Bairro Gindungo: MARGINAL É APEDREJADO ATÉ À MORTE

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O suposto marginal era membro de uma quadrilha de sete elementos que tentaram, sem efeitos desejados, assaltar três residências no bairro Gindungo, município de Viana, na madrugada de terça-feira, 3 de Agosto. Apesar de frustrados, os marginais escapados efectuaram na retirada vários disparos que feriram dois moradores.

 Nzinga Manuel

A tentativa de assalto ocorreu durante a madruga em três residências, mas a morte do alegado assaltante foi consumada em casa do cidadão Mamoudou N’diolou, comerciante de nacionalidade guineense, uma das três vítimas da quadrilha. 

Por volta de 1 hora, a quadrilha, composta por sete elementos, altamente armados, fizeram-se ao bairro e, na tentativa de executar mais uma acção criminosa, foram surpreendidos pelos moradores, tendo um deles ficado no terreno e ser apedrejado até à morte. 

“Senão já não estaria aqui há muito tempo”, disse a moradora.

Segundo ela, sempre fizeram denúncias e participações à Polícia dos assaltos que ocorrem no bairro. “Mas nunca tivemos resultados satisfatórios”

“Eram sete homens armados, dois deles escalaram a parede do nosso quintal e chegaram até ao tecto, tentando abrir a partir de cima, mas não conseguiram, enquanto outro vigiava no muro”, disse a moradora Marisa António, esclarecendo que a família tinha sido despertada pelo cão, que, ao se apercebe da presença de pessoas estranhas no quintal pôs-se a latir.

Na ocasião, lembrou Marisa, o esposo acordou e andou devagarinho pelos compartimentos da casa, chegando até à sala, de onde espreitou por um orifício na porta e confirmou a presença dos supostos ladrões. Aliás, segundo ainda a senhora, para além da sua casa, os alegados marginais ficaram também distribuídos em mais duas residências, sendo uns na casa de uma vizinha ao lado, e outros tentando arrombar a porta da casa de Mamoudou N’diolou. 

“Quando os vizinhos ouviram o barulho saíram, destemidos, para contrapor as intenções dos marginais”, explicou Marisa António, acrescentando que a partir desse momento os larápios sentiram-se intimidados e decidiram recuar. No entanto, recordou que durante a retirada os marginais foram efectuando vários disparos contra eles, tendo uma bala acertado a boca de um dos moradores, e outro acertado na coluna vertebral, mas para a sua felicidade, um dos bandidos foi capturado e morto a pedradas.

Os feridos 

Os feridos desta acção são os cidadãos José Francisco Moreira, de 40 anos, residente da zona há mais de dez anos, que foi atingido na boca, mas que já se encontram em casa a recuperar, fora de perigo, depois de uma intervenção médica. E Pedro Moisés Vemba, de 26 anos, este último com um relatório clínico mais complexo já que fora alvejado na coluna vertebral.

O jovem encontra-se no Hospital do Prenda, mas estável, aguardando que seja submetido a uma interversão cirúrgica para a retirada da bala.

Henrique Panzo Vemba, pai do jovem, afirmou que o filho está ainda em fase de observação, estando os médicos a avaliar o melhor cenário possível antes da entrada de Moisés Vemba ao bloco operatório para extração do projéctil tendo em conta a sensibilidade da região atingida. “Se a cirurgia correr mal ele pode vir a ficar paralisado”, lamenta o pai, aguardando agora o melhor da equipa médica que irá executar a cirurgia ao filho. 

“Mas ele está estável e a falar”, confirmou Henrique Vemba, para depois dizer que enquanto não for retirada a bala, a situação do filho pode vir a complicar. 

Moradores sentem-se abandonados pela PNA

Mamoudou N’diolou, que teve a porta de casa danificada em consequência da luta que travou com os meliantes, respira agora de alívio, e recorda com nostalgia tudo aquilo que teve que passar para estar ainda em vida. “Eles gritavam para eu abrir a porta se não quisesse morrer”, disse, com ar de quem teve a vida por um fio. 

Mas lamenta o facto de não poderem contar com o auxílio da Polícia quando situações do género ocorrem na zona. Ademais, segundo ele, há muito que o posto policial que funcionava no bairro foi retirado, ficando agora a mercê dos amigos do alheio. 

Quem partilha do mesmo sentimento de insegurança é a dona Maria da Conceição, de 48 anos, moradora do bairro Gindungo há mais de vinte anos, que contou que só continua naquele bairro porque não possui uma outra casa. “Senão já não estaria aqui há muito tempo”, disse a moradora.

Segundo ela, sempre fizeram denúncias e participações à Polícia dos assaltos que ocorrem no bairro. “Mas nunca tivemos resultados satisfatórios”, desabafou. Por outro lado, afirma, circular na circunscrição por volta das 19 horas é um autêntico atentado à própria vida. 

“Estamos vulneráveis aqui”, lamenta o munícipe João Paulo, que habita no bairro há mais de cinco anos, sublinhando que o que aconteceu com aquele marginal possa vir a ter consequências graves para os moradores, já que antes de morrer, o marginal teria citado os nomes dos seus carrascos e garantido que os seus comparsas haviam de o vingar.

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