GREVE GERAL DA FUNÇÃO PÚBLICA:ALUNOS DO CASSEQUEL ESPERANÇOSOS EM FAZER PROVAS REGRESSAM A CASA DECEPCIONADOS
Os alunos do ensino público, no bairro Cassequel, tencionavam efectuar as provas do IIº Trimestre, regressaram tristes em casa, na manhã desta quinta-feira,21 de Março, devido a greve geral da função pública que decorre em todos os sectores a nível nacional.
Leal Mundunde
No bairro Cassequel, distrito Urbano da Maianga, em Luanda, os professores das escolas públicas aderiram em massa a greve,numa altura em que decorre a semana de provas.
Depois da quarta-feira, 20 de Março, os alunos terem voltado a casa sem terem feito as avaliações, em alguns ainda residia a esperança na mudança do quadro, por isso, na manhã de quinta-feira,novamente regressaram as instituições e o cenário foi o mesmo.
Os alunos com quem interagimos, disseram que que os pais exigiram que fossem a escola, sob protesto de perderem as provas, acreditando que poderia eventualmente existir um professor que fosse a instituição.
“Os alunos estão a ficar prejudicados”, disse Maria João, encarregada de educação, que optou em acompanhar o seu educando da 2ª classe,na escola do Iº ciclo do ensino secundário nº 1160 ex 2065.
Por exemplo, durante o período em que permanecemos naquela escola, nos deparamos com vários alunos que se dirigiam na instituição preparados para as provas.
Em grupo ou individualmente,voltavam tristes, por verem que a greve não havia terminado.
“De novo mais um dia sem provas?”, questionou um dos alunos tão logo observou os colegas fora da escola.
Miguel Adelino,caminhava sozinho trajado com a bata branca, saia da escola do estado na zona da Terra Vermelha, preocupado com mais um dia sem ter feito as provas.
O mesmo disse que poucos alunos apareceram face a paralisação que se verifica nas instituições da função pública.
Miguel, espera que esta fase termine imediatamente, por reconhecer que serão os mais prejudicados.
“Vamos estudar em casa para fazermos as provas assim que os professores voltarem”, acresceu,lamentando o facto dos seus colegas de escolas privadas estarem avançados.
A encarregada de Educação Maria João, afirmou que os seus vizinhos preferiram manter as crianças em casa.
A mesma, augura bom senso por parte do governo, para atender as preocupações dos trabalhadores.
Em função desta realidade que afecta as instituições da função pública, o Governo Provincial de Luanda, por via do Gabinete de Educação, informou que as avaliações do IIº Trimestre, retomam no dia 25 de Março.
Depois da UNTA-CS, CGSILA e Força Sindical, anunciarem a realização da greve nacional com duração de três dias, o Movimento dos Estudantes Angolanos(MEA), em jeito de solidariedade com as três centrais sindicais, apelou aos alunos no sentido de permanecerem em casa.
A pesar de reconhecer que a greve vai prejudicar os estudantes, o Secretário Provincial do MEA, em Luanda, Jonas Damião André Sebastião, defende que a medida é a mais acertada, tendo em conta aos objectivos elencados pela organização.
As três centrais sindicais defendem a revisão do salário mínimo nacional da função pública para corresponder com o custo de vida da população, implementação prática dos subsídios de isolamento e instalação em todos as localidades, bem como, o desagravamento do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT) na ordem dos 10 por cento e actualização dos subsídios previstos no sistema das prestações sociais (de aleitamento materno,funeral, de morte e abandono familiar), são algumas das reivindicações dos trabalhadores.
De recordar que, logo no primeiro dia de greve que teve lugar na passada quarta-feira, dia 20 de Março, a Polícia Nacional no Huambo e Bengo, detiveram três sindicalistas.