E assim vamos…: POLÍCIA SOMA MAIS UM HOMICÍDIO

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 Adão Pedro, 22 anos de idade, foi morto a tiro, por um agente da PNA, identificado apenas por Padrão, durante uma rixa, no bairro Wenji Maka, município do Kilamba-Kiaxi, no passado dia 02 de Abril do corrente ano. 

 Isabel Frederico 

Bem nas vésperas dos 20 anos de paz, acabou sendo um calvário para a família do malogrado Adão Pedro, ‘Dadão’ ou ‘Dastif Flow’, como também era conhecido pelos os mais próximos. 

Naquele fatídico sábado, por volta das 12 horas, Dadão foi baleado, a cerca de 70 metros de casa, por um agente afecto ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) do Comando Municipal da Polícia Nacional do Kilamba- Kiaxi, identificado apenas por Padrão, já detido. 

Segundo o padrasto da vítima, Manuel dos Santos, Adão saiu de casa, com o propósito de obter um aparelho de som, para a realização da festa de aniversário de sua filha. Pelo caminho, deparou-se com um grupo de jovens que jogavam futebol perto de sua casa. Terminada a partida, os jovens começaram uma rixa. Foi aí que Padrão efectuou dois disparos, para dispersar os jovens envolvidos na confusão. 

Segundo testemunhas, a vítima, ouvindo os tiros, pôs-se em fuga, para salvaguardar a sua vida. Chegando ao local em que pretendia obter o aparelho de som, olhou para trás e deparou-se com o agente que, de forma intencional, disparou contra o jovem no rosto, culminando com a morte do mesmo. 

Conforme conta a família, o Polícia retirou-se do local, abandonando o cadáver no chão. A família presume que o disparo foi feito intencionalmente “porque tão logo a vítima cai, os seus amigos diziam «Padrão, você matou o Dadão!», ele soltou a arma e retirou-se do local”, diz, adicionando que não sabe se entre ambos havia alguma rivalidade.

“Em menos de 30 minutos, a PN enviou uma viatura para a remoção do cadáver e foi deposto na câmara 5, o que nos chocou bastante!”, lamenta o padrasto, que não deixou de frisar as qualidades do enteado: “ele era um bom jovem, não tinha comportamentos desviantes, não gostava de festas onde há confusão, apenas festas de família”. 

Cristina Domingos, abalada por tão cedo se tornar viúva e ver a filha, de apenas um ano, órfã, clamou: “estamos juntos a três anos, ele era meu companheiro, meu conselheiro. Eu quero justiça”.

Já Eugénia Correia, tia do malogrado, vociferou que “a Polícia, o Ministério do Interior e o próprio governo devem preparar as pessoas a quem dão armas, perdemos uma vida nas mãos da PN, por isso, esperávamos que ao menos eles se responsabilizassem com os gastos do óbito, mas cinco dias depois, nada, nem sequer conseguimos enterrar!”. 

Fontes deste Jornal asseguram que o presumível autor do crime, agente do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), já está detido no Comando Municipal do Kilamba-Kiaxi, sob o processo nº2049/22 MP/SIC Kilamba-Kiaxi. 

De acordo com Manuel dos Santos, o agente da polícia alega, em sua defesa, que um dos jovens envolvidos na rixa fez disparos. 

Além da morte de Dadão, uma situação que muito preocupa os moradores é a frequência das rixas entre gangues no bairro Wenji Maka, praticadas, maioritariamente, por adolescentes dos 12 aos 17 anos de idade, usando armas brancas. 

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