Continua foragida: CIDADÃ QUE QUEIMOU O FILHO POR CAUSA DE MIL KWANZAS

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Continua incerto o paradeiro da cidadã Mariana Namissole Horácio, de 28 anos, que, recentemente, ateou fogo ao próprio filho, de apenas 7 anos de idade, por, alegadamente, ter furtado AKZ 1000, e que veio a falecer dias depois, no Hospital Especializado ‘Neves Bendinha’, no Zango 2.

 Por: Engrácia Francisco

Depois de atear fogo ao próprio filho e temer que viesse a ser vítima de espancamento por parte de familiares e vizinhos, Mariana colocou-se em fuga e, até ao momento, o seu paradeiro é ainda desconhecido. Segundo apurou ‘O CRIME’, nem no funeral do filho se fez presente, estando, agora, a ser procurada pelas autoridades.

O incidente ocorreu na manhã do passado dia 15 do mês em curso, no bairro Cassequel, Distrito Urbano da Maianga, em Luanda. Depois de, na noite anterior ao caso, a jovem mãe ter chegado, em casa, em estado de embriagues, segundo relato dos próprios familiares, ao amanhecer Mariana intimou os três filhos, menores, sobre um alegado sumiço de 1000 kwanzas, restante de um total de três mil que, no dia anterior, o esposo a havia entregue.

Incapazes de satisfazerem os intentos da mãe, os menores limitaram-se a dizer que nada sabiam a respeito, ponderando a possibilidade de ela mesma, a mãe, ter gasto durante o convívio com as amigas.

Insatisfeita, lembrou Tininha Golombole, a mais velha dos três filhos de Mariana, com de 10 anos, que a jovem ameaçou queimá-los, todos, caso não aparecesse o dinheiro. Felizmente para ela e o outro irmão, pois ficaram a salvo, já Gabriel Golombole não teve a mesma sorte. Segundo fez saber a menor, com recurso a um mosqueteiro, a mãe amarrou as pernas e braços do petiz, bem como cobriu a sua boca com o mesmo material.

O que veio a seguir, revelou Tininha, era inimaginável uma mãe fazê-lo com o próprio filho, por causa de míseros 1000 kwanzas, que ser tinha a certeza de que fora o menor a surripiá-lo.

“Jogou petróleo sobre o seu corpo e depois, com uma caixa de fósforos, ateou fogo ao Gabriel”, explicou, enquanto recordava, com agonia, o episódio protagonizado pela mãe.

Gabriel Golombole, 7 anos, chegou a ser socorrido pela avó, que o levou de emergência ao hospital Américo Boa Vida, no Rangel, onde depois de receber os primeiros socorros, foi transferido para a unidade especializada, no Zango 2, onde veio a falecer no dia 21 de Outubro.

O caso está agora às mãos das autoridades, tendo já sido aberto um processo-crime, acoberto do n. º 1775/020 NB, na 29. ª esquadra, vulgarmente conhecida “Chapinha”, no Cassequel. Aliás, em conversa, em off, com o comandante da referida unidade, ficamos a saber que os agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), terão já efectuado diligências a fim de que se possa proceder à detenção da suspeita.

Pese embora, já se ter passado pouco mais de duas semanas, desde que se deu o incidente, o responsável tranquilizou a família, garantindo que tudo está a ser feitos para se identificar o paradeiro e, possivelmente, a detenção da mesma.

Sociólogo dá como “triste” o acto desta cidadã

Convidado a comentar o triste incidente, o sociólogo e professor universitário, José Capingala Ventura começou por adjetivar a acção praticada por aquela jovem mãe como triste, repugnante, e horrendo, tendo em conta a forma como ela, alegadamente, praticou tal crime. “É, infelizmente, um acto horrendo e deplorável a todos os títulos. Acredito que a respectiva mãe deverá responder pelo crime”, disse.

José Capingala diz que as famílias, infelizmente, relegaram para segundo plano o mais importante… a educação. “As famílias relegaram em segundo plano o principal factor para o bem-estar dos seus… a educação – e perdemos os valores fundamentais que passam pelo respeito à vida”, elucidou, sublinhando que, por isso, acabamos nos esquecendo que é através das nossas atitudes e permissividades que criamos o que este sociólogo chama de “os nossos delinquentes”.

Para José Capingala, urge a necessidade de se regatar a mística familiar. “Infelizmente, estamos a perder os nossos valores, por isso colocamos à escravidão os nossos parentes e, no seguimento de um deslize, como que a do menino, que terá, eventualmente, tirado por engano os mil kwanzas, enveredamos logo na violência extrema”, notou, para, no fim, reiterar a necessidade de um diálogo permanente no seio familiar.

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