CASSEQUEL DO BURACO: Moradores solicitam construção de esquadra Policial no interior do bairro

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Aumenta a insegurança aos moradores do Cassequel do Buraco, em Luanda, depois da vandalização da esquadra móvel do Cassequel Teixeira, bem como o aumento de assaltos à luz do dia. Para garantirem a sua segurança, os munícipes imploram pela construção de uma esquadra no interior do bairro.

Leal Mundunde

Cassequel do Buraco é um dos bairros do distrito urbano da Maianga, em Luanda, situado nas imediações do Aeroporto doméstico.
Dada a sua extensão, os moradores acreditam que, com a construção de uma esquadra no interior do bairro, ajudará no combate à criminalidade e no controlo dos processos que venham a dar entrada periodicamente.
A colocação de esquadra móvel, como tem acontecido, acreditam não ser a opção ideal, em função do número reduzido de efectivos e meios que comporta.
O morador Alexandre Paulo recorda com tristeza o incidente que ocorreu por volta das 16 horas, do passado dia 9 de Dezembro de 2022, após o desentendimento entre vendedeiras e agentes da Polícia no Cassequel Teixeira.
Na ocasião, a zungueira identificada por Tia Cheili, foi alvejada mortalmente por um afectivo da corporação, depois do suposto desentendimento que se verificou entre autoridades policiais e as comerciantes.
A situação criou revolta aos cidadãos, tendo terminado na vandalização da esquadra móvel situada naquele local.
Na óptica de Alexandre Paulo, que lamentou a situação, “se fosse uma esquadra definitiva, a Polícia, tendo todo o seu aparato, faria melhor o trabalho”, e evitaria com que ocorresse a vandalização da esquadra móvel, que foi deitada na vala de drenagem pela população.
Minutos depois, de acordo com as testemunhas, a “fúria” da população era tanta, ao ponto dos efectivos presentes naquele dia, terem abandonado o perímetro. Uma situação, condenada pelos entrevistados, que consideram haver indivíduos que se aproveitaram do ambiente, para cometerem desordem.
“Queremos uma esquadra construída de raiz, em que as pessoas terão onde se dirigirem para fazerem uma queixa, localizar um processo com facilidade, e não é uma esquadra móvel, que a qualquer momento pode ser retirada do local”, exortou Orloque Catumbira.
O morador, recorda que incidentes entre Polícia e a população têm sido recorrentes no Cassequel. A título de exemplo, em 2021 verificou-se em três ocasiões. “Em 2022, no meio do ano também aconteceu um facto do género”, recordou.
Nicolau Cidade, por sua vez, disse que antes da esquadra recentemente vandalizada, havia uma outra que deixou de existir depois da destruição que ocorreu, em função da morte de um menino por parte de um efectivo da Polícia Nacional.
Para que não venha a se verificar tais situações, os populares acreditam que a edificação de uma esquadra de raiz é uma solução que as autoridades deviam pôr em prática.
Assaltos à luz do dia aumentam no Cassequel do Buraco
Alexandre Paulo afirma que aumentou, actualmente, o sentimento de insegurança no bairro, pois, comparativamente ao passado, os assaltos têm sido frequentes, até à luz do dia, o que os deixa preocupados.
“Os marginais encontram as pessoas a conversarem, rendem-nos com armas de fogos ou branca e recebem os telemóveis”, desabafou Alexandre Paulo, morador do bairro, tendo garantido que “quase” não têm protecção dos afectivos da esquadra móvel, que não conseguem alegadamente efectuarem patrulhamento em todo o perímetro.
Para Orloque Catumbira, muitos dos indivíduos que praticam acções criminosas não residem no Cassequel do Buraco, “vêm da zona da Calemba, Cavop e bairro Malanjino”.
Nicolau Cidade acredita que, a situação pode ser resolvida caso se construa uma esquadra no bairro, o que permitirá com que os agentes da Polícia Nacional, efectuem patrulhamento em todas as ruas com maior facilidade, em função do número dos efectivos.
Recorda, que o Cassequel do Buraco é um bairro que não contem becos e a realidade, facilita o trabalho dos “homens da farda azul”.
Os moradores lembram com nostalgia a época em que circulavam livremente nas ruas do bairro, sem temerem que os “homens do alheio” aparecessem e levassem os seus meios.
Actualmente, diferente dos anos anteriores, entrar no bairro a madrugada já é um risco, como fizeram saber os nossos interlocutores.
Até ao fecho desta reportagem, vários contactos foram efectuados com o Porta-voz da Polícia Nacional, em Luanda, o Superintendente Nestor Goubel, que prometeu falar ao Jornal O Crime, mas o facto não ocorreu.

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