EFECTIVOS DO SIC E FISCALIZAÇÃO SOB SUSPEITA NO ENVOLVIMENTO DE EXTORSÃO A COMERCIANTES NO CAZENGA

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Comerciantes de diversas nacionalidades, no município do Cazenga, Distrito do Hoje Ya Henda,em Luanda, queixam-se de extorsão constante, por parte de supostos efectivos do SIC e da Fiscalização, solicitando entre 50 a 200 mil kwanzas, verificando ou não irregularidades no estabelecimento comercial.

Leal Mundunde

São vários os Efectivos do Serviço de Investigação Criminal e da fiscalização do distrito do Hoji ya Henda, no município do Cazenga, acusados por responsáveis de estabelecimentos comerciais neste perímetro, de estarem envolvidos em cobranças ilegais de dinheiro.

Há 12 anos em Angola, um dos comerciantes de nacionalidade Guiniense , disse que quando chegam nos estabelecimentos, alguns nem sequer solicitam a documentação para confirmar se a instituição está devidamente legalizada e procuram irregularidades para no final, solicitarem valores que ronda entre 50 a 200 mil kwanzas.

Segundo o interlocutor, muitos comerciantes, sobretudo estrangeiros, entregam tais valores fruto de ameaças que sofrem por parte dos supostos elementos da fiscalização e do Serviço de Investigação Criminal. Estes últimos, que se apresentam armados, facilitando desta forma, a cedência dos valores, por medo.

De nacionalidade Maliana, este empresário, residente em Angola há 20 anos, socorreu-se da frase: “ninguém pode construir um prédio sem pilares”, para justificar que existe colegas seus cujos estabelecimentos comerciais, não estão devidamente legalizados, o que de certa forma, tem motivado a extorsão, dos supostos elementos do SIC e da Fiscalização do Cazenga.

O empresário Guineense, afirma que as vezes vêem duas, três ou quatro pessoas, alegando estarem no exercício de suas funções.Ao serem questionados para se identificarem e explicarem a natureza do trabalho que está a ser desenvolvido, diz que a resposta não tem sido positiva.” Você não tem o direito de perguntar o que viemos fazer aqui”, o que considera de abuso de poder.

“Por exemplo no final do dia, encontra a loja fechada, abre a loja e põe cadeado”, acresceu o comerciante reprovando o comportamento de certos Fiscais, o que deixa insatisfeito o cidadão de nacionalidade angolana, que espera mudança por parte dos mesmos e exerçam verdadeiramente o seu trabalho.

“Nós estamos aqui a sofrer no distrito do Hoji ya Henda.Nenhum comerciante vai dizer que está satisfeito”, lamentou um dos entrevistados.

Os comerciantes esperam que as suas preocupações sejam tidas em conta,pelo facto do problema ser antigo e supostamente ser do domínio das autoridades.

A outra inquietação, tem a ver com a segurança no município do Cazenga, fruto dos assaltos aos estabelecimentos, clientes e demais cidadãos, pelo que apelam o reforço da segurança pública.

DIRECTOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CAZENGA APELA AOS COMERCIANTES A RECORREREM A JUSTIÇA

O Director de Comunicação Social da Administração do Cazenga, Divaldo Gomes disse que o assunto não é do domínio desta instituição pública e apela aos responsáveis dos estabelecimentos a denunciarem os fiscais envolvidos em tais práticas.

“Procurem os órgãos de defesa e segurança, as instituições judiciais para procederem uma queixa formal de quem os extorquiu” aconselhou, justificando que o fiscal quando chega num estabelecimento o primeiro procedimento a seguir é a sua identificação.

Divaldo Gomes afirma que mediante esta medida, o comerciante tem elementos para determinar diante da justiça quem o extorquiu e exigir a consequente responsabilização.

A respeito dos estabelecimentos comerciais que não estão devidamente legalizados, afirma que o trabalho está em curso para que estes funcionem de acordo a lei.

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