Tido como desaparecido: Jovem aparece morto

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“Fally”, como era tratado o moto-taxista pelos mais chegados, foi dado como desaparecido no passado dia 24 de Abril, e três dias depois o corpo do jovem de 23 anos foi encontrado no bairro da Sapu2, arredores do Kilamba Kiaxi, em Luanda, crivado de bala na cabeça.

Maiomona Paxe

Os autores deste acto bárbaro são ainda desconhecidos, mas, de acordo com as autoridades, um dos suspeitos é um habitual cliente do malogrado, conhecido apenas como “Pai-Loy”, residente algures no bairro Palanca, e agora à monte, que no dia do desaparecimento do moto-taxista o mesmo teria solicitado os serviços da vítima.
Cogita-se, ainda, que Pedro Alberto Kimbumbu ‘Fally’ teria sido morto em lugar diferente daquele em que foi encontrado já sem vida. Aliás, segundo as autoridades, concorrem para esta teoria o facto de ter sido encontrado no local muitos vestígios de sangue e, não menos importante, o facto de nenhum morador da zona ter testemunhado o crime.
Segundo apurou o jornal O Crime, o corpo do jovem foi encontrado num terreno em construção, na zona das Casas Azuis, bairro Sapu 2, no passado dia 27 de Abril, com sinais de um disparo na cabeça e outro na mão direita, três dias depois de ser dado como desaparecido.
O Serviço de Investigação Criminal (SIC-Geral), que já trabalha no caso, não descarta a possibilidade de o assassinato de “Fally” ter sido resultante de um roubo concorrido com homicídio.
De acordo com a mãe do jovem, Maria Alberto, o infeliz foi visto pela última vez, ainda com vida, por volta das 11 horas de sábado, 24 de Abril, na paragem do Kimbangu, numa altura em que despedira os colegas de profissão que ia à busca de um cliente no bairro Palanca e que, depois, rumaria, com o mesmo, até às imediações da centralidade do Kilamba.
Na ocasião, conta a mãe, o jovem levantou cedo e foi trabalhar, como sempre fez, mas desta vez não mais regressou. “Ficamos preocupados porque ele nunca fez isso e, sempre que tivesse de chegar tarde em casa, avisaria”, explicou. Seguidamente, acrescenta, volvidas 24 horas sem notícias do filho, a família, sem saber o que se passava de facto, começou a procura incansável pelo jovem.
Segundo relatos da mãe, a procura começou em casa de amigos e chegou até às paragens onde aquele frequentava. Foi numa das paragens onde souberam a localização da casa daquele que, supostamente, teria sido o último cliente que solicitou os serviços da vítima, pelo que rumaram às imediações da centralidade do Kilamba.
Maria Alberto explicou que esta informação lhes soou com alívio, já que estavam longe de imaginar que o filho fora assassinado. Todavia, elucida, postos à casa do pretenso último cliente, o que era para ser o alívio transformou-se em autêntico calvário: “Lá recebemos a informação de que aquele, também, andava desaparecido”.
As preocupações aumentaram e as buscas foram alargadas aos hospitais e esquadras policiais, tendo sido na esquadra do Calemba 2 que foram informados da remoção de um cadáver na zona das Casas Azuis e transportado para a Morgue Central de Luanda. “E era de facto ele”, afirmou Afonso Kimbumbu, pai da vítima, que, para o seu desalento, acrescenta que não havia, dentre os cadáveres removidos naquele dia, um que batia com as características do suspeito.
“O meu filho não era bandido, sempre gostou de trabalhar, o facto de ele aparecer morto com um tiro na cabeça deixou-me indignado. Não sei se é o jovem com quem saiu naquele dia, ou se foram marginais”, disse, para depois clamar por justiça.
O suspeito com quem o jovem teria saído naquele sábado, 24 de Abril, apenas conhecido por “Pai-Loy”, de aproximadamente 32 anos, electricista de profissão, encontra-se desaparecido até ao momento e informações adicionais dão conta que o seu número telefónico ainda chama, mas ninguém atende, consequentemente, os familiares deste temem que, também esteja morto ou que esteja envolvido no assassinato do jovem Pedro Alberto Kimbumbu, ‘Fally’.
Para algumas fontes, que preferiram não ser identificadas, “Pai-Loy” é o principal suspeito, pois, o mesmo já efectuava algumas acções criminosas e requisitava os serviços da vítima como transporte oficial dos seus actos, sem que o mesmo soubesse.
Outrossim, aventam-se duas possibilidades: a primeira tem que ver com uma possível acção de “Pai-Loy”, que não saiu como planeado e terá abandonado o jovem inocente à sua sorte; na outra presume-se a possibilidade de o suspeito ter arquitectado tudo para roubar a motorizada da vítima.
Contactado para mais esclarecimentos sobre o caso, Manuel Halaiwa, porta-voz do SIC-Geral, de antemão, afirma que as investigações estão em andamento e esforços não estão a ser medidos para encontrar os presumíveis autores deste crime, cuja prioridade é localizar o suspeito que, até ao momento, não se sabe se está vivo ou morto.
Mais um crime, mais uma vida de um jovem trabalhador foi tirada. Pedro Alberto Kimbumbu, “Fally”, como era carinhosamente tratado, de 23 anos de idade, que fazia o serviço de mototáxi habitualmente nas paragens do Kimbangu, Titanic e Calemba 2, em Luanda, almejava ser um cantor de sucesso e conhecido a nível nacional, mas viu seu sonho interrompido por desconhecidos que o mataram, supostamente, para roubarem a sua motorizada. “Fally” deixou mulher e dois filhos, pelo que seus familiares e amigos pedem justiça.

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