CORPO DE JOVEM APARECE CARBONIZADO NO ICOLO E BENGO

0
1276

Alexandre Kissanga Trosso, ou Eliseu, como era tratado pelos mais chegados, mototaxista de 27 anos, foi dado como desaparecido pelos familiares no sábado, 17 de Julho e, quatro dias depois, o seu corpo foi encontrado no bairro Camizungo 1, município do Icolo e Bengo, em Luanda, com ferimentos de catana e carbonizado.

 Maiomona Paxe

Os autores deste acto bárbaro são ainda desconhecidos, mas de acordo com as autoridades locais, foram detidos quatro cidadãos suspeitos, pois foram vistos por munícipes a circular na zona onde foi encontrado o corpo e, em declarações ao Serviço de Investigação Criminal, não souberam precisar o que de concreto faziam no local. 

 “Tinha esperança de que ele estivesse vivo, amarrado em algum lugar, mas vivo… Fiquei abalada, completamente descontrolada… Meu marido foi morto como um animal, ele nunca fez mal a ninguém, era trabalhador e temente a Deus… A raiva tomou conta de mim, mas não desejo o mesmo aos criminosos, apenas que eles sejam presos e condenados”, desabafou a mulher.

Segundo o que apurou o jornal O Crime, o corpo de Eliseu foi encontrado num matagal, na zona do Camizungo 1, km 44, no dia 21 de Julho, carbonizado, com as mãos amarradas e sinais de espancamento e ferimentos de catana.

Em declarações, as autoridades locais afirmam que as diligências do processo n.º 831/021/IB estão em andamento e, tão logo sejam confirmados os verdadeiros autores deste acto horrendo, serão detidos e presentes ao Ministério Público, sendo que responderão pelo crime de roubo concorrido com homicídio.

De acordo com a esposa do malogrado, Helena Adão Manuel Trosso, Eliseu foi visto pela última vez, por volta das 16 horas de sábado, 17 de Julho, próximo de Catete, quando transportava cargas de uma cliente na sua “kupapata”, sendo que, após deixar a senhora no seu destino, já não se sabe o que terá acontecido.

Naquele dia, conta, o marido levantou cedo e foi trabalhar, como sempre, tendo ficado combinado entre ambos que aquele trabalharia apenas no período da manhã, pois, à tarde iriam à igreja. “Fiquei preocupada, porque ele nunca fez isso, é uma pessoa responsável e sempre que tivesse de chegar tarde em casa, avisava”, explicou. 

Passadas algumas horas sem notícias do marido e a família sem saber de facto o que se passava, Helena começou a procurá-lo nas paragens onde aquele frequentava e nas esquadras locais, pois julgavam que teria sido preso, já que, em casas de amigos, o mesmo não se encontrava. 

Mais tempo passava e as preocupações aumentavam, seguindo vários alertas nas redes sociais. Todavia, o que se temia acabou por se confirmar: o corpo do jovem foi descoberto por uma cidadã que passava no matagal e sentiu um cheiro desagradável e informou ao soba da área que, tendo o conhecimento do desaparecimento, informou aos familiares. “E era mesmo o meu sobrinho”, afirmou Alves Alexandre Domingos, tio da vítima, que acrescenta que o encontrou com o rosto desfigurado.

O corpo foi encontrado num matagal por volta das 11 horas em estado avançado de decomposição e removido por volta das 15 horas pelo Serviço de Investigação Criminal para a Morgue Central de Luanda. 

 “O meu irmão não merecia morrer desse jeito, era uma pessoa batalhadora e responsável, ajudava sempre as pessoas”, disse Antonica Bartolomeu João Trosso, que posteriormente clamou por justiça.

Bartolomeu João Trosso, pai da vítima, pede às autoridades encarregues no processo que façam uma investigação a fundo, para que se esclareça o caso, levando os culpados às barras do tribunal. “Que o SIC faça o seu trabalho e coloque os assassinos na cadeia, pese embora não trará meu filho de volta”, disse.

Até ao momento, não há sinais da motorizada de três rodas que o malogrado conduzia e, uma vez que é nova, sem nenhuma documentação nem chapa de matrícula, teme-se que isto constitua um impasse para a sua recuperação, cogitando-se, que Alexandre Kissanga Trosso terá reconhecido os seus algozes e, por isso, não lhe foi poupada a vida. 

Segundo os munícipes, é a primeira vez que acontece morte do género na localidade, não obstante o roubo de motorizadas ser constante. “É comum as motas serem roubadas, mas os motoqueiros são amarrados e deixados vivos em algum lugar”, disse Adriano Mendonça, amigo da vítima.

 “Tinha esperança de que ele estivesse vivo, amarrado em algum lugar, mas vivo… Fiquei abalada, completamente descontrolada… Meu marido foi morto como um animal, ele nunca fez mal a ninguém, era trabalhador e temente a Deus… A raiva tomou conta de mim, mas não desejo o mesmo aos criminosos, apenas que eles sejam presos e condenados”, desabafou a mulher.

Conhecido por ser bondoso e solidário, casado apenas três meses e sem filhos na relação, Elizeu deixa viúva e um vazio no coração daqueles que o tinham como um exemplo a seguir.

Comentários do Facebook

Leave a reply