Jovem pastor da Igreja Pentecostal: ASSASSINADO AO RESISTIR A ASSALTO EM SUA RESIDÊNCIA

0
1386

Gaspar Manuel Monteiro, 30 anos, pastor da «Igreja Pentecostal, Reino do Fim da Terra», no bairro 6 Cajueiros, município de Viana, perdeu a vida depois de ser alvejado com um tiro no peito por um suposto assaltante de quem desafiara a matá-lo.

 Afonso Benjamim

D

e acordo com o que o Jornal O Crime apurou, o assalto ocorreu por volta das duas da manhã, do dia 9 do mês em curso, enquanto o jovem pastor e sua esposa, Celestina Lourenço Diogo, encontravam-se já a dormir, estando no quintal, no entanto, Vadinho Samba, amigo do malogrado, e sua amiga, com quem viviam.

Por essa altura, o suposto assaltante encontrava-se pendurado no gradeamento, do lado de fora do quintal, apontando uma arma ao casal, tendo-os ordenado que abrissem a porta se não quisessem morrer. “Eu, portanto, abri a porta e deixei-o entrar”, explicou Vadinho, acrescentando que uma vez dentro o alegado marginal exigia que o entregassem as chaves de uma motorizada que ali estava estacionada.

“Mas eu lhe disse que não as tinha e que não sabia onde poderia estar, pois, a moto não era minha”, retorqui Vadinho Samba para o desalento do alegado marginal. Enquanto este continuava a ser alvo de ameaças, a referida amiga com que conversava correu para dentro de casa, dando a conhecer o que se estava a passar ao pastor Gaspar Monteiro, e este não se fez rogar e saiu para constatar in loco o assalto em andamento.

Ao saírem do quarto, Cristiano, como também era tratado o pastor, juntamente com a sua esposa, depararam-se com o meliante apontando a arma ao amigo Vadinho. “Daí exigiu novamente a chave da motorizada, mas o Cristiano também explicou que não era o proprietário e que só estava a guardá-la em sua casa”, explicou o jovem, referindo, a seguir, que a resposta, porém, enfureceu o bandido tendo efectuado um disparo em direcção aos ocupantes da casa, mas, por sorte, a bala atingira a parede. 

Seguidamente, continuou, o suposto meliante ordenou-os que levantássemos a mota e colocassem fora do quintal – o que foi feito. “Eu e o malogrado levantamos a moto e a pusemo-la fora como havia ordenado”, elucidou, para depois dizer que assim que Cristiano, pastor, pós os pés na rua, correu rapidamente em busca de socorro a outros familiares e amigos que também residem na zona. 

Segundo a esposa e o amigo da vítima, a atitude do jovem pastor, no entanto, teria deixado o suposto bandido ainda mais irado, mas sem perder de vista o que aí tinha ido fazer, ordenando que os demais saqueassem a casa, trazendo a TV plasma e outros haveres para fora, junto à motorizada. 

Enquanto isso, Cristiano alertou amigos e familiares sobre o que se estava passar consigo, mas antes que aqueles o acompanhassem até ao local do assalto, o jovem regressou sozinho, enquanto gritava, desesperado, «gatuno, gatuno, gatuno»! 

“Cerca de cinco minutos depois ele chegou em casa, só que, dessa vez, confrontando o meliante com palavras e gestos”, elucidou Vadinho, lembrando que antes de sair o alegado bandido recebeu-os todos telemóveis e, enraivecido, disse ao pastor: “Eu vou te matar, estás muito teimoso”. Apesar das ameaças, o pastor não se calou, retorquindo em voz alta: “Mata-me, mas não levarás nada da minha casa”. Então, explicou Vadinho Samba, o suposto meliante apontou a arma ao jovem e, sem dó, nem piedade, disparou uma vez contra o lado direito do peito de Cristiano tendo ele sido projectado para atrás. 

A seguir o meliante retirou-se da casa e levou consigo a motorizada e os demais haveres da residência de que havia exigido que o entregassem, mas sem antes efectuar outros disparos para inibir possível retaliação.

O jovem pastor ficou caído no colo da esposa, exclamando, moribundo: “ele matou-me, ele matou-me”. Porém, disse, Vadinho, ainda foi a tempo de transportar o amigo, por si e por um cunhado daquele, até ao Centro Materno Infantil dos Mulenvos de Cima, de onde receberam a notícia, poucos minutos depois, do falecimento do jovem. 

Segundo ainda informações colhidas no local, há duas ou três semanas, a loja do malogrado, onde comercializava equipamentos de frio e climatização, havia sido assaltada. Mas, entretanto, explicou Vadinho, os meliantes tinham todos sido pegos pela Polícia. “Só que alguns deles voltaram à liberdade em poucos dias”.

Talvez, aventa o amigo, seja isso que tenha motivado o jovem pastor da «Igreja Pentecostal, Reino do Fim da Terra», a reagir ao assalto à sua residência tal como o fez. Gaspar Manuel Monteiro, de 30 anos, deixa viúva e dois filhos menores.

Comentários do Facebook

Leave a reply