Caso Kamukotele: ENTEADO CONFESSA QUE MOTIVAÇÃO DO CRIME FOI A INDEMNIZAÇÃO RECEBIDA PELO PADRASTO

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Apurou o Jornal O Crime, de fonte próxima à família, que o assassinato de Anderson Kamukotele, 51 anos de idade, só não aconteceu há mais tempo devido às suas constantes saídas. 

Maiomona Paxe

De acordo com a nossa fonte, está claro que o mote do crime é o dinheiro da indemnização que Anderson recebera, cerca de $US 500.000,00 (quinhentos mil dólares americanos), da British Petroleum (BP), como, de resto, Edilásio Wander Fortes, o enteado da vítima e principal suspeito, havia confessado em interrogatório no Serviço de Investigação Criminal (SIC). 

Aliás, revela ainda a fonte, a ambição e o desejo de ser o único herdeiro de todos bens fizeram com que Wander arquitectasse o plano macabro de acabar com a vida do homem que o criara, do irmão mais novo e, inclusive, da própria mãe, Elizabeth Manuel, que também figurava na sua lista. 

Caso viesse a consumar-se a morte da mãe, Wander seria o herdeiro legítimo da herança adquirida pela mãe, devido à morte do cônjuge, algo que não veio a acontecer, pois, o plano foi frustrado pelo SIC, pese embora não puderam evitar o assassinato dos três membros da mesma família, que foram a enterrar a 29 de Maio, no cemitério do Benfica, num funeral marcado por momentos de turbulência e desordem, onde agentes da Polícia Nacional, afectos ao Comando Municipal de Belas, foram obrigados a intervir. 

Durante a reconstituição do crime, nas instalações do SIC- Luanda, Ludy Justino, comparsa de Edilásio Wander, confessou que o plano já havia sido arquitectado desde 2020 e só não se concretizou antes por conta da presença de uma prima de Wander que estava a passar uma temporada na casa da família Kamukotele na altura. 

No entanto, como a ambição não podia esperar mais, decidiram aproveitar a ausência da esposa para prosseguir com o plano. Após o assassinato do padrasto, o meio-irmão o sobrinho de 9 anos, que se encontrava na hora errada e no lugar errado, o plano era pôr fim à vida da mãe, para que ele herdasse tudo e dividisse com o comparsa. 

Entretanto, a grande questão tem precisamente a ver com o facto de como Wander ficou a saber dos valores da indemnização que o padrasto recebera, já que fazia tempo que fora  expulso de casa por má conduta e desavenças com o padrasto. 

Contactada para mais esclarecimentos sobre o assunto, Elizabeth Manuel, esposa de Kamukotele e mãe do principal suspeito, referiu não estar em condições de se pronunciar sobre o caso e que deixa tudo nas mãos do SIC. Além das desconfianças que agora paira entre as duas famílias, uma vez que do lado do malogrado acusam a viúva de estar envolvida na morte do marido, cogita-se, também, que além de Edilásio Wander Fortes e Ludy Justino, presos na Comarca de Viana, haja um terceiro elemento, este, no entanto, pertencente à família do malogrado que terá, também, participado da acção criminosa, embora até ao momento não tenha sido identificado. 

De acordo com alguns familiares do malogrado, as contas bancárias de Anderson permanecem intactas desde a sua morte. 

Disputa pelos bens do malogrado 

Se para Edilásio Wander Fortes a ideia era ser o único herdeiro, já a sua mãe tem encontrado sérias dificuldades, junto da família do  esposo, para ter a sua parte da herança. 

Segundo a fonte que vimos citando, a família do malogrado tenciona expulsar a quela de casa, no condomínio Vereda das Flores, e, inclusive, receber todas viaturas deixadas pelo malogrado. 

“Esposa é a herdeira legitima”

De acordo com o jurista Gildo Isaías, uma vez que o malogrado já não tem nenhum descendente vivo, a esposa, à luz da lei, casada em comunhão de bens, é a principal herdeira.

No entanto, acrescenta o jurista, a se confirmar as suspeitas que aludem contra ela, será considerada, à luz do art. 2034º, alínea a) do Código Civil, incapaz, por indignidade, de receber a herança. Do referido artigo, explica Gildo Isaías, extrai-se que carece de capacidade sucessória, por motivo de indignidade: o condenado como autor ou cúmplice de homicídio doloso, ainda que não consumado, contra o autor da sucessão ou contra o seu cônjuge, descendente, ascendente, adoptante ou adoptado. 

Caso viesse a consumar-se a morte da mãe, Wander seria o herdeiro legítimo da herança adquirida pela mãe, devido à morte do cônjuge, algo que não veio a acontecer, pois o plano foi frustrado pelo SIC, pese embora não puderam evitar o assassinato dos três membros da mesma família, que foram a enterrar a 29 de Maio, no cemitério do Benfica, num funeral marcado por momentos de turbulência e desordem, onde agentes da Polícia Nacional, afectos ao Comando Municipal de Belas, foram obrigados a intervir. 

A esposa do malogrado, acusada de ser a principal mandante do crime, foi expulsa de primeira instância pelos familiares da vítima e o facto de os mesmos não quererem a permanência de nenhuma família daquela no local fúnebre gerou confusão, tendo sido efectuados disparos pelo corpo de segurança interna do condomínio, a fim de tomar o controle da situação.

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