NO CAZENGA: ASSALTOS FREQUENTES À MOTOQUEIROS DEIXA MOTOTAXISTAS EM ESTADO DE ALERTA

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O medo instalou-se no seio dos motoqueiros, com realce para os mototaxistas, fruto dos frequentes assaltos no município do Cazenga, muito dos quais terminam em morte ou agressões físicas, em caso de resistência por parte das vítimas.

Leal Mundunde

A preferência dos marginais tem sido as “motos de duas rodas”, em detrimento das Kupapatas, vulgo Kaleluya, por estas facilitarem no momento da fuga.

Geralmente, a acção maléfica tem tido lugar no período das 17h00 as 21h00 ou quando há fraca movimentação da população.

Os homens que se dedicam ao roubo, não resistem a tentação quando observam uma motorizada em bom estado de conservação ou nova.

Acredita-se que o índice de assaltos aumentou, dada as várias solicitações de indivíduos que ao invés de comprarem nos locais recomendados, optam por estas vias.

Como não gastam dinheiro na aquisição dos meios, cogita -se que os delinquentes vendem-nos em preços baixos.

Os vários assaltos que ocorrem nos bairros do município do Cazenga, em certas ocasiões culminam em morte ou agressão física por parte das vítimas.

“Este mês, assaltaram e mataram a tiro mais um colega nosso, porque não quis entregar a motorizada nova,que recebeu há dias no patrão”, denunciou o mototaxista Carlos Minguens.

No passado dia 8 de Março, por volta das 21h00, foi morto mais um motoqueiro, por três jovens, quando circulava na rua do mercado do Carvão, depois de cumprir a jornada laboral.

Alexandre Martins,residente no Benfica e trabalha neste território de Luanda, actualmente está com medo de adquirir uma motorizada, pois, no final do ano passado foi assaltado na Mabor, com recurso a arma de fogo.

A meio de tanta dificuldade para chegar ao local de trabalho, almeja adquirir outro veículo motorizado, “segunda mão”, ou seja, usado anteriormente por alguém.

A moto nestas condições chega a custar entre 200 a 280 mil kwanzas, enquanto que a nova pode estar no valor de 600 a 700 mil kwanzas.

A sua decisão é contra a vontade dos pais,que continuam com receio em função da experiência passada não ser positiva.

No posto de abastecimento de combustível da Pumangol antes do cemitério do 14, rua da Agrobal depois do posto da Polícia, via que dá acesso ao desvio do Malweca antes da Igreja Bom Deus e na rua antiga da bomba Azul, são alguns dos pontos do município do Cazenga, que se recomenda cuidados redobrados, por serem locais onde ocorrem maior número de assaltos.

No tanque do Cazenga,na zona do Patrício e a rua que dá acesso ao Comando do IFA junto ao Banco BIC e no mercado do ASA Branca, são outras zonas críticas deste município.

Os motoqueiros esclarecem que os marginais normalmente circulam com duas motorizadas, cada com três ocupantes e dois transportando arma de fogo do tipo AKM cano cortado.

Na sua retirada, cada indivíduo normalmente pode sair do terreno com uma motorizada.

Alfredo Caetano, de 25 anos de idade, sugere aos seus colegas que instalem sistemas GPS nos meios de trabalho para facilitar a localização em caso de roubo.

“A polícia nos tem avisado para ficarmos atentos com os passageiros que na viagem usam telemóvel, passam as características da motorizada e dos motoqueiros,pois pode ser que sejam marginais”, disse Alfredo Caetano.

Com os assaltos recorrentes, os cidadãos temem em comprar motorizadas de duas rodas e optam nas Kupapatas, que dificilmente são roubadas, custando no mercado 1 milhão e 100 ou 1 milhão e 200 kwanzas, dependendo da marca.

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