DEPOIS DAS DECLARAÇÕES AO JORNAL O CRIME: RÉUS DO CASO DR. LAURINDO VIEIRA NEGAM TAMBÉM EM TRIBUNAL AUTORIA DO CRIME

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Conforme rejeitaram em declarações ao Jornal O Crime, dois dos cinco Réus suspeitos de terem morto o Dr.Laurindo Vieira,também negaram na passada terça-feira, 6 de Agosto, em pleno tribunal, as acusações que lhes são imputadas.Profissionais de diversos sectores da sociedade, apelam inclusão de especialistas independentes no processo.

Leal Mundunde

Dr.Mário Kabeya

Hélder de Carvalho “Pambala” e Adriano Júnior “Mula” dois dos cinco suspeitos do assassinato do Sociólogo Laurindo Vieira reiteraram, no primeiro dia do julgamento no Tribunal de Comarca de Belas, no Benfica, que chegaram de assumir autoria do crime, num ambiente de agressão física e ameaças de morte por parte dos Efectivos do SIC, sendo o envenenamento um dos métodos.

“Fui espancado, colocaram a pistola na cabeça e diziam que iria morrer”, recordou.

O julgamento mediático do caso Dr.Laurindo Vieira, cuja morte ocorreu no pretérito dia 11 de Janeiro, na zona do Patriota, quando alegadamente terá sido surpreendido por marginais quando saía de uma dependência bancária, continua a trazer várias reações, de cidadãos que desconfiam, que os quatro suspeitos apresentados no dia 14 e 19 de Janeiro, não são os verdadeiros autores.

Estas afirmações contrariam os dados divulgados pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), a 19 de Janeiro, segundo as quais, Mula e Pambala, são alguns dos autores do assassinato, cujo disparo mortal de acordo a este órgão de investigação Criminal, terá sido efectuado por Pambala.

As dúvidas aumentaram, após a Reportagem vinculada pelo Jornal O Crime, onde Hélder de Carvalho “Pambala” e Adriano Júnior “Mula”, dois dos cinco suspeitos, pela primeira vez, sem pressão, antes de chegarem ao tribunal, negaram o seu envolvimento neste homicídio.

Adriano, em plena audiência afirmou que os agentes do SIC bateram com força a sua porta de casa, agrediram-no, partiram um cabo de vassoura nas suas costas e efectuaram vários disparos de arma de fogo enfrente a sua família.

Hélder de Carvalho, avançou que na data da sua detenção, estava sim no Zango 8.000 a almoçar, dentre os vários momentos vividos, um dos agentes do SIC, fez disparo de arma de fogo que atingiu o seu braço esquerdo.

No Tribunal o Juiz deu a conhecer que os réus quando foram ouvidos no Ministério Público, confirmaram serem os responsáveis do acto e no final, assinaram o processo, mas passados vários meses, ambos rejeitam categoricamente.

Acusados que clamam por inocencia

Questionados em tribunal, se tinham em mente o nome dos agentes do SIC que os agrediram e exigiram que supostamente fizessem declarações falsas, foi citado um: “agente Gelson. Tudo indica que poderá ser chamado como declarante neste processo, caso seja identificado.

Adriano Júnior “Mula” de 33 anos de idade, explicou ainda no Tribunal, que foi levado em um lugar que caracteriza de secreto, cito na centralidade do Kilamba, chamado de Floresta, onde foi ameaçado que seria morto por envenenamento.

“Fui espancado, colocaram a pistola na cabeça e diziam que iria morrer”, recordou.

Com medo, sob tortura, teve de assumir autoria do disparo mortal.Dados estes, que o estimado leitor pode ler com maior profundidade na matéria que tornamos público neste jornal ( https://jornalocrime.com/ilnes/caso-dr-laurindo-vieira-supostos-assassinos-negam-autoria-do-crime/)

O julgamento prossegue e até ao seu fecho, serão ouvidos todos os acusados e outros actores que estejam ligados a este caso, por exemplo uma das funcionárias da dependência bancária que atendeu o Dr. Laurindo Vieira naquele fatídico dia.

De salientar, que continua por se esclarecer o paradeiro do outro suspeito, identificado por Camaro, citado também no tribunal, como sendo o quinto elemento que fazia parte do grupo, ou seja, o indivíduo que terá arquitectado o alegado assalto.

INCLUSÃO DE ESPECIALISTAS INDEPENDENTES NO PROCESSO

O Advogado Salvador Freire, o Psicólogo Paxi Pedro e o Presidente da Câmara dos Criminólogos de Angola-Orgão Profissional dos Peritos em Ciências Forenses, Mário Cabeya, face a resistência dos arguidos que se recusam em aceitar a autoria do crime, acreditam que a inclusão de especialistas independentes neste processo é uma das soluções que o juiz pode encontrar para a descoberta da veracidade dos factos.

Os especialistas esclarecem que existe sempre evidências para que se prove a participação de alguém ou não facto, não importa o tempo.

Relativamente a suposta tortura e ameaças de morte que os réus evocam, que terá sido perpetrado por efectivos do SIC, dada a sua experiência na advocacia, o Doutor Salvador Freire exorta aos advogados de defesa apresentarem evidências nas secções, para que se prove o que está a ser dito.

Outrossim, o disparo sofrido por um dos arguidos na data da sua detenção, pode ser uma das provas a serem divulgadas no Tribunal, desde que seja devidamente fundamentada.

A presença de um Psicólogo clínico por exemplo, é outra solução encontrada para determinar a verdade material, de acordo o Doutor Paxi Pedro.

Para o especialista em Psicologia, o diálogo com um Psicólogo ajudaria a resolver o problema, quer seja as suspeitas de torturas e ameaças de morte que foram denunciadas no primeiro dia do julgamento, confirmando o que os réus já haviam dito em exclusivo ao Jornal O Crime.

Com a inclusão de um Psicólogo nas próximas sessões a ter lugar no Tribunal de Comarca de Belas, no Benfica, seria um mecanismo ideal para o Juiz compreender caso tenha dificuldades, se os arguidos são culpados ou se eventualmente, há envolvimento de outras pessoas, como elementos do SIC, na morte do Sociólogo.

A inserção de especialistas da Câmera dos Criminólogo de Angola na fase do julgamento, caso haja interesse de quem esteja a conduzir o processo, também contribuirá para a descoberta da verdade material, segundo o Presidente desta Organização Mário Cabeya.

O Criminólogo esclarece que qualquer crime que ocorra, deixa sempre vestígios, por isso, um trabalho investigativo seguindo todos os procedimentos consegue-se determinar os verdadeiros responsáveis pelo assassinato do Sociólogo Laurindo Vieira ou de outro cidadão.

O Criminólogo Mário Cabeya, acredita que a inserção dos distintos especialistas vai permitir que haja transparência ou cumprimento da lei para o desfecho desta história mediática, cujo o desfecho ainda está longe de ser conhecido.

Nesta conformidade, os três especialistas esperam que haja lisura nas secções de modo que a justiça seja feita e presumem que os dois primeiros réus, estejam a falar a verdade, dada a forma como ocorreu o cenário apresentado publicamente pelo Serviço de Investigação Criminal,mas cogitam que os arguidos estejam eventualmente envolvidos em outros actos criminosos, diferente deste em que respondem em tribunal.

Os especialistas prestaram estas declarações, na última edição do programa O Crime na Rádio, emitido na Rádio Prenda, sábado, 10 de Agosto.

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