Generais classificam de “jogo político” acusações de que a UNITA pretende desestabilizar Angola

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Duas antigas altas figuras da UNITA teceram duras criticas no fim-de-semana contra a direcção do principal partido da oposição angolana, que, em resposta, generais apelidaram de “jogo político”.

Fonte: VOA

Em conferências de imprensa separadas, em Luanda, Rui Galhardo Silva, antigo assessor de Jonas Savimbi, e Amadeu Conceição Cortez, tenente-coronel das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), antigo exército da UNITA, denunciaram a existência de planos do partido para fomentar manifestações contra o Governo e desestabilizar o país.
As reacções não se fizeram esperar por parte de generais ouvidos pela VOA.
Abílio Kamalata Numa, general na reforma oriundo das FALA e actualmente dirigente do maior partido na oposição, mencionado pelo antigo colega Amadeu Conceição Corte como sendo o líder do plano da UNITA para desestabilizar o país, nega a acusação e diz que este tipo de cenário é habitual em véspera de eleiçoes.
“Isto repete-se todos os anos antes das eleições, os angolanos deviam ficar um pouco mais atentos a estas manobras, em aparecem desertores da UNITA que são aliciados com casas, dinheiro, etc., e acusam a UNITA de tudo, mas quem está a desestabilizar Angola é a fome e a pobreza e não eu, um general na reforma, que nunca deixou de alertar o Estado para mudar a forma de fazer política no país”, afirma Kamalata Numa, quem devolve as acusações e diz que “esse indivíduo que nos acusa, ele tem fome, foi aliciado e eu só sinto pena dele”.
Outro general, mas das Forças Armadas de Angola e também reformado José Sumbo, diz não acreditar que no país haja alguém com capacidade para voltar ao passado de guerra.
“Tudo não passa de jogo político, também o aproximar das eleições em que sacrificam-se pessoas em termos de imagem, para mais tarde serem reabilitados, não acredito na desestabilização do país por esta via”, acrescenta Sumbo.
Por seu lado, Manuel Mendes de Carvalho Pacavira, mais conhecido por General Paka, corrobora a opinião de tratar-se de um “jogo político e jogo baixo” de camaradas do seu partido, o MPLA.
“Isto é subversão política feita por alguns camaradas do MPLA, não há nenhum tipo de ameaça, é falso, a orgia pelo poder leva a alguns membros do MPLA a criar estes cenários de instabilidade, eles deviam ter vergonha e lembrar que Angola não pertence a um povo, mas vários povos, e é preciso juntar todos para fazer a nação”, sublinha o general na reforma que pede “ao Comandante em Chefe para evitar criar este tipo de cenários”.
E conclui: “Queríamos que João Lourenço debatesse com Adalberto Costa Júnior as questões do país, isto é, o que queremos é não usar as forças de defesa e segurança para satisfazer desejos e caprichos”.

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