NA VIGÍLIA MORADORES DO LOTE 1: clamam por amor e empatia por parte do governo

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Em protesto ao presumível realojamento na zona do Mayé-Mayé, os moradores do Lote 1, no Prenda, em Luanda, realizaram no dia 17 de Maio, uma vigília defronte ao edifício, numa altura em que, não se regista consenso entre as autoridades e as famílias, passados quase um mês, desde o tremor do imóvel.

Leal Mundunde

São vários os moradores do Lote 1, que desde as primeiras horas da passada quarta-feira, 17 de Maio, participaram de uma vigília, com  o objectivo de protestarem a forma como está a ser conduzido o processo, que visa o realojamento das famílias, em outro local, em função da degradação do edifício, que resultou no tremor da estrutura há cerca de um mês.

Durante a  vigília, os moradores aproveitaram para reflectirem em torno da situação que enfrentam, uma vez que dependem geralmente da solidariedade de parentes,  pessoas amigas e outras que se comoveram com os mesmos.
No período nocturno, com a presença de outras famílias que ao longo do dia não compareceram ao local em função das actividades laborais, de mãos dadas, como símbolo de unidade, orarem e o louvaram em comunidade, para pedirem ajuda Divina.

Para os moradores, a proposta inicial que obtiveram da administração municipal de Luanda, liderada por Milca Caquesse, consistia no realojamento provisório para o projecto habitacional do Mayé-Mayé, em Cacuaco.
Depois de analisarem as condições na zona, quer seja do ponto de vista da segurança, mobilidade, saúde, educação e outras que confere segurança as famílias, negaram a proposta, pelo que sugeriram, a centralidade do Kilamba, KK 5000, Edifícios da Cidadela Desportiva, Nova Vida e no Zango 8000. Até ao momento, proposta não aceite!
A Coordenadora da Comissão de Moradores Rosalina Augusto, residente no Lote 1, há mais de 30 anos, triste com a situação, espera que sejam transferidos para um local com maior dignidade para as famílias.
O morador Yuri Pinto defende que antes de serem realojados, nem que seja de forma provisória como sustentam as autoridades, o Estado deve criar as condições de habitabilidade e que se defina o prazo da permanência da população no local em causa.
Os moradores temem que o realojamento provisório que as autoridades defendem, seja somente uma estratégia para que consigam convencê-los a aceitarem a ida ao Mayé-Mayé.
Buscando as histórias de outras famílias que residiam em zonas de risco, garantem que a história foi a mesma e até hoje, continuam a residir em condições precárias, muitos em tendas e casas de chapas.

Ao longo da vigília, o Porta-voz da Comissão dos Moradores, Licínio Fortes disse que recentemente enviaram cartas em algumas instituições do Estado no sentido de ajudarem na resolução do problema, mas até ao momento, não obtiveram resposta.
Com o protesto, Licínio Fortes espera que haja feedback positivo, a favor dos moradores, uma vez que o processo já se arrasta a cerca de um mês.
Nasceu há 33 anos no Lote 1, Hipólito de Carvalho, esteve em casa no passado dia 22 de Abril quando houve o tremor do edifício, disse a nossa Reportagem, que nas residências do Mayé-Mayé, não cabem metade das mobílias que possuem.
A fonte refere que das constatações feitas ao Mayé-Mayé, observaram um facto preocupante, as fossas de algumas  residências  que não estão habitadas, encontram-se   cheias e a instalação eléctrica está próxima das chapas de zinco, considerado um perigo para as famílias.
“Muitos moradores têm as suas viaturas e mesmo que tivéssemos que fechar para formar um quintal, não caberia um carrito dos mais pequenos possíveis”, revelou.

Administração municipal de Luanda pede bom senso aos moradores


Numa altura em que os moradores revelam que não tem havido bom senso por parte das autoridades em reverem a proposta que os foi feito para o realojamento, administração municipal de Luanda, revela estar preocupada com o posicionamento da comissão de moradores.
De acordo ao Comunicado da administração municipal de Luanda distribuído a imprensa, na última reunião de concertação, a comissão de moradores recusou a solução encontrada para acolher as famílias neste período emergencial.
As autoridades pedem por sua vez, bom senso por parte dos habitantes do Lote 1, para que se efective o realojamento.
Em declarações ao Jornal o Crime, os moradores esperam que sejam transferidos para um local que confere segurança e com condições de habitabilidade e garantem estarem abertos para prosseguirem o diálogo com as autoridades.
“Tenhamos paciência, porque ainda que a justiça dos homens não funcione, vamos apelar para a justiça Divina, porque não se pode tratar desta forma, um cidadão que está a sair numa zona urbana e coloca-lo para um local sem condições”, acresceu a Coordenadora da Comissão de moradores Rosalina Augusto.
De referir que , neste grupo de cidadãos, há vários moradores com mais de 50 anos de idade, sendo que, alguns com problemas de saúde.
Actualmente, está interdito o acesso ao edifício devido ao perigo que apresenta e no seu interior, se encontram os pertences dos moradores.

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