílio, por ser a pessoa que dominava as máquinas da empresa.

Disse que, em momento algum, ele trabalhou como gerente daquela fábrica. “Não podemos estar a falar de coisas que não sabemos. Ele era um simples trabalhador e não tinha competências para despedir quem quer que fosse. E, para falarmos sobre este despedimento, devemos recuar até finais de Dezembro passado e não agora”.

Quanto à suposta autopsia realizada, disse não corresponder à verdade. “O que se fez foi um procedimento aconselhado pelos médicos, no sentido de preservar o corpo até ao dia do funeral. Não se fez autópsia, apenas tratamos do corpo”, esclareceu.

Concluiu dizendo que “a família materna do malogrado deveria contwactar as pessoas certas para saberem da verdade, pois, por ser um golpe de faca, criou-se uma hemorragia interna e, por isso, os médicos aconselharam dar um tratamento no corpo para não exalar mau odor.

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