JOVEM ESPANCADO ATÉ À MORTE POR PARTIR UM PRATO DE COMIDA

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Um cidadão de 28 anos foi espancado até à morte por uma família, por ter partido um prato de comida durante uma festa, no município de Viana.

Maiomona Paxe

Orelato vem concretamente da rua da ‘Janela Aberta’, bairro do Honga Mixi, distrito urbano da Estalagem, em Luanda. Contam os familiares que o jovem de 28 anos, que em vida atendia pelo nome de Augusto Camati, mais conhecido por “Balinha”, saiu de casa por volta das 9 horas em direcção ao mercado com o propósito de adquirir bens alimentares para confeccionar o seu pequeno-almoço e, no entanto, durante o trajecto, apercebeu-se da festa que acontecia a cerca de um dia em casa de seus vizinhos e, na perspectiva de pedir um prato de comida, inocente e sem saber o que vira acontecer, entrou no referido convívio para se servir e regressar para casa de estômago cheio.
Porém, a intenção do jovem, mecânico de profissão, não transbordou da mente para a devida realização, pois o que deveria ser um domingo abençoado, tornou-se completamente amaldiçoado pela família de “Balinha”, que relata que tão logo ele se fez presente no local, pediu um prato de comida. Foi-lhe servido um prato de arroz com peixe, mas insatisfeito com a quantidade que não superou suas expectativas, o mesmo decidiu devolver e, por algum azar, no acto da devolução, tropeçou em um obstáculo e deixou cair o prato ao chão, que quebrou no instante. Enfurecidos, achando que a acção de Balinha fosse propositada, os proprietários da referida casa e seus filhos e outros familiares que estavam na festa partiram para cima dele com pedras, paus e cadeiras, inclusive chegaram de o ameaçar com uma arma de fogo para não escapar de suas garras.
O irmão mais novo de Balinha, que se encontrava próximo do local, tentou intervir, mas não conseguiu e, quase foi agredido, tendo fugido rapidamente para casa de outro vizinho onde ficou escondido por algum tempo, temendo também pela sua integridade física. “Deixei o meu irmão sendo agredido por várias pessoas daquela família e, não podia fazer nada porque estavam armados”, disse Francisco Camati.
Balinha ainda escapou, mas num acto instintivo de irmandade, regressou ao mesmo local na intenção de acudir o seu irmão mais novo que já tinha escapado muito antes dele, porém não se apercebeu e, caiu novamente nas mãos dos seus algozes que o devoraram sem dó nem piedade. E só 11 horas, depois, o irmão mais novos conseguiu sair do esconderijo e comunicar a família, que, rapidamente, se deslocou para o local do infausto e deparou-se com o corpo da vítima estendido ao chão com vários hematomas, tendo os proprietários abandonado a residência depois de cometerem o crime. A vítima ainda foi socorrida para o Hospital Geral de Luanda, mas não resistiu aos ferimentos e acabou por falecer nas primeiras horas do dia seguinte da ocorrência.
Tristes e enfurecidos com a morte do seu ente querido, alguns familiares do malogrado Augusto Camiti, o “Balinha”, decidiram realizar justiça por mãos próprias, isto é, vandalizando a casa dos vizinhos.
Daniel Bento, ex militar e proprietário da referida residência e sua esposa conhecida apenas por Linda, parteira do Hospital dos Cajueiros, sito no município do Cazenga, ainda prestaram queixa à esquadra policial do km 9, Bela Vista, contra a família enlutada, e rapidamente os agentes fizeram-se em prontidão para proteger os bens do agressor, o que não agradou tão pouco a família de Balinha, que contesta a acção da Polícia e reclama por ainda não o ter preso no processo que nem se quer tem um número.
A família agressora se encontra foragida e informações adicionais dão conta de que não é o primeiro caso do género que envolve esta família. “São agressores e demoníacos, não é a primeira vez que fazem isto”, disse Francisco Camati.
A Polícia e o Serviço de Investigação Criminal ainda não se pronunciaram sobre o assunto, o que deixa de certa forma a família desprovida de atenção por parte das autoridades e, diz a família enlutada que a polícia local está protegendo os agressores que, segundo informações apresentaram o contraditório perante a esquadra policial da Bela Vista, que faz menção de que o malogrado teria protagonizado um alarido por ser lhe servido pouca quantidade de comida e que após a reacção dos patronos da casa, o mesmo accionou seus amigos e invadiram a residência com sentimento de retaliação a agressão que foi sofrida. Contudo, a família aguarda um posicionamento das autoridades para que se faça justiça.
“Um vazio que jamais será preenchido”, desabafou Daniela Camati, irmã do malogrado, que também clama por justiça. “Um prato de comida, uma vida!”, exclamou desolada, para posterior referir que toda lei recaia sobre os agressores. Augusto Camati, “Balinha”, partiu para a terra dos pés juntos, sem ao menos deixar um filho, que talvez serviria de consolo para seus familiares. Foi a enterrar, no cemitério municipal de Viana.

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