Conheça as melhores e as piores figuras de 2022: Nesta edição, a primeira de 2023, trazemos as melhores figuras do ano passado, assim como as piores instituições

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Isaías Kalunga, o pacifista

Isaías Kalunga é o presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ). Este jovem deu uma lição de liderança ao usar a imparcialidade como critério na selecção de cidadãos para o acesso a residências.
Esteve comprometido com o futuro de todos os jovens e, sem ter olhado a cores partidárias ou status social, teve em atenção o sonho da casa própria, apesar da perseguição de milhares de jovens de diferentes segmentos sociais.
Se estivéssemos num país normal, sobretudo em termos democráticos, talvez não valesse a pena sublinhar que os chamados jovens revolucionários também foram inseridos no pacote.
Isaías Kalunga dá mostras de um político de palavra, prometeu trabalhar em várias vertentes sociais que possam melhorar e impulsionar a juventude a participar activamente na vida do país. Ao longo dos quatro anos à frente do CNJ, já garantiu formação técnica e profissional a muitos jovens dos vários partidos, além de os ter inserido no sistema de ensino e emprego.
É conhecida a sua filiação partidária, mas o sentido de Estado fala mais alto.

Osvaldo Salupula, de lavador de carro a advogado

O advogado Osvaldo Salupula é um jovem a dar cartas na advocacia em Angola, com participação em processos delicados, como são os casos que envolvem o major Pedro Lussaty e o jornalista David Diogo.
A sua irreverência, própria da juventude, transforma-o numa espécie de advogado-revelação, inteligente e estudioso. É aguerrido na defesa dos interesses dos seus constituintes.
Antes de ter abraçado a advocacia, foi lavador de carro no centro da cidade, concretamente no Largo do Serpa Pinto, de onde saiu em 2008 como motorista do escritório de advogados Miranda Dias e Associados. Depois de terminado o seu contrato, decidiu estudar Direito na universidade Gregório Semedo. É, hoje, considerado um dos melhores causídicos do país.
Um verdadeiro exemplo de superação.

Scotty, o revolucionário

O jovem Armando Carlos Diogo, o ‘Scotty The Leader’ filho do Kitexe, natural da província do Uíge, chegou a Luanda com 3 meses de vida.
Começou, em 1994, nas artes marciais, no Hoji-Ya-Henda, e é formado em Antropologia.
Fundador do Clube de Artes Marciais DBC Evolução, em 1998, e do Projecto Crime Zero, conta com 13.987 alunos nas 18 províncias do país. A formação é totalmente grátis.
Campeão do Ju-Jitsu Open em Gangzhou, China, em 2013, no encerramento oficial da sua carreira em artes marciais, Armando Carlos, agora a treinar novos talentos, tornou-se instrutor de defesa pessoal da DNVT, MININT e Ministério da Defesa.
Os jovens, por ele formados, sagraram-se campeões em diversas vezes nas modalidades de Ju-Jitsu, Judo, Karaté, BJJ e MMA.
Criou e assumiu a presidência da primeira Associação Provincial de MMA de Luanda, em 2020, e fundou 14 associações por todo país, lançando as bases para difundir a prática do MMA pelo país.
A 4 de Fevereiro de 2021, foi eleito presidente da Federação Angolana de MMA (FAMMA), tendo levado a primeira selecção de MMA ao campeonato africano na África do Sul, em Abril de 2022. Conseguiu ali o 2.° lugar.
Levou a selecção ao Zonal do continente, que decorreu na República da Namíbia, onde se sagrou campeã.

Vasco da Gama, o imprevisível

Bernardo dos Santos é o seu nome de registo, mas ao longo da vida estudantil religiosa, por influência do nome do pai “Vasco”, passou a ser chamado por “Vasco da Gama”, tendo-o também adoptado como pseudónimo, hoje com valor legal, em função da notoriedade. Nasceu na Aldeia de Vila Nova, município dos Buengas, província do Uíge.
Vasco é técnico médio de Ciências Policiais e Sociais, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola (FDUCAN), pós-graduado em Autarquias e Finanças Locais pela Universidade Agostinho Neto e mestrando em Governação e Gestão de Direito da Universidade Agostinho Neto (FDUAN).
Actualmente, em regime de acumulação de funções, exerce os cargos de chefe de Departamento de Comunicação Institucional e Imprensa e director nacional interino do Gabinete de Comunicação Internacional e Imprensa (GCII) do Ministério do Interior (MININT).
Nessas funções, surpreendeu tudo e todos pela forma como tem transformado o MININT, assim como o próprio ministro, Eugénio Laborinho, para o melhor. Muitos não esperavam que este jovem fosse capaz de substituir Waldemar José, que fez um brilhante trabalho naquele órgão.
Com humildade e bastante inteligência, tem mostrado que os jovens em Angola só precisam realmente de alguém que confia neles, já que, quanto ao resto, eles são capazes de o fazer e “Vasco da Gama” tem feito isso. Aproveitando a sua veia jornalística, trouxe um novo estilo de fazer assessoria de imprensa, que culminou com a dinamização das páginas do MININT, produzindo matérias próprias e, desta forma, tem feito a pauta de muitos órgãos do país.
Desconhece-se como conseguiu amenizar Eugénio Laborinho, que, sempre que abrisse a boca, só saía cobras e lagartos. Hoje, vimos um ministro humanizado e próximo do povo, embora estejamos cientes de que o jovem tem muito caminho por percorrer, mas uma coisa é certa: competência tem que sobra.
Como jornalista, foi repórter, editor e locutor principal da Comercial Despertar FM, escreveu para os jornais A Capital, Novo Jornal e Correio da Kianda, onde também desempenhou a função de editor. Foi articulista e co-fundador do jornal O Crime, onde, durante um ano ininterrupto, publicou artigos de opinião. “Vasco da Gama” é simplesmente um imprevisível.

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