Familiares da sub-gerente do BIC encontrada morta acusam PGR de querer abafar o caso

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Os familiares de Roxanna Isabel Soares Pestana, de 33 anos de idade, antiga sub-gerente de uma agência do Banco Internacional de Créditos (BIC), encontrada morta em Setembro do ano passado, acusam a Procuradoria-Geral da República na província da Huíla de tentar abafar o caso, cujo esposo, de nacionalidade portuguesa, é o principal suspeito.

Por: Tchapwakisso Lázaro

Roxanna Isabel Soares Pestana vivia numa união de facto com o acusado, de 63 anos. Segundo os familiares, a relação do casal nunca foi saudável, pelas constantes agressões de que era vítima a jovem bancária, encontrada morta a 200 metros de casa, com vestígios de disparo na cabeça.

À data dos factos, o cidadão de nacionalidade portuguesa, identificado apenas por Walter, foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), que o apresentou ao Ministério Público, tendo este aplicado a medida de coacção mais gravosa: prisão preventiva.

O suposto autor do homicídio foi colocado em liberdade no passado mês de Janeiro, sem qualquer informação à família como parte interessada no processo. Por este facto, os familiares acusam a PGR na Huíla de tentar abafar o caso, pelo que clamam por justiça.

Ainda de acordo com os familiares, que falavam para a imprensa local, Walter, com quem Roxanna Pestana vivia há 13 anos, removeu o cadáver da esposa para a morgue do Hospital Central do Lubango, sem que o SIC procedesse a recolha de provas no local do crime, para o esclarecimento do caso.

“O processo está a andar mal, o senhor foi detido no dia da morte da minha irmã e permaneceu nesta condição durante quatro meses, depois foi solto. Quando fomos ao procurador, não nos disse nada”, descreve Sónia Mendonça, irmã mais velha da vítima.

A mesma acrescenta que “não consigo perceber como é que um assassino é solto… ele retirou o corpo da minha irmã para a morgue, mas não para o Hospital para socorrer. Estão a dizer que tudo está sob segredo de justiça. Pelo que nos parece, este caso vai ser arquivado. Mas nós só queremos que se faça justiça”.

Segundo a interlocutora, o suposto autor da morte de Roxanna dirigiu, durante o perído que está em liberdade, já fez ameaças à sua família.

“Nós estamos com medo porque, tão logo ele foi solto, fez ameaças ao meu irmão. Será que isso não é o bastante para que se prenda este senhor que até os vizinhos afirmam que é violento? Então, quem vai fazer justiça neste caso?”, questionou.

Célio Leandro Pestana, também irmão da vítima, garantiu que a família possui elementos que provam ter sido Walter o autor da morte de Roxanna.

“Nós temos provas de que foi ele quem matou a nossa irmã, porque ele fez a manipulação do cadáver. Com que objectivo o fez? A nossa irmã apresentou hematomas por todo corpo, foi estuprada antes da morte.

A nossa sobrinha, filha do casal, de 12 anos, está a ser acompanhada por um psicólogo, porque ouviu os gritos da mãe uma noite antes da morte. Que provas o Ministério Público quer? Queremos pedir aqui a intervenção do procurador-geral da República, já que aqui há uma certa corrupção. Pedimos a intervenção até do Presidente da República”, apelou.

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