DETIDO MARGINAL MAIS TEMIDO DO BAIRO DA SAPU II

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Detido Paulo Gaspar, vulgo Escabar, considerado o marginal mais temido do sector da Macon, bairro Sapu II, por esfaquear até à morte um antigo combatente, identificado por Mário Malua João, de 60 anos de idade. 

Cinco filhos ficaram órfãos de pai, em consequência de uma acção criminosa praticada pelo marginal Escabar, por causa de um simples telefone, tirou a vida do ancião Mário João, curiosamente, antigo combatente, ou seja, alguém que lutou por uma Angola melhor. 

O infausto acontecimento ocorreu por volta das 19 horas, do dia 11 de Junho do corrente ano, quando a vítima regressava para casa, depois de um dia de trabalho.

A 150 metros da residência, foi interpelado por Escabar que o exigiu que lhe entregasse o telemóvel, mas este se recusou em fazê-lo, o que lhe custou a vida, pois foi golpeado com uma faca na região do pescoço. 

“No sábado, por volta das 19h, foram a minha busca na praça, porque o meu marido tinha sido esfaqueado. Ao chegar no local, o corpo já estava em posse da polícia e um dos meus filhos havia feito o reconhecimento”, recordou Isabel João, a viúva..

Aos prantos prosseguiu, “cortaram o pescoço do meu marido, foi muito triste vê-lo naquele estado. Meus filhos ainda são menores e estão a estudar, por isso, precisarei de ajuda para continuar a pagar as propinas para que não se tornem marginais como o assassino do pai deles”, frisou. 

O suposto autor do crime já foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) e o processo segue os seus trâmites normais, mas a família teme que Escabar seja solto antes de pagar pelo crime que cometeu, pois é considerado reincidente e protegido por alguns magistrados.

“Esta não é a primeira vez que ele mata alguém, ou comete outros crimes também graves”, disse  Marisa, sobrinha do malogrado, que, acrescentando, apontou mesmo o dedo a quem supostamente protege aquele marginal “quem solta sempre o Escabar é o Procurador identificado por Rui, funciona na Vila Azul, zona dos 4 Campos, por ser sobrinho de alguém que trabalha com o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandó”. Mesmo com os crimes, ele solta-o, por isso, pedimos que o caso não seja entregue novamente a este procurador”, alertou. 

Familiares do malogrado vandalizam casa do marginal 

Após tomarem conhecimento do passamento físico do seu ente querido, a família de Mário João, deslocou-se até a residência do suspeito tendo alegadamente praticado actos de vandalismo. 

“Ficamos com muita raiva, conhecíamos a casa do assassino, entretanto, na euforia do momento fomos para lá e colocamos fogo na mesma “, assumiu um dos familiares. 

“Esse miúdo tirava o sossego dos moradores, estava sempre envolvido em crimes, estávamos cansados”, disse João Filipe, um morador daquele bairro há mais de 10 anos. 

A nossa equipa de reportagem falou também com a moradora Conceição da Costa que afirmou que Escabar e comparsas estão envolvidos em outros crimes de homicídio. “O Escabar já matou muita gente, mas está sempre a sair, esperámos que desta vez seja diferente “, disse. 

Segundo o comandante da esquerda da Paz, Laurindo dos Santos, o Comando Municipal de Viana, através da esquadra da Paz já desenvolveu várias acções de sensibilização aos cidadãos que estavam envolvidos no mundo crime. 

“Criamos empregos como engraxadores, lavador de carros e, inclusive, oferecemos motorizadas novas para fazerem serviços de táxi, mas infelizmente este rapaz não aceitou e continuou no mundo do crime”, disse o comandante da referida esquadra. 

Tratava-se de um trio de marginais que tiravam o sono da população naquela circunscrição. Um dos integrantes, apelidado por Sete Dedos, está detido na Cadeia do Kakila por assassinar um cidadão no Zango. 

Outro que também se encontrava no mundo da criminalidade de nome Kibuto, arrependeu-se e foi beneficiado no processo do “Crime Zero” promovido pelo Comando Municipal de Viana, ganhou uma motorizada e hoje trabalha no serviço de mototáxi. 

Finalmente o terceiro integrante, Escabar, não aceitou mudar de vida, hoje encontra-se detido por crime de homicídio qualificado. É caso para dizer que o crime não compensa mesmo.

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