Jornalistas angolanos criam revista especializada em crimes ambientais
Um grupo de jornalistas angolanos, preocupados com as consequências dos crimes ambientais que vão ocorrendo pelo país, lançou ontem, em Luanda, uma revista digital denominada Folha Verde.
A publicação se propõe revolucionar a forma como são abordadas as mais variadas questões ligadas ao ambiente, com investigações e trabalhos jornalísticos capazes de mudar a forma como olhamos para a preservação ambiental.
António Francisco, director comercial e financeiro da revista, esclarece que o plano é evoluir para uma publicação impressa, assim que as condições financeiras permitirem.
Explicou que a escolha da data de lançamento deveu-se ao facto de se tratar de uma ocasião especial para Angola, por ocasião de mais um aniversário da Independência Nacional, e o arranque, em Baku, Azerbaijão, da COP29. “Um importante certame onde as atenções estão voltadas às mudanças climáticas -, Angola acaba de ver nascer uma publicação de especialidade ambiental”, frisou.
Segundo o promotor, a Folha Verde é uma revista ambiental que se propõe desenvolver um jornalismo investigativo, explorando maneiras inovadoras de relatar e apresentar histórias e envolver o público.
Numa primeira fase, o trabalho jornalístico estará disponível no site (revistafolhaverde.com), com fim único de reportar crimes ambientais, também conhecidos como eco-crime, isto é, qualquer forma de actividade ilegal – organizada ou não – que tem efeito directo e negativo no mundo natural.
Por ter surgido numa época de crise dos medias em Angola, tanto por razões políticas como pela perda de publicidade, a equipa desta revista está consciente de que as reportagens sobre crimes ambientais podem levar anos, pois resultam da combinação de técnicas de reportagem investigativa com jornalismo de dados, mapeamento geográfico e pesquisa minuciosa de registros públicos.
Enquanto isso, não serão descuradas as notícias que acontecem noutras partes do mundo e do continente, principalmente, ligadas ao meio ambiente.
“Os nossos critérios editoriais foram definidos tendo em conta à necessidade que há de se produzir reportagens ambientais robustas e envolventes, ancorada no jornalismo de soluções, neste momento crucial tanto para o ambiente quanto para o jornalismo”, frisou.
Sublinhou que “a nossa actividade circunscreve-se ao respeito escrupuloso dos princípios de informar com verdade, objectividade, isenção, rigor e sentido crítico”.