CASO INSÓLITO NO TRIBUNAL: declarante morre em plena audiência

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Filipa Miguel António, 52 anos de idade, mãe de uma das vítimas do presumível marginal que degolava  crianças e jovens no distrito da Camama, enquanto era interrogada pelo advogado de defesa, caiu em plena audiência, no tribunal de Comarca de Belas e morreu sem ser prestada socorro.

Leal Mundunde

Depois de um ano, teve início no passado dia 9 de Maio, o julgamento do jovem Daniel Leonel Torres,de 23 anos de idade, suspeito de degolar o pescoço de cinco crianças e jovens, no ano passado, no distrito Urbano da Camama, em Luanda, resultando em dois mortos.

Entre os declarantes marcados para serem ouvidos estava Filipa Miguel António, de 52 anos de idade, que perdeu o filho Francisco António Jorge Jr., de 16 anos de idade, no dia 14 de Maio do ano passado, quando as 19horas, saiu de casa, a busca da sobrinha na creche, pois, naquele fatídico dia, a mãe da menor que geralmente tem cumprido esta missão, chegou tarde do serviço.

Na audiência Filipa, contava com melancolia, as circunstâncias em que o filho morreu, chorou e lamentou o que realmente terá acontecido, tendo revelado que Jó, como era carinhosamente chamado, foi encontrado morto somente três dias depois do acto, a escassos metros de casa.

A mesma que acarretava problemas de tensão algum tempo, não suportou aquele momento, cheia de emoção, sobretudo quando foi questionada alegadamente pelo advogado de defesa do acusado: “o que o seu filho estava a fazer na rua naquele dia às 19horas?

O viúvo, Francisco Adelino Jorge, chará do filho, disse na edição de 18 de Maio de 2024, do programa O Crime na Rádio, da Rádio Prenda, que a questão do advogado, deixou abalada a companheira, tendo caído momentos depois.

Infelizmente, o viúvo, afirma que, os presentes, inclusive o Juiz, pensavam que a mesma poderia recuperar minutos depois, mas não aconteceu, pois, era princípio de AVC.

A declarante foi retirada da sala, não foi socorrida imediatamente e a sessão continuou. Lamentavelmente, narra que, tardiamente, somente horas depois, surgiu a mãe de uma das vítimas, que ajudou a esposa a levá-la ao Hospital Geral de Luanda, onde já chegou sem vida.

Triste, Francisco Daniel Jorge, disse que, a pesar da esposa estar naquelas condições, em nenhum momento o julgamento foi interrompido, inclusive, somente as 18horas, conseguiu sair do Tribunal para ir ao encontro da esposa, porque também estava como declarante.

Francisco Daniel Jorge, de 62 anos de idade, acredita, se a companheira fosse socorrida prontamente, o pior seria evitado, pelo que sugere que nas próximas sessões, o Tribunal crie condições, para no mínimo ter um médico ou psicólogos, para que se evitem cenários do género.

A família, segundo o interlocutor que perdeu o filho e agora a esposa,acha que não vale apena tentar responsabilizar judicialmente alguém, face ao que ocorreu com a companheira,por ter reservas da justiça no país.

O mesmo é de opinião, que o processo nos tribunais é longo, despesas com os advogados são maiores e no final, presume que a justiça pode não ser feita a seu favor e a dor será enorme, para a família.Por isso, não pretende responsabilizar judicialmente ninguém, pelo que ocorreu com a esposa.

Neste momento, o viúvo ficou com dupla missão de cuidar de três filhos e três netas, enquanto espera pelo desfecho do processo em que Jó, foi a quarta vítima.

O que o SIC descreve sobre a suspeita que terá degolado o pescoço de crianças e jovens no distrito da Camama, em Luanda?

Recordar que, na altura da detenção do acusado, isto em Maio de 2023, o Porta-Voz do SIC Luanda, Fernando Carvalho revelou que o cidadão em causa havia degolado o pescoço de crianças e jovens com idade compreendida entre os 11 e 18 anos.

Destes, dois morreram, nomeadamente: Francisco António Jorge Jr. e Evânia António Magalhães de 16 e 14 anos de idade, respectivamente.

O indivíduo que terá cometido homicídios, em posse de uma faca de cozinha, terá feito a sua primeira vítima no bairro Barry, isto é, no distrito Urbano da Camama.

No decorrer das investigações,segundo Fernando Carvalho, apurou-se que o mesmo desenvolveu tal acção, por motivação de crenças satánicas com a missão de assassinar 12 pessoas, começando com menores e evoluindo para pessoas adultas.

Na altura da detenção, o suspeito tinha 22 anos de idade.

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