ASSALTOS FREQUENTES NO BITA PROGRESSO: Moradores abandonam residências em busca de segurança

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Os constantes assaltos no bairro Bita Progresso, tem levado vários moradores abandonarem suas residências para habitarem em outras zonas da província de Luanda, com maior segurança.

Leal Mundunde

Localizado no Distrito Urbano da Vila Flor, em Viana, os moradores afirmam que os marginais, no geral são adolescentes e jovens do bairro, que cometem acções ilícitas a qualquer hora do dia.

Os delinquentes, muitos conhecidos na vizinhança, entram nas residências, aproveitando-se da ausência dos proprietários, caso seja de dia.

De noite, armados, invadem as casas, deixando os demais moradores no clima de insegurança.

Residente há três anos no Bita Progresso, Maria Francisco, conta que um dos seus vizinhos, este ano foi assaltado duas vezes de dia, enquanto se encontrava a trabalhar.

Os meliantes aproveitaram o silêncio nas ruas, conseguiram levar botija, computador e o televisor do cidadão.

A moradora, afirma que o caso mais recente ocorreu no passado dia 27 de Fevereiro, levando a vítima com perspectivas de sair do bairro, por não garantir segurança.

João, um dos poucos moradores que aceitou narrar o clima de insegurança vivido neste território, diz que, também é comum, houver o roubo de materiais de construção, vendidos geralmente nos mercados e aos vizinhos, que não se importam com o sofrimento do próximo.

Se um cidadão tiver que construir neste bairro, o recomendável é o proprietário colocar segurança, ou edificar um quarto de chapas, onde estejam pessoas a controlarem o material, caso contrário,no período nocturno os meliantes apoderam-se dos meios.

“As pessoas não ficam a vontade.Muitos construíram mas, através da delinquência, preferem deixar suas casas”, para viverem em residências arrendadas em outros municípios, disse uma moradora de 57 anos de idade,que optou em não revelar a sua identidade.

A mesma, com tristeza, disse ser impossível um bairro desenvolver neste estado.

“Já não sabemos o que fazer.Eles entram na cadeia e soltos em seguida, porque alguns são adolescentes e outros parece que os familiares pagam na polícia”, lamentou uma outra fonte.

Os assaltos para além de ocorrerem em residências, também têm lugar na via pública.

Dada a insegurança, muitos cidadãos que caminham a pé, em dia de sorte, podem encontrar alguém que os possa alertar de um eventual perigo.

Enquanto desenvolviamos a reportagem, na rua da escola Branca, para quem desce ao Quimbo, à distância, uma criança gesticulava várias vezes, de modo aguardarmos o aparelho que usávamos para fotografar, alertando-nos do perigo que corríamos.

A menina, esclareceu-nos a termos cautela pois, em várias ruas tem ocorrido assaltos e até os mais novos não são poupados.

“Por pouco,teria perdido as compras do jantar, porque um jovem viu o saco, começou a seguir-me, mas dei conta rápido e tive de correr”, explicou outra moradora.

No período nocturno, a insegurança tem sido maior, pois, a maioria das ruas são escuras, por isso, os moradores apelam maior intervenção da Polícia, para devolver a tranquilidade no bairro.

Os habitantes, mostram-se agastados, por não conseguirem intervir diante de um assalto, sob pena de serem reconhecidos e sofrerem represália.

Caso a onda de assaltos prossiga, os interlocutores prometem organizar um grupo de moradores, semelhante a turma do apito, para porem fim a problemática da criminalidade.

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