Polo Industrial de Viana: “A galinha de ouro” da direcção da ANIESA (entenda a roubalheira coordenada)

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O Na Mira do Crime reportou há dias um esquema de corrupção levada a cabo por inspectores da ANIESA, que tem tirado o sono a muitos empresários da aérea alimentícia, por causa da “extorsão crónica”, a que muitos empresários são submetidos, principalmente os de nacionalidade eritreia e libanesa. Um dia após a divulgação da matéria, o grito de socorro veio de cidadãos chineses estacionados no Polo Industrial de Viana (PIV), muitos dos quais donos de industrias que tratam de material ferrosos, que são obrigados a pagar semanalmente quantias que variam entre 2 e 7 milhões de kwanzas, sob pena de verem as suas fábricas encerradas.

Por: Ngunza Chipenda e Cambundo Caholua
O Esquema está bem articulado e envolve altas figuras da ANIESA, a forma de pagamento é feito a mão e há grupos de inspectores devidamente seleccionados, que recebem o dinheiro que é distribuído nas altas figuras da empresa pública.
Durante três dias, circulamos e falamos com vários empresários do PIV, que pediram anonimato, mas que se mostraram saturados com o vício criado nesta gestão da ANIESA, que não vê meias medidas para obter lucro fácil dos empresários, usando para isso até investigadores do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIP), colocados destacamento da Ponte do 25 (antiga BET).

“Grupo pula muro”

Este grupo está formado pelos inspectores Mariza, Nadir e Japão, circulam com a viatura Suzuki, modelo Jimmy, com a chapa de matrícula LD-65-49-HO e são o grupo de avanço do Inspector-Geral da ANIESA, João Kiúma e do seu braço direito, identificado como
“Finas” responsável do departamento ….
Durante a nossa ronda, notamos que este grupo em pouco menos de uma semana encerrou três empresas de chineses por alegadamente funcionar sem a devida documentação, mas, não há duas sem três.
O mesmo grupo prefere negociar no terreno, sempre sob ordens superiores, estabelecendo preços não inferiores a dois milhões de kwanzas, que vão sendo pagos de forma de propinas, mensalmente.

Polícia no terreno para intimidar

O grupo de inspecção da ANIESA, principalmente o
“pula muro” anda na viatura com selos de encerramento (a dor de cabeça dos empresários), e tem um grupo táctico no DIIP, devidamente escalado, todos do destacamento da ponte do 25, liderados por um efectivo apenas identificado como “Deoldato”.
Estes efectivos são escolhidos a dedo, e são os únicos escolhidos para andar com o grupo “pula muro”, que tem a missão ‘choruda’ de tirar todos os dividendos possíveis dos empresários do PIV.
A título de exemplo, segundo um gerente de uma das fabricas, na quarta-feira, 14, o grupo “pula muro” deslocou-se até a uma fábrica de material ferroso de um grupo de empresários chineses, e lá trabalhou até por volta das 20 horas, onde selaram a mesma unidade, por alegadamente comprar material ferroso, proveniente do Porto do Lobito.

“Eles chegaram uma semana antes, justamente quando fazíamos a descarga de máquinas obsoletas da UNICARGAS, e, de repente apareceu a ANIESA e a polícia e exigiam a documentação, mostramos toda documentação mas eles alegavam que faltavam mais papéis, ligamos aos responsáveis do porto que explicaram que estava tudo nos conformes, mas eles insistiam em embaraçar e tivemos que pagar alguns milhões de kwanzas”, lamentou.
O jovem, conta que a equipa da ANIESA acima referenciada, não ficou por aí, regressou dias depois, e voltou a inspeccionar a empresa sob pretexto de que lá haviam máquinas de criptomoedas.Para espanto dos empresários, três dias depois, a mesma equipa surgiu três dias depois, isto na quarta-feira, 14, e voltou a colocar um novo selo em cima do selo posto há pouco menos de uma semana, obrigando os empresários a terem que se dirigir a ANIESA para “negociar”.

Quem são os negociadores?

A par dos três inspectores já citados, que são o grupo de avanço da direcção, quem trata de todo processo burocrático e facilita qualquer papel de selagem ou desselagem é o Sr Finas.
Finas trata directamente com o Inspector-geral, e é o responsável da fiscalização das grandes industrias da ANIESA, com o grupo “pula muro” e do DIIP do 25, juntos fazem a equipa sagrada da Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar.

Crispação na ANIESA

Mas nem tudo é um mar de rosa na ANIESA, fonte interna segredou ao Na Mira do Crime que há um ambiente de crispação entre o Inspector-geral da ANIESA, João Kiúma, e o seu adjunto, Heleno Antunes, pivô do secretário de Estado do Comércio, Amadeu Leitão Heleno, desde o tempo que esteve na inspecção do Comércio, por causa das propinas do
PIV.
Recorde-se que Heleno que já foi por muitos anos Inspector-Geral do Ministério do Comércio, e é tido como cobrador de propinas pelo seu chefe directo, quando na verdade, este jornal sabe que, o inverso é directamente aplicado.
Nos próximos dias, o Na Mira vai trazer dados sobre a extorsão que este grupo aplica na Zona Económica
Especial, em Viana.
A Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) está encarregue de inspeccionar e fiscalizar às actividades económicas, actuando no sector da Indústria, Comércio, Turismo, Ambiente, Transportes, Saúde, Agricultura e Pesca:

 

Fonte Na Mira do Crime

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