Baixa de Cassange em Luanda: DOIS SUPOSTOS MARGINAIS ESPANCADOS ATÉ À MORTE

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Francisco José Chevala Jamba, de 20 anos, e Silva Peteca, de 28, foram brutalmente espancados, com facas e catanas, por populares depois de supostamente terem assaltado uma residência no bairro Baixa de Cassange, município de Viana, em Luanda.

Engrácia Francisco

Ofacto ocorreu por volta da uma hora da manhã, do passado dia 10 do mês em curso, no intrigado bairro Baixa de Cassange. Ali, em plena madrugada, dona Marta Ernesto Chevala, mãe de uma das vítimas, foi surpreendida por um grupo de indivíduos, munidos de armas brancas, a perguntarem pelo seu filho mais novo, que na ocasião não se encontrava em casa.
Atormentada pela multidão de revoltados e sem saber o que se estava a passar, rogava, tal como fez saber à repórter deste jornal, que o filho não aparecesse em casa naquele dia para que não acontecesse o pior. Mas, entretanto, para a sua infelicidade, o filho, também tratado por “Mestre Terra”, apareceu na mesma madrugada.
Na ocasião, aquando da chegada do aludido marginal, já os revoltosos haviam abandonado a residência, uma vez que o suspeito não se encontrava. Todavia, ao aperceberem-se da presença do mesmo, volvidos cerca de cinco minutos, segundo a senhora, o grupo de indivíduos voltou a bater a sua porta exigindo que o jovem saísse.
“O mesmo grupo, composto por homens adultos e alguns mais novos, encontraram o jovem e o levaram consigo”, conta Marta Chevala, não o tendo levado a uma unidade policial, conforme a haviam prometido. O jovem foi brutalmente espancado até perder a vida.
“Presumo que o meu filho terá feito algo de errado, aliás ele já foi preso algumas vezes, mas esperava que ao menos o levassem à esquadra e posteriormente detido, e não o assassinarem barbaramente conforme aconteceu”, lamentou Marta Chevala.

Cúmplice no assalto assassinado dias depois

Alguns dias depois da morte do jovem Chevala, por espancamento, quem também teve o mesmo tratamento é Silva Peteca, um alegado vendedor de frescos no mercado dos Congoleses, de 28 anos de idades, acusado de participar no assalto a uma residência, juntamente com o comparsa, “Mestre Terra” e um outro cidadão, agora em parte incerta, no mesmo bairro.
Segundo fez saber o seu irmão mais velho, Martinho Bernardo, por volta da uma hora de madrugada, foram igualmente surpreendidos por um grupo de indivíduos que invadiu a sua residência, arrancando a vítima do quarto em que dormia, e ali começando a espancá-lo com catanas.
“Deram-lhe com catana na cabeça por duas vezes”, afirmou Martinho Bernardo, para depois dizer que correu em busca de ajuda no destacamento policial mais próximo, mas não teve sucesso porque, disse, os agentes encontrados no local disseram-lhe que não podiam fazer nada porque estava fora de hora, e que também não tinham viatura.
Sem o apoio das autoridades, Martinho, com ajuda da esposa e um vizinho, levaram a vítima até um posto médico nas proximidades, mas também não foram bem-sucedidos porque não dispunham de dinheiro para cobrir o tratamento médico.
Por outro lado, disse, de regresso à casa, pediu que o irmão, a vítima, ficasse em casa de um amigo, pois os seus algozes haviam prometido voltar para terminar o serviço, e assim aconteceu.
“Minutos depois os mesmos jovens voltaram e terminaram o serviço, já na casa do meu amigo”, explicou Martinho Bernardo.
O duplo homicídio ocorreu em consequência de um assalto, do qual os jovens Francisco José Chevala Jamba, ou simplesmente “Mestre Terra”, Silva Peteca e Paizinho, supostamente participaram. Entretanto, Porém, Paizinho é o único sobrevivente, até ao momento, do alegado assalto a uma residência.
O acontecimento já é do conhecimento das autoridades e os participantes nas mortes estão agora em fuga.

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