IDOSO DETIDO POR ABUSO SEXUAL A UMA MENOR DE 11 ANOS

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Um ancião de 62 anos de idade está a contas com a Justiça por abusar sexualmente uma menor de 11 anos, no bairro Compão, no município do Cazenga, em Luanda.

Jurelma Francisco

Ocrime foi descoberto por um vizinho, inquilino do idoso, que ao regressar a casa por volta das 11 horas, de segunda-feira, 5 de Setembro, ouviu gritos da menor vindo da residência do senhorio, e rapidamente invadiu a casa e constatou in loco, o ancião sem roupa por cima da menina. Incrédulo, o vizinho, correu para a casa dos progenitores da menor e anunciou o sucedido.
No local, os pais, encontraram a menor sem nenhuma vestimenta e com vestígios de espermatozoides ao redor dos órgãos genitais. “Fiquei chocado”, disse Luís Artur, pai da vítima.
Pego em flagrante delito, o violador que atende pelo nome de Álvaro Coxe, foi levado à Esquadra Policial dos Combustíveis, onde ficou detido por 24 horas, e encaminhado de seguida para o Comando Municipal do Cazenga, onde foi apresentado ao Ministério Público, tendo confirmado as alegações da vítima, mantendo assim, a sua detenção.
Em declarações, a menor, Teresa Calumbo, avançou que esta foi a terceira vez em que o acusado consumava o acto; declarações estas que foram confirmadas pelo laudo pericial dos exames realizados no Laboratório de Criminalística de Luanda, que atestam a prática de abusos sexuais contra menor por mais de uma vez.
Visivelmente transtornada, e com sequelas, a menor, envergonhada, revela que ainda sente dor nos órgãos genitais e que, da última vez, o abusador consumou o acto de forma agressiva, praticando em várias posições e por muitas vezes. “Veio por cima de mim várias vezes e me mudava de posição”, explicou, para posterior acrescentar que não conseguia caminhar nem sentar devidamente.
Adiante, a menina conta que tudo começou nos finais do Iº trimestre do corrente ano, quando o agressor passou a manda-la ao mercado do bairro comprar bens alimentares e, na sequência a oferecia valores monetários, que depois evoluiu para convites de companhia, onde passou inicialmente acaricia-la nas partes íntimas, até Ao dia da consumação do primeiro abuso, que explica não ter revelado aos pais por medo e ameaças de morte da parte do idoso.
Agastado com a situação, Luís Artur, de 40 anos, afirma que não havia motivos para desconfianças, pelo facto de o agressor ser amigo da família e querido no bairro, e recorda ainda que antes do sucedido, o agressor estava em sua casa. E quanto à menor, o progenitor conta que nos últimos dias passou por mudanças comportamentais, isolando-se de outras crianças. “Estávamos inocentes, sem saber o que se passava”, disse, acrescentando que a menina chegou a adoecer, e que actualmente tem vergonha de regressar as aulas.

Família apela à Justiça

Vendedor ambulante de materiais eléctricos, Luís Artur, pai de cinco filhos, com mulher gestante, afirma que gostaria de contratar um advogado para de forma célere acompanhar o processo crime nº 7584/022-CZ, porém, sem condições financeiras para tal, clama apenas por justiça. “Exigimos justiça, exigimos apuração dos factos, e que ele pague pelos seus actos. Só Deus sabe quantas crianças foram vítimas do ancião para além da nossa filha”, desabafou.
Luís Artur, realçou ainda que por causa desse incidente, parou de “zungar” seus materiais e, nessa altura, depende dos familiares para alimentar sua família. Para o progenitor, a situação apresenta-se cada vez mais difícil, devido ao facto de os familiares do acusado não prestarem qualquer ajuda a medicação da vítima, e que, em contrapartida, tem recebido ameaças por parte da família do agressor no sentido de retirar a queixa junto das autoridades. “Eles nunca se importaram em saber como a criança está.
A minha reserva acabou por causa dos gastos feitos para o tratamento e, inclusive, têm-me ameaçado”, rematou.

Comportamento psicológico da vítima

Para melhor entender sobre o comportamento de uma menor após violação, ou, abuso sexual, o Jornal O Crime procurou saber do psicólogo Emanuel Capita, as implicações deste acto, e este por sua vez, fez saber que a criança após o abuso, desenvolve uma psicopatologia ligada ao sexo e as suas funções, tendo acrescentado ainda que depois de abusada, a criança pode não sentir prazer sexual futuramente, como também pode se tornar viciada em sexo.
“Muitas vítimas desenvolvem questões psico-sociais e se tornam anti-sociais, desencadeando falta de motivação, trauma e baixo rendimento escolar”, explicou.
E no que tange ao tratamento, o psicólogo afirma que existem vários tratamentos para pessoas abusadas sexualmente, sendo que o primeiro passo é a psicoterapia.
Em relação ao comportamento do agressor e violador, o especialista fez saber que a psicologia não descreve factos sem os analisar, porém, adianta que se trata de uma disfunção sexual ou hiperbolismo social.

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