Na Província do Bengo: MARGINAIS ASSALTAM CANTINA E MATAM DUAS PESSOAS À PAULADA

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Nove marginais assaltaram uma cantina na madrugada de domingo 23 de Maio, no município do Dande, província do Bengo, tendo matado duas pessoas e deixado feridas outras duas.

Nzinga Manuel

Ocrime aconteceu por volta da meia-noite, no bairro Lody 2, numa localidade conhecida como Burgalheira. Os marginais, num total de nove indivíduos, munidos de armas de fogo e brancas, invadiram a zona praticamente a disparar, arrombaram a porta da cantina, efectuando vários disparos. 

Depois de submetidos à tortura, exigindo que os entregassem todo dinheiro que tinham, Suleimani Dialó, o dono do estabelecimento, natural da Guiné-Conacri, de 35 anos, foi alvejado na cabeça e perdeu a vida no local, ao passo que Maurício Manuel Domingos, cidadão nacional de 21 anos, também torturado com violência, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. 

Aliás, entre as vítimas estão ainda dois cidadãos nacionais, que, por sorte, escaparam à morte, mas não à tortura. Nelson Filipe e Henrique Chicuale André Mundo, em cujo incidente ficará marcado para sempre nas suas memórias, descreveram com nostalgia o terror porque passaram na noite daquele fatídico domingo, que viram o patrão e um outro colega a serem barbaramente assassinados pelos marginais, até ao momento em parte incerta. 

Henrique Mundo, de 23 anos, e Nelson Filipe, 20, estão agora fora do perigo e a recuperar junto de seus familiares. Segundo contam, naquela madrugada, estando eles acordados a conversar, e o patrão a dormir, no interior da cantina, ouviu-se um barulho vindo do exterior, e, como não tinham outro lugar para refugiar-se, mantiveram-se na cantina, cheios de medo. 

Os marginais, referiram, antes de invadir a cantina e efectuaram um disparo que atingiu numa botija de gás butano, vazia, que se achava fora do estabelecimento. Posteriormente, explicaram, três dos marginais conseguiram entrar, depois de arrombarem a porta, estando um deles carregando uma arma de fogo e dois com bastões de madeira, começando a agredi-los. 

Da acção, os marginais conseguiram levar dinheiro, telefones, cartões de recargas, chinelas da marca Havaiana, garrafas de óleo maná e outros produtos que acharam necessário, que Dialó havia comprado no dia anterior. 

Paula Neves, vizinha do estabelecimento e amiga dos comerciantes, contou à nossa reportagem que os seis marginais que se encontravam no exterior da cantina gritavam à vizinhança que quem se atrevesse a sair de casa seria executado.

No final da acção, decorridos aproximadamente trinta minutos, os marginais abandonaram o local a pé, já que, segundo Nelson Filipe, não possuíam qualquer meio de transporte. 

Já outro morador do bairro Lody 2 contou ao nosso jornal que a zona é fértil em acções do género, uma vez que o policiamento na zona é descrito como “bastante débil”. Aliás, os assaltos na via pública e em estabelecimentos comerciais conformam a preferência dos amigos do alheio.

EM CAFUNFO

EFECTIVO DAS FAA MATA ADOLESCENTE DE 15 ANOS

Um efectivo das Forças Armadas Angolanas (FAA), não identificado, sem motivações aparentes, efectuou um disparo mortal contra uma cidadã de aproximadamente 15 anos de idade, na Vila de Cafunfo, Lunda Norte.

Jaime Tabo

O incidente ocorreu por voltas das 22 horas, quando três jovens se dirigiam a uma cantina para compras, pelo caminho, inesperadamente, uma delas foi atingida por duas balas disparadas por um militar afecto a 52.ª Brigada, que estava em posse de uma arma de fogo do tipo AKM.

Sabe-se que a jovem ainda foi levada ao Hospital Regional de Cafunfo, onde acabou por perder a vida. Com isso, activistas e Defensores dos Direitos Humanos, no país, levantam as suas vozes em repúdio, veemente, dessa atitude criminosa que, como afirmam, transforma as Lundas em Berço de Crime. “O povo nunca se vai calar, ante essas arruaças bem montadas”, asseveram.

Para os activistas, os assassinatos que ocorrem, de forma selectiva  em Cafunfo, é algo encomendado  e bem estruturado, mas, a todo caso, “estamos atentos e vamos até às últimas consequências, e não só, exigimos justiça”, falaram, para depois lamentarem “estamos em luto”.

Refere-se que o incidente acontece dias depois dos pedidos de desculpas que o Presidente da República, João Lourenço, endereçou às famílias angolanas pelas mortes ocorridas no país, entre 1975 e 2002, em todos os conflitos políticos.

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