JOVEM SUPOSTAMENTE DETIDO POR AGENTES DO SIC: Encontrado esquartejado e carbonizado horas depois

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As motivações e os executores deste hediondo crime são, até ao momento, desconhecidas, certo é que nas contas bancárias da vítima foram subtraídos mais de AKZ 12 milhões de kwanzas. Egnésio Filipe da Silva, de 30 anos, tinha, alegadamente, sido detido pelo SIC antes de aparecer esquartejado e carbonizado. 

Costa Kilunda

“Não sei se a razão do seu assassinato fora, simplesmente, o dinheiro, mas se assim fosse, que o deixassem em algum lugar, com vida”, começou por dizer Adália Vikeya Severino, a viúva, lembrando que, ao invés disso, os meliantes, não só se apoderaram dos bens pessoais do marido, assim como assassinaram barbaramente o jovem.

Apesar de o malogrado possuir muitos amigos na corporação, incluindo no Serviço de Investigação Criminal (SIC), ainda assim, até por altura desta entrevista, nada se sabia sobre o móbil do crime e dos seus actores. 

Questionada se confirmava as informações que davam conta de uma eventual detenção do esposo por parte do SIC, esta respondeu negativamente, lembrando que Egnésio nunca esteve netas condições. “Ninguém nos bateu à porta para dar a conhecer este facto, e o meu marido nunca manifestou que sofria perseguição ou alguma ameaça”, esclareceu. 

Questionada se confirmava as informações que davam conta de uma eventual detenção do esposo por parte do SIC, esta respondeu negativamente, lembrando que Egnésio nunca esteve netas condições. “Ninguém nos bateu à porta para dar a conhecer este facto, e o meu marido nunca manifestou que sofria perseguição ou alguma ameaça”, esclareceu. 

Apesar de ser, ainda também, um mistério para ela, a história por detrás do assassinato do esposo, acredita que há outras razões que motivaram a prática deste bárbaro crime. “Se fosse simplesmente pelo dinheiro, teriam apenas colocado uma bala na cabeça dele e o deixado em algum lugar qualquer , até porque já tinham os códigos dos seus cartões multicaixas, mas tendo em conta o modo como o assassinaram, não restam dúvidas de que havia outras razões para além do dinheiro”, reforçou.

A família não sabe ao certo o dia da morte do jovem, mas confirmam que os AKZ 12.000.000.00 (os doze milhões de kwanzas) terão sido subtraídos de duas contas bancárias, sendo uma do malogrado e outra da sua esposa, entre os dias 15 e 18 do mês de Maio último, que, posteriormente, foram transferidos para outras contas. 

Quanto à viatura de marca Hyundai, modelo grande i10, de cor azul, cuja chapa é LD-16-62-HE, em que o malogrado se fazia transportar no dia em que se deu o seu desaparecimento, ainda se desconhece o seu paradeiro. No entanto, diz a família que circulam informações dando conta que Egnésio da Silva terá sido carbonizado no interior da mesma. 

A história por detrás do crime

Segundo relatos da família, Egnésio da Silva saiu de casa por volta das 18 horas de sábado, dia 15 de Maio, alegando que iria ao encontro do ‘Boss’. Em seguida, partiu ao encontro deste e não mais regressou, tendo sido encontrado três dias depois, isto é, na terça-feira, 18, esquartejado e carbonizado algures em Catete, no município de Icolo, em Luanda.

“Ele estava à espera do telefonema de um tal de ‘Boss’. Por fim, já por volta das 18 horas, e com a confirmação dele, despediu-se de mim, alegando que ia ao Panguila, mas que não demoraria”, contou, Adélia, acrescentando que por volta da meia-noite, ao ligar para o esposo e saber do paradeiro daquele, “notou uma frieza incomum na sua voz, como quem estivesse a dizer adeus”, acreditando que naquele instante o esposo já havia sido rendido pelos seus algozes. 

“Pareceu-me um lugar muito silencioso, dentro da viatura ou outro lugar fechado, porque se estivesse a conviver com os amigos, facilmente, eu teria percebido”, disse, enquanto exibia ao repórter a última mensagem de texto enviada pelo esposo, dizendo, citamos: “não gostaria de dormir distante da minha mulher e filho”.

Outrossim, fez saber Adélia Severino, o ‘Boss’ de quem o finado esposo vinha falando não é exactamente o seu patrão, mas sim um amigo, apenas identificado, por Manuel, de quem a vítima apelidara por ‘Boss’, ou patrão na língua inglesa. Aliás, referiu que foi com este ‘Boss’ com quem o malogrado esteve na noite em que se deu o desaparecimento, nos arredores da Cidadela Desportiva, no distrito urbano do Rangel.

Ademais, foi deste amigo, o ‘Boss’, que a família ficou a saber que o malogrado havia acompanhado uma amiga que ambos tinham em comum para casa, mas que se reservou ao silêncio, quando questionado como sabia que o então compadre deixara a suposta amiga por volta das duas horas da manhã. Um silêncio, no entanto, que perdura até à data da presente entrevista, pois segundo a esposa do malogrado, aquele decidiu que só “abriria a boca para dizer o que sabe caso a Polícia o contactasse”. E mais, referiu que a moça que o amigo acrescentara que nada mais dizia, já que a senhora o havia citado quando concedeu entrevista a uma rádio sobre este assunto. 

Adélia Severino, que clama, agora, por justiça, salienta que seja qual for o crime que o esposo tenha, eventualmente, cometido, que fosse detido e responsabilizado, à semelhança de muitos que tiveram envolvimentos em crimes diversos, até àqueles que lesaram a pátria. “E não assassiná-lo tal como o fizeram”, defendeu.

Pelo lado das autoridades, Manuel Halaiwa, director GCII do SIC-Geral disse que estão por determinar as motivações em que foi assassinado um dos seus agentes, em Viana, que terá participado na detenção de Egnésio Filipe da Silva. Só depois de se concluir as investigações sobre este caso poder-se-á determinar ou não o envolvimento do agente na detenção e morte do jovem. “Os cadáveres, bem como as amostras recolhidas no local foram submetidos à perícia para ajudar na descoberta dos verdadeiros autores destes crimes”, garantiu Halaiwa, lembrando que tudo está a ser feito para se esclarecerem estes crimes e os seus autores serem exemplarmente responsabilizado.

Referir que Egnésio Filipe da Silva, licenciado em Gestão e Marketing de Empresas, trabalhou em diversas empresas, tendo passado pela Kerby, empresa norte-americana e, posteriormente no Gabinete de Comunicação e Imprensa da Assembleia Nacional (NA). Egnésio Filipe da Silva decidiu trabalhar por conta própria, comprando e vendendo viaturas usadas.

Identificados mas à solta

AGENTES DO SIC ENVOLVIDOS NO ASSASSINATO DO COLEGA E DE UM CIDADÃO CIVIL

Os autores do crime que vitimou um agente do SIC já terão sido identificados, segundo uma fonte do próprio Serviço de Investigação Criminal ligado ao processo. De acordo com o mesmo, o assassinato de Sílvio da Silva estará ligado com a morte do cidadão Egnésio da Silva, esquartejado e carbonizado em Catete no passado dia 18/5.

 

Engrácia Francisco

Uma fonte do Serviço de Investigação criminal (SIC) segredou ao jornal O crime que os assassinos de Sílvio Rocha da Silva são, alegadamente, colegas seus, e as razões da execução do jovem têm que ver, supostamente, com um desentendimento envolvendo dinheiro.

O cadáver do agente do especialista do SIC, em Luanda, foi encontrado nas primeiras horas do passado dia 20 do mês Maio, na rua das “Cinquentinhas”, no bairro Belo Horizonte, em Viana, crivado de uma bala de arma de fogo na cabeça, presumindo-se que tenha sido morto em outro lugar e depois jogado ali. 

A mesma fonte fez saber ainda que a morte do agente está directamente relacionada ao bárbaro assassinato do jovem Egnésio Filipe da Silva, de 30 anos, encontrado esquartejado e carbonizado no passado dia 18 de Maio, em Catete, município de Icolo e Bengo, em Luanda, após os agentes em causa retirarem da sua conta e da esposa elevadas somas em dinheiro. 

A morte do agente, revelou a fonte, deu-se na sequência do assassinato do jovem Egnésio, que se fazia passar por empresário, mas que, na verdade, participava em actos ilícitos em estreita colaboração de um grupo de agentes afectos ao SIC.

O Jornal O Crime contactou o senhor Xico Silva, pai do aludido agente do SIC, procurando saber se o mesmo estaria a par de tais informações, mas este não confirmou e nem desmentiu as suspeitas que recaem sobre o filho, tendo, no entanto, garantido que tudo está a ser feito para se esclarecer o caso. 

Contudo, o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC-Geral, superintendente Manuel Halaiwa, numa nota de imprensa, fez saber que estão em curso diligências para se determinar as circunstâncias deste hediondo crime e deter os seus autores, bem manifesta os sentimentos de pesar à família do seu agente.

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