Melhores e piores figuras de 2024

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Num exercício meramente profissional, avaliamos os melhores e piores figuras de 2024. Elegemos seis pessoas que, no nosso entender, foram as que mais se destacaram de forma positiva ou negativa nas suas áreas de acção. Eis, então, os nossos eleitos.

Mariano Brás

Piores figuras de 2024

João Lourenço, Presidente da República

João Lourenço

O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, pode ter feito história ao trazer pela primeira vez a Angola um presidente norte-americano. Referimo-nos a Joe Biden, mas não é suficiente para apagar a sua má governação.
Sem dúvidas, João Lourenço é o pior dos piores presidentes que Angola já teve. Desde a sua tomada de posse, em 2017, o país só teve um caminho: o descalabro, pois  não trouxe nada de novo. Dito de outro modo, piorou o que estava melhor, assim como piorou o que estava pior.
O ano está a terminar, mas o povo não tem qualquer perspectiva de melhoria de vida. O número de pessoas que passam fome, por exemplo, é cada vez mais dramático. O nível de pobreza, em Angola, chega quase a 50%, actualmente.
Todas as promessas feitas por João Lourenço faliram. Não há comida, emprego, desenvolvimento económico e diversificação. Há ainda repressão, porque o país não pode ser transparente. A corrupção é algo inerente ao próprio sistema, sem falar das violações de direitos humanos, a ver-se pelo número de presos políticos em Angola.
A situação piorou e é por isso que a maioria das pessoas, sobretudo a juventude, tem saído do país, porque quer melhoria de vida e liberdade.
Há dificuldades económicas de toda a ordem, há também uma degradação de serviços, tanto do ponto de vista económico, social e como político, porque não conseguimos resolver o problema de fundo da democracia, que é a independência dos poderes. O poder judicial está capturado também, isto tudo estabelece crises internas no próprio poder judicial. A título de exemplo, temos o Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, cuja imagem em Angola é a mais denegrida que Pablo Escobar. Todavia, o Presidente da República continua supostamente a mantê-lo no cargo como um diamante.

A situação dos direitos humanos, em Angola, está pior segundo a Human Rights Watch (HRW), que recentemente divulgou uma investigação na qual diz que as forças de segurança angolanas cometeram mais de uma dúzia de execuções ilegais, bem como vários outros abusos graves contra activistas políticos e manifestantes pacíficos desde Janeiro de 2023.

Por esses e outros motivos, elegemos o Presidente da República como uma das piores figuras de 2024. Ainda que traga a Angola Jeus Cristo, dada a sua má governação, não vai resolver imediatamente os problemas do povo angolano . Será sempre em vão. O bem que João Lourenço pode fazer a este povo sofredor é colocar o cargo à disposição.

Manuel Homem, governador da província de Luanda

João Lourenço

Em relação a Manuel Homem, a sua análise será enquanto governador de Luanda, já que durante dois anos governou a cidade-capital, mas sem grandes efeitos . Assim, a análise será à volta disso, pois, enquanto ministro do Interior, é prematuro avaliá-lo.

Em Luanda, além de ser visto frequentemente no seio das figuras públicas, é também visto nas várias redes sociais, sobretudo no TikTok, a dançar. A governação de Manuel Homem, enquanto governador de Luanda, cingia-se nisto . Eram mais holofotes do que resolver o problema dos luandinos.

Manuel Homem, numa entrevista, prometeu melhorar a macrodrenagem, assim como construir novas vias de comunicação, além de recuperar várias vias secundárias e terciárias, com o objectivo de dar uma nova imagem à capital.

Por outro lado, Manuel Homem prometeu também, em entrevista à Angop, combater à venda ilegal de terrenos, evitar debilidades no abastecimento de água e melhorar a emissão de documentos, assim como pôr fim à venda desordenada, entre outras questões.

Para o espanto de todos, Manuel Homem deixou de ser governador de Luanda , sem, no entanto, resolver problemas básicos, que havia prometido solucionar. Luanda continua com o crónico problemas de esgotos, falta de água potável, energia eléctrica e alta criminalidade.

Diz-se que, enquanto governador, o legado deixado é o nível do bolso, pois ele e os seus principais colaboradores saíram com as contas mais recheadas. Em suma, Homem é simplesmente um ‘show man’, adora holofetes mais do que o próprio trabalho e, como ministro do Interior, já começou a fazer borrada . No entanto, isso será tratado noutro fórum.

Eugénio Laborinho, o ‘bode expiatório’

Eugenio Laborinho

Para muitos, o antigo ministro do Interior, Eugénio Laborinho, é visto como o pior ministro que este órgão de segurança pública já teve . No sistema político de João Lourenço, no entanto, já foi tido como o melhor ministro, pois foi usado como testa de ferro para apagar muitos fogo.

‘Labuta’, como também é chamado nos círculos mais próximos, foi por muito tempo uma espécie de Fernando da Piedade ‘Nandó’ em determinado momento da governação de José Eduardo dos Santos, isto é, fazer o trabalho de abrir caminho.

Foi assim que, em vez de se preocupar com a segurança pública, Eugénio Laborinho começou a fazer uma espécie de caça aos activistas e críticos que se levantavam contra má governação do compadre Lourenço.

Enquanto fazia de tudo para agradar o compadre Lourenço, Labuta fez alianças com quase todo tipo de espécie e, pelo excesso de confiança, ficou cego no orgulho, ganância e gosto pelo poder. Assim, foi cometendo erros atrás erros, ao ponto de ser engolido pelo astuto Fernando Garcia Miala, que, aproveitando a mesma arma de Labuta, usou-a para o “matar”.

Numa só sentada, Miala acabou com Laborinho e assumiu o controlo de todo MININT, que agora é dominado por bufos. É obra!
As divergências entre o SINSE, de Fernando Garcia Miala, e o MININT, de Eugénio Laborinho, sobre a má gestão do SME e os atropelos do SIC começaram a atingir níveis sem precedentes. Tudo começou a desmoronar quando Laborinho indicou Fernando Receado, que tinha a imagem manchada, para o cargo de director-geral-adjunto do SIC.

Daí em diante, o país começou assistir a uma espécie de desfile de criminosos próximos ao MININT, entre os quais traficantes conhecidos por todos.

As nomeações de Manuel Homem, José Coimbra Baptista e de Tânio Jorge Mateus da Silva, três quadros seniores do SINSE, são um sinal claro de que Miala, mais uma vez, usou da sua astúcia para aniquilar um adversário e desta vez Eugénio Laborinho, que estava “embriagado” na amizade que tinha com o Presidente da República, foi exonerado de forma humilhante, tal como tinha acontecido com Paulo de Almeida, ex-comandante-geral da PN.

Melhores de 2024

Fernando Garcia Miala, o ‘super poderoso’

Fernando Garcia Miala

A grande figura do ano, no nosso ponto de vista, é Fernando Garcia Miala, director-geral do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), que está com poder acrescido junto do PR, depois de tirar do caminho Eugénio Laborinho e tomar de assalto o MININT.

‘Ti Mimi’, como é também conhecido Miala, é visto por muitos como um grande patriota. Numa das suas raras entrevistas disse, “se tivesse de escolher entre trair o meu país ou os meus amigos, gostaria de ter a coragem de trair os meus amigos”. Na verdade, Miala é uma personalidade controversa, pois, a julgar pelo estado precário em que se encontra o país, o mesmo luta no sentido de manter no poder os causadores do sofrimento do povo e combate aqueles que lutam para inverter este triste quadro, como são alguns activistas, políticos, jornalistas e outros membros da sociedade.

Com caminho livre e com o PR sob sua ‘custodia’, porque já não tem o compadre Laborinho para divergir, Miala tem os poderes acrescidos e já começou a exercê-los. Basta ver as nomeações de Manuel Homem, José Coimbra Baptista e de Tânio Jorge Mateus da Silva, três quadros seniores do SINSE, que assumiram cargos no Ministério do Interior. São sinais claros de que Miala tornou-se um ‘super poderoso’ do jeito que gosta.

Como o poder é para ser exercido, Miala já começou a fazê-lo, preparando os seus principais colaboradores para ocuparem cargos-chaves e de grandes oportunidades económicas.

Assim, vamos ver um país mais fechado, mesquinho, controlado e com assassinatos misteriosos. Sim, porque apenas saiu do controlo de um inconsequente e entrou um astuto.

Osvaldo Salupula, advogado

Dr. Osvaldo Salupula

Osvaldo Salupula, advogado há 8 anos, tem dado cartas na advocacia angolana em processos polémicos, com coragem, inteligência, perspicácia e, comprometimento com a causa do seu constituinte, tem sido simplesmente extraordinário.

Entre vários processos que têm a sua intervenção , estão os casos do malogrado, lendário e dirigente do MPLA, Kundy Pahiama, em que um grupo de empresários portugueses tentou delapidarar parte do património. Estes já estão a conta com a justiça.

Osvaldo foi também representante de um dos réus do caso Pedro Lussaty, além de ser o advogado da menina que foi abusada pelo jornalista David Diogo, que foi condenado. Dada a sua preocupação com o povo, está ligado a processos de litígios de terra, como o da Zona Económica Especial, em que pretendiam retirar de um espaço de terra com 14 hectares uma família. Graças a sua intervenção, aquela família viu a situação resolvida a seu favor.
O processo contra a senhora Fátima Lokoki, que também já está em tribunal, por abuso de autoridade, pois pretendia igualmente retirar uma parcela de terra a uma família, Osvaldo conseguiu levar a tribunal.

Por outro lado, é o representante de um cidadão que acusa de agressão a eterna comandante Elizabeth Rack Frank, mais conhecida por ‘Bety’. Osvaldo, num caso raro, conseguiu levar o caso até ao Tribunal Supremo Militar, que brevemente julgará o processo.

Ele tem na sua pasta de processo casos contra indivíduos chineses que estavam a ser protegidos por algumas figuras bem identificadas e que têm cargo político, além de ter processos de um grupo de mafiosos, supostos empresários israelitas, que se encontravam foragidos, mas que com a sua perspicácia conseguiu trabalhar para a captura dos mesmos.

Aconselha-se a recorrer aos seus serviços, pois é reconhecido como alguém persistente, resiliente e bastante comprometido com os casos que o chegam.

José Gama, jornalista

José Gama

José Gama é um engenheiro emprestado ao jornalismo, este co-fundador do maior site de notícias do país, o Club K, é um profissional acima da média que evolui a cada dia que passa.
Bastante culto, faz parte de um leque de jornalistas rigorosos e mantém relacionamento com fontes confiáveis, que o tornam um profissional de comunicação com grande diferencial dos demais.

Além de corajoso, Gama é um jornalista investigativo bastante metódico. Por isso, o seu sucesso e, consequentemente do seu órgão, tem sido uma mais-valia para o país, uma vez que desperta o povo e faz agenda de muitos outros órgão de comunicação social.

Ao longo de mais de 20 anos de carreira, isto é, em 2000, com um grupo de amigos José Gama decidiu criar o Club-K, considerado o maior site do país. Gama continua resiliente e adaptado aos novos tempos, mesmo 24 anos depois.

Natural de Luanda e com diversos familiares ligados ao partido no MPLA, José Gama sempre se posicionou e exerceu o seu papel de jornalista e activista com excelência.

Ao longo dos anos, José Gama já sofreu diversas perseguições do regime, chegando a ser impedido de sair do país, mas pelo seu amor por Angola não desistiu e continua na luta pela liberdade de imprensa e por uma Angola melhor.

Como analista, é também brilhante, é daqueles profissionais que num país  normal seria merecedor de reconhecimento pela sua contribuição no desenvolvimento do país.

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