Como Leandro brinca com o frágil Sistema de Segurança Nacional

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João de Deus Gomes dos Santos, vulgo Leandro Arrop, o suposto homicida mais procurado do país, goza com o frágil e corrupto Sistema de Segurança Nacional. Há 10 dias foragido da justiça, tem o desplante de ligar para quem quiser sem ser apanhado, isto é, mostra-se bastante seguro, o que deixa claro que tem sob controlo o andamento das investigações para a sua localização.

Por: Engrácia Francisco

Segundo o jornalista Salu Gonçalves, recebeu ontem, 17 de Fevereiro, uma chamada telefónica do homem mais procurado do país, Leandro Arrop, para se defender das acusações que recaem sobre si. Ao telefone, segundo aquele jornalista, Leandro terá manifestado sua inocência.

De acordo ainda com Leandro, em sua própria defensa, terá dito que não matou o Teodoro, uma vez que quando chegou à festa, já encontrou a vítima inanimada no chão e nem sequer chegou a tocá-la. Questionado pelo jornalista por que razão se encontra em fuga, se realmente não fez nada, disse que: “Só me escondi com medo de ser preso e de sofrer retaliação pelo que estão a dizer que fiz”.

No final da conversa, Leandro terá dito que os seus advogados já estão a tomar conta do caso e se pronunciarão brevemente.

“Leandro mentiu”

Ouvido por este jornal, Rafael da Cunha, irmão mais velho do malogrado, disse taxativamente que Leandro mentiu. “É uma péssima pessoa e está a contradizer-se. Se ele não tem nada a ver com a situação, devia dar a cara e apresentar-se às autoridades”, disse.

Por outro lado, fazendo fé no que diz, apresentou um áudio onde alega ter mantido uma conversa com Leandro antes do seu irmão morrer. No áudio, ouve-se o agora foragido da justiça a confessar ter também agredido o malogrado com um pontapé na região da barriga, quando o mesmo já se encontrava inanimado no chão.

“A única coisa que a família quer é que ele pague pelo que fez na justiça, não vamos fazer justiça por mãos próprias”, declarou.

Como os 4 irmãos saíram de Angola

Segundo fontes deste jornal, Leandro e os irmão terão saído de Luanda no dia 8 de Fevereiro, isto é, no mesmo dia em que foi declarada a morte de Teodoro da Cunha. Em companhia dos irmãos, Leandro deslocou-se até à província do Cunene, com apoio de um primo policial afecto à Brigada Moto, que conduziu a viatura em que eles seguiram até a Namíbia.

No Estando na Namíbia, os irmãos terão se dividido em dois grupos, isto é, dois seguiram para Europa e outros dois permaneceram num dos países africanos onde os mesmos possuem nacionalidade. Por outro lado, enquanto esteve no país, Leandro ainda contou com o apoio do seu primo do Serviço de Investigação Criminal, superintendente Teodoro Pereira Tavares, que, mesmo o bairro Morro Bento não ser sua zona de jurisdição, enviou dois efectivos à Clínica Multerfil, supostamente a pedido de Leandro, para averiguarem o estado clínico da vítima Teodoro da Cunha.

No dia 6 deste mês, aquando do seu internamento, na Clínica Multiperfil, em Luanda, o malogrado Teodoro da Cunha foi visitado por dois agentes do Serviço de Investigação Criminal afectos ao Comando Municipal do Talatona.

“Enquanto o meu irmão esteve internado, domingo, às 9 horas, apareceram dois agentes do SIC-Talatona a mando do chefe Teodoro, que é o responsável do SIC no Talatona, para saber como o meu irmão se encontrava”, recorda Rafael da Cunha, irmão do malogrado.
Segundo as testemunhas presentes no local, os agentes não fizeram identificação pessoal, mas, com os seus coletes do Serviço de Investigação Criminal, alegaram que foram mandados pelo director do Serviço de Investigação Criminal do município do Talatona, superintendente Teodoro Pereira Tavares, a fim de averiguar o estado clínico do jovem Teodoro.
Durou apenas minutos a presença dos agentes do SIC na clínica, ou seja, após a vítima dar entrada à unidade hospitalar, os efectivos não colheram qualquer depoimento dos participantes da festa e nem sequer da família da vítima.
“Eles não tinham qualquer interesse em saber nada sobre o processo algum, até porque naquela altura ninguém tinha aberto um processo-crime sobre o sucedido”, disse.

“A verdade é que o Leandro ligou para o primo, que é director do SIC do Talatona, que de imediato mandou para a clínica o pessoal dele para averiguar a situação”, acrescentou a nossa fonte.

Na altura da ocorrência, a família da vítima não tinha prestado qualquer declaração à Polícia Nacional. “Estávamos muito preocupados com o estado de saúde do meu irmão, que não tive cabeça de ir a uma esquadra e abrir a participação, mas espantou-nos pela manhã a visita que agentes do SIC fizeram ao Teodoro e, como se não bastasse, tratou-se agentes afectos ao Comando Municipal do Talatona, que nada têm a ver com o caso que tinha ocorrido no território de Luanda”, indagou-se Rafael da Cunha. “Não vimos necessidade de apresentar queixa no mesmo dia do sucedido, porque o Leandro se predispôs a arcar com os gastos do hospital e não vimos problema nisso”, sublinhou.

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