MORTE DA FUNCIONÁRIA DA AGT COM NOVAS REVELAÇÕES: SIC apresenta presumível participante do homicídio

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O Serviço de Investigação Criminal (SIC), apresentou esta segunda-feira, 6 de Maio, um dos principais suspeitos envolvido na morte da funcionária da Administração Geral Tributária (AGT), Carolina da Graça dos Santos Cardoso, enquanto, que o autor do disparo foi morto no mesmo dia dos acontecimentos supostamente pela população, contrariando o dado inicial em posse deste jornal, que indicava a morte de dois envolvidos, por agentes do SIC.

Leal Mundunde

Chegam novas revelações relativamente a morte da cidadã Carolina da Graça dos Santos Cardoso, de 39 anos de idade, vítima da acção dos amigos do “alheio”, que disparam contra si na zona do abdômen, no Calemba II, concretamente na Sapú 2, no município de Viana, tendo morrido numa das unidades hospitalares de Luanda, isto no passado dia 26 de Abril, por volta das 7horas.

O presumível assalto, aconteceu concretamente na rua dos pilares Branco, para quem da acesso a zona da ENDE, uma via cheia de área e buracos, capim e quintais abandonados em alguns pontos .

Nesta zona, a pesar das características, a malograda regularmente circulava para levar os dois filhos e uma sobrinha, numa das instituições de ensino da zona.

Da escola onde estudam os filhos e a sobrinha facilitava a mesma chegar o seu local de trabalho, em Viana, conforme contou uma fonte familiar recentemente.

Nesta segunda-feira, 6 de Maio ocorreu apresentação do cidadão identificado por Hilário Cupeia Vital “Lukeny”, de 22 anos de idade(de cabelo alto) considerado como um dos principais suspeitos na morte de Carolina Cardoso, segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC).

O acusado, se fazia acompanhar numa motorizada com o jovem Joaquim da Silva João “Chigibril”que estava como pendura e alvejou a vítima com arma de fogo do tipo pistola.

De acordo aos dados em posse do SIC, durante o suposto assalto, numa acção que o Director do Gabinete de Comunicação Institucional e Impresa deste órgão de investigação criminal, Manuel Halaiwa considera de espontânea, os marginais interpelaram a malograda tendo solicitado os seus meios e na tentativa de fuga, dispararam a partir do vidro, numa altura em que a mesma havia baixado em função da perseguição.

Os marginais viam atrás da senhora provavelmente a partir da zona da Pumangol e quando chegaram na rua dos Pilares Brancos, dada a situação do perímetro, não permitiu a fuga.

“Dispararam a queima roupa, não resistiu aos ferimentos”, revelou outra fonte no local dos acontecimentos, que confirma que os vidros laterais da viatura eram “fumados”.

Quando foi atingida, embateu com a viatura de marca Mitsubishi Pajero, numa parede e com a pronta intervenção dos cidadãos, foi retirada do veículo, com as crianças.

Um dado obtido no local, por intermédio do senhor identificado por José da Costa, que ajudou a vítima a se dirigir a uma unidade hospitalar, tão logo ocorreu o acto, conta que a vítima em nenhum momento escolheu o hospital em que devia ser levada, como circulam as informações anteriores.

Segundo a fonte, no trajecto ainda pretendia falar,mas dada a situação em que se encontrava, a sua esposa, profissional da saúde, aconselhou que a mesma permanecesse calada, para evitar o esforço, em função do sangramento.

Numa primeira fase, a intenção foi levá-la ao Hospital Geral de Luanda, na zona do Camama, dada a proximidade, mas ao longo do percurso a sobrinha de Carolina, forneceu o contacto da mãe,irmã da malograda, que orientou para fossem a Clínica Multiperfil, justificando a eficiência no atendimento.

Alguns moradores que não aceitaram gravar entrevista, alegaram que, se a mesma fosse levada no Hospital Geral de Luanda, provavelmente não teria morrido.

José da Costa, trouxe um dado novo,se saber das motivações, quando chegaram ao hospital, as irmãs da vítima solicitaram em primeiro lugar o telemóvel, por isso, ligou imediatamente a um dos vizinhos, para que não retirassem nada do veículo e assim aconteceu.

A respeito do contacto, as fontes anteriores diziam que, a pesar do telemóvel de Carolina Cardoso possuir vários códigos, tudo fizeram para retirá-lo e portanto, permitiu com que comunicassem a um dos membros da família.

Manuel Halaiwa afirma que, após o disparo, os dois deliquentes puseram-se em fuga, tão logo perceberam a perseguição dos mototaxistas que os seguiram até a zona da Nice,que dá acesso a estrada principal, onde ambos tropeçaram e Chigibril não conseguiu escapar e foi morto pela população, enquanto o seu companheiro numa motorizada pós-se em fuga.

Esta informação, foi confirmada no local por vários moradores, o que contraria o áudio de uma das testemunhas postas a circular no mesmo dia, um dado que trás vários questionamentos.

“É um dos bandidos que estavam no Projecto Nandó”, a fazer acções ilícitas”, descreveu a testemunha no dia 26 de Maio.

“Os dois que mataram a senhora já foram mortos”, dizia no áudio que acção ocorreu durante intervenção dos agentes do Serviço de Investigação Criminal e em nenhum momento, falou dos populares.

A testemunha que diz ser moradora daquele bairro e que via sempre a vítima passar na sua rua, dizia ainda que “o batuqueiro que dá as pistas é que está com o SIC”.

Manuel Halaiwa disse que não se trata de dois mortos, mas sim,de um, neste caso, o autor do disparo, uma acção levada a cabo não pelos agentes do SIC, mas pela população que se sentiu revoltada com a situação.

Manuel Halaiwa diz que os mototaxistas perseguiram os dois deliquentes até a zona da Nice, que dá acesso a estrada principal, ambos tropeçaram e Chigibril foi molestado pela população e sucumbiu no local,tendo o seu companheiro escapado.

Este relato, foi confirmado por algumas pessoas com quem interagimos, enquanto outras diziam que não estavam no bairro na data do acontecimento e acrescentaram que os marginais não efectuaram disparos durante a perseguição dos moradores.

Depois de ser espancado alguém desferiu ao malogrado uma chave de fenda ao pescoço, tendo perfurado na parte traseira e permacendo fixado.

Para esta testemunha, quando a polícia chegou já não foi a tempo de impedir a retaliação.

Os dois suspeitos segundo o SIC antes da acção que vitimou Carolina Cardoso, realizaram três assaltos no mesmo bairro, onde roubaram telemóveis.

O SIC apresentou de igual modo, um dos coniventes dos assaltos, identificado por Anastácio Nhanga, de 20 anos de idade, que recebia os pertences roubados, com realce a telemóveis, pagava pelos serviços tão logo os recebia da mão dos presumíveis assaltantes.

Durante apresentação do receptador dos pertences roubados e de um dos envolvidos no crime, ambos não falaram a imprensa.

Os moradores garantem que a pesar de existir uma esquadra no bairro, a zona é crítica, pois acontecem vários assaltos, mas desta natureza raramente ocorre e presumem que os suspeitos conheciam efectivamente o trajecto da mesma, porque circulava constantemente naquele local e os mesmos conhecem perfeitamente o estado da via.

Carolina Da Silva dos Santos Cardoso, filha do brigadeiro Eduardo Avelino dos Santos Neto, adido de defesa junto da embaixada de Angola na Etiópia e Maria da Conceição Silva, nasceu a 27 de Maio de 1984, no Kilamba Kiaxi.

É licenciada em Gestão de Empresas e mestrada em Administração de Empresas, aos 39 anos de idade, foi a enterrar no cemitério da Sant’Ana, em Luanda, no dia 30 de Abril.

Carolina,que em vida trabalhou na AGT e na Alfândega de Angola, deixa viúvo e dois filhos.

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