Mudam as designações, mantêm as práticas: AGENTE DO DIIP ENVOLVIDO EM ASSASSINATO DE JOVEM DE 19 ANOS

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Um agente da Polícia é suspeito de disparar, mortalmente, contra um cidadão desarmado, enquanto decorria uma luta entre dois grupos rivais. O crime ocorreu no passado dia 17 de Maio, na rua do Corais, bairro da Petrangol, município do Cazenga, Luanda. 

 Paulo Quissanga 

William Victor Francisco é mais um nome que se acrescenta à já extensa lista de cidadãos desarmados e rendidos, mas alvejados, mortalmente, por agentes da Polícia Nacional.

O jovem de 19 anos, que em vida era também tratado por “Babassita”, era, alegadamente, membro integrante do grupo ‘VTC’ que, por altura da sua morte, tinha sido convidado por um suposto amigo a irem assistir a uma luta entre dois outros grupos rivais que acontecia bem ao lado do Hospital Municipal do Sambizanga.

Segundo as informações, o agente, identificado pelo nome de André Domingos António, ou simplesmente “Tubinho”, suspeito de disparar contra o jovem, encontrava-se à paisana e a conviver num bar ao lado do local onde decorria a contenda. 

Ao aperceber-se da confusão, pôs-se no meio dos dois grupos e efectuo um primeiro disparo ao ar, para dispersar quer os grupos rivais, quer a multidão de curiosos. Entretanto, contaram testemunhas, ao ouvir os disparos, a vítima terá, supostamente, caído de susto e, já no chão, o aludido agente, sem contemplações, efectuou outro disparo directamente na cabeça do jovem, que, antes de morrer, suplicara que fosse poupado.

Ao tomarem conhecimento do sucedido, contaram as testemunhas, o grupo de quem a vítima era membro decidiram revidar, só que, no entanto, acabaram por sofrer mais uma baixa, porque o suposto agente voltou a alvejar mais um membro, desta vez na coxa. 

E para escapar do grupo de jovens, “Tubinho” efectuou vários disparos ao ar e à queima-roupa, que, por sorte não voltaram a atingir alguém.

Suspeito já detido

Eugénio Francisco, pai da vítima, revelou, em declarações a este jornal que o suposto agente da Policia foi detido dois dias depois do ocorrido, por efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), posteriormente encaminhado para o Comando Municipal do Cazenga, no IFA. Embora não ter tido contacto com o suspeito, revelou que o procurador da República junto daquela unidade garantiu-lhe a manutenção daquele sob custódia, bem como o processo-crime n.º 4935/021CZ instaurado sobre o caso.

Eugénio Francisco espera agora dos órgãos competentes que se faça justiça. Mas insiste, a culpa não deve morrer solteira, para que as pessoas possam ter a noção de que tirar a vida de alguém constitui um crime, punível na lei angolana. 

Segundo os moradores do bairro acima referido, o suposto agente da Polícia defendia o grupo da sua rua que, provavelmente, tinha feito parte do mesmo há 9 anos e, que até ao momento o acusado soma um total de três vítimas mortais, sendo que esta é a primeira vez que é detido.

Ademais, dizem, André António, o suspeito, terá ingressado para as fileiras das FAA (Forças Armadas Angolanas) por obrigação dos pais para que o mesmo não se perdesse no mundo da criminalidade, posteriormente foi transferido para a Policia Nacional, concretamente na DIIP (Direcção de Investigação de Ilícitos Penais).

Já os outros familiares do malogrado dizem desconhecer os reais motivos que levaram o jovem a ir presenciar a dita luta entre grupos rivais, aventando mesmo de que era parte. 

Todavia, a única certeza que se tem é que o jovem foi morto com arma de fogo por um suposto agente da Polícia.

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