Ditadura: Cantora e influenciadora digital Neth Nahara condenada a seis meses de prisão por criticar PR
O Tribunal de Comarca de Luanda, Palácio Dona Ana Joaquina, condenou, na segunda-feira, 14, a cantora e influenciadora digital
Ana da Silva Miguel, vulgarmente conhecida por “Neth Nahara”, 31 anos, a uma pena de seis meses de prisão efectiva por ter produzido e publicado um vídeo nas redes sociais a criticar a má governação de João Lourenço.
A luz do Artigo 333.° do Código Penal Angolano, Neth Nahara foi detida pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) e levada a julgamento sumário na terça-feira,14, onde foi condenada a seis meses de prisão efectiva pelo crime de ultraje ao Estado.
Em tribunal, a arguida confessou ter feito o vídeo a ofender e a destratar o mais alto magistrado da Nação por se sentir frustrada e embriagada, mas salientou que não tinha intenção de injuriar o Presidente da República.
Ao tribunal, a influenciadora digital, afirmou, igualmente, que tinha noção de que as palavras proferidas teriam um grande alcance nas redes sociais.
Discutida a causa, o Ministério Público pediu a condenação da arguida “para que se faça justiça” por entender que “os factos se encontram provados” O juiz da causa Trutri António não permitiu, no julgamento, que a imprensa captasse imagens ou sons.
“Tudo visto em ponderado, o tribunal condenou a cantora Ana da Silva Miguel “Neth Nahara” a seis meses de prisão efectiva e ao pagamento de 100 mil kwanzas de taxa de Justiça”.
Francisco Muteka, advogado da cantora, disse que não recorreu da decisão e pediu à sua constituinte que mantenha um bom comportamento na prisão para que dentro de três meses seja posta em liberdade.
O advogado desistiu do recurso por entender que, caso o fizesse, a arguida ficasse mais tempo na prisão até que os tribunais superiores se pronunciassem sobre o recurso.
De referir que a cantora aparece no vídeo, que foi muito partilhado nas redes sociais, a criticar o Presidente da República João Lourenço
Aquela influenciadora digital tem estado envolvida em vários escândalos e polémicas nos últimos meses com diversas figuras públicas e políticas do País. A mesma, várias vezes, surgiu a reclamar que foi transmitida o vírus de HIV pelo dirigente do MPLA Higino Carneiro.
No tribunal e após condenação, a arguida mostrou-se bastante arrependida e pediu perdão ao PR antes de ser encaminhada para a Comarca de Viana. “Sua excelência, PR João Lourenço, sinto muito pelo ocorrido, estou bastante arrependida e peço a sua clemência”, suplicou.