Generais processam Man Gena

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Um grupo de generais angolanos avançou com uma queixa-crime contra o antigo membro do HDA, Gerson Eugénio Quintas “Man Gena”, recentemente deportado, juntamente com a família, de Moçambique. As altas patentes alegam que foram injuriadas.

Fonte: Club-k.net

No passado dia 27, o general Eugenio Cesar Laborinho deslocou-se às instalações do SIC para apresentar uma queixa-crime, alegando que “Man Gena” proferiu injúrias contra si e sua família. Também foram alvo de injúrias o general Francisco Furtado (Chefe da Casa Militar), o general Serqueira Joao Lourenco (Chefe Adjunto da Casa Militar), o general Carlos Hendrick Vaal Neto (Presidente do 1º de Agosto) e o Comissário Ângelo Tavares (Ex-Ministro do Interior).

Os generais Fernando Garcia Miala (Chefe dos Serviços de Inteligência) e Bento dos Santos “Kangamba” (membro do Comité Central do MPLA) também foram difamados por “Man Gena”, mas decidiram perdoá-lo. Fernando Miala foi acusado de “não o querer vivo”, enquanto Bento Kangamba foi acusado de “traficante”. Gabriel Veloso Neto, membro da direção do Kabuscorp, diz que o líder do seu Clube, “não gosta de confusão e achou por bem perdoar”, por entender que Man Gena não estava no seu juízo normal.


Em fevereiro de 2023, Gelson Quintas denunciou nas redes sociais o suposto envolvimento de altas figuras da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC) em redes de narcotráfico. Fernando Manuel Bambi Receado, o atual diretor-geral do SIC, que foi um dos citados, apresentou queixa-crime contra “Man Gena”, que se apresentou várias vezes como antigo colaborador deste oficial superior.
Para além dos militares, cerca de 20 músicos e empresários também moveram queixa contra ele, como é o caso de Mário Domingos Durão, conhecido cabo da mobilização das campanhas do MPLA.
Mário Domingos Durão, que em várias entrevistas conta que quando tinha 19 anos, ao tempo do marçal, envolveu-se num grupo de jovens que revendia droga a mando dos mais velhos, viu o seu nome ser mencionado por “Man Gena” como mandante de atos ilícitos. “Genas” também o acusou de ter ordenado a queima da viatura de um oficial do SIC, “Russinho” e da casa do jornalista William Tonet. Três meses após as acusações, Mário Durão moveu uma participação contra este antigo integrante dos HDA.


”Man Gena” apresenta-se como antigo membro de uma facção antiga do grupo HDA. Consta que no passado cumpriu uma pena de 9 anos por ter feito parte de um grupo que terá cometido homicídio em Luanda. Nas redes sociais, alguns dos seus amigos notaram que “Man Gena” alterou a versão do seu passado, alegando que foi preso por cometer assalto a mando de um genro de Fernando Miala, tratado por “Bruno Ouro”.
Filho de uma antiga comerciante de ouro do mercado São Paulo, Bruno Semedo “Ouro”, que adotou o alcunha em função do negócio da mãe, foi visto na semana passada nas instalações do SIC, em Luanda, na companhia dos seus advogados para apresentar queixa-crime contra “Man Gena” por difamação.
Para além dos militares e empresários, cerca de 20 músicos também moveram queixa contra “Man Gena”, dentre os quais o rapper Pablo Ouro, do “Partido HDA – Crime Zero”.
Em Angola, a calúnia e a difamação são crimes punidos com pena de prisão de 6 meses a 2 anos e multa, de acordo com o Código Penal Angolano. A pena pode ser agravada se a calúnia ou difamação forem feitas contra o Presidente da República.

No caso de “Man Gena”, a situação é mais complexa, pois ele proferiu injúrias não apenas contra figuras públicas como generais e empresários, mas também contra o Presidente da República de Angola. O Ministério Público está a tratar do processo, o que significa que a pena final a ser aplicada poderá ser ainda mais grave.
“Man Gena”, foi ouvido por uma magistrada do Ministério Público junto ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola devido a um alegado crime de furto de material de construção, que incluía enxadas, pás, entre outros itens, considerado como roubo qualificado. Este é um dos três crimes pelos quais Gelson Quintas está a ser indiciado, juntamente com abuso de confiança e associação criminosa. O processo foi reativado pelas autoridades enquanto aguardam a conclusão dos alegados crimes de ultraje, incluindo ofensas e difamação contra o Presidente da República e os símbolos da República.

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