NO BAIRRO 4 DE ABRIL: Agente da PN mata jovem a tiro
José Sebastião André “ZE.K”, de 32 anos de idade, morreu na madrugada da passada sexta-feira, 01, do corrente, no Hospital Geral de Luanda, após ser baleado na zona do abdômen, por um presumível agente da Polícia de Guarda Fronteira, durante o conflito que ocorreu num bar, no bairro 4 de Abril.
Leal Mundunde
Ernesto, irmão menor do malogrado, que na data do incidente esteve no local, disse que, naquele fatídico dia, apareceram jovens a efectuar confusão,mas José, não esteve envolvido.
Na tentativa da vítima acodir o amigo, surgiu um cidadão civil,mas armado, que efectuou disparos,sendo que um atingiu o irmão, na zona do abdômen, mas ainda houve tempo de ser levado ao Hospital, onde acabou por morrer.
Questionado se o irmão havia brigado com o autor dos disparos, respondeu que não.
“O jovem disse ao José: como eis o defensor do teu amigo, vou mostrar que eu sou mau,mas do que você e fez o disparo”, acresceu.
Sebastião José, pai da vítima,trás outro detalhe alegando que o conflito começou tão logo o amigo, indicou à distância que a jovem que estava com o acusado, tratava-se de sua ex- namorada.
Desconfiado, o autor dos disparos, que depois se confirmou que se trata de um Agente da Polícia de Guarda Fronteira, foi pedir satisfação, pois não sabia exactamente o teórico do diálogo, mas presumia que falavam de si.
Fruto da troca de palavras, dada a falta de entendimento, o Agente identificado por Sérgio, retirou a arma do tipo pistola e fez dois disparos inicialmente ao ar.
ZE.K como é chamado no bairro, optou em repudiar acção do cidadão, alegando ser um espaço público e que devia evitar acção do género, conta o pai,conforme apurou das tesemunhas.
Como não houve acordo entre as partes, Sérgio efectuou mais um disparo, desta vez, foi certeiro no abdômen,levando os presentes em pânico.
Na mesma hora, o jovem aproveitou o momento em que as pessoas tentavam socorre-lo e pôs-se em fuga com a namorada, até ao momento se encontram em parte incerteza.
Naquela madrugada, ainda houve tempo dos amigos e o irmão, solicitarem uma motorizada que levou o companheiro até ao Hospital Geral de Luanda, onde os médicos segundo a família, tentaram socorre-lo sem sucesso,acabando por perder a vida as 3 horas da manhã, do dia 1 de Março.
Há outra versão, fornecida por uma fonte que não quis se identificar, o suposto Agente de 35 anos de idade, agiu daquela forma para se defender.
Na altura, Ze.K, como narra a fonte, não se limitou a uma advertência verbal e partiu logo para agressão física, possivelmente desferiu duas bofetadas no rosto do cidadão, o que contraria a versão familiar.
Revoltado com acção, o efectivo do Ministério do Interior efectuou o disparo fatal.
“A pistola ainda encravou, carregou novamente e fez o tiro certeiro”,acresceu a nossa fonte, se houvesse calma dos dois lados, o pior seria evitado.
Depois dos populares descobrirem que a vítima acabou de perder a vida no Hospital, optaram em localizar o autor dos disparos, mas sem sucesso, por alegadamente não ser conhecido na vizinhança,mas conseguiram encontrar a casa da namorada.
No mesmo dia, a população revoltada, em jeito de fazer justiça por mãos próprias, chegou de destruir a residência da namorada do acusado.Não aconteceu o pior, porque a mesma havia se retirado com antecedência.
A nossa fonte, confirma que a casa não pertencia a jovem, pois, é um espaço arrendado.
A família fez participação ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) e até ao fecho desta matéria continua aguardar pelo resultado do processo.
Os familiares garantem que obtiveram a identidade do acusado, pois no acto da fuga deixou cair a fotografia, as cópias do bilhete e do passe, que pode facilitar a sua localização.
“Já tentamos fazer pesquisa e todos que estiveram naquele dia,ninguém conhece o jovem e nem a família”,disse a mãe Inocência Gonga, em lágrimas.
Enquanto desenvolviamos o trabalho, conseguimos obter outro dado, de outra fonte no bairro Militar, no distrito da Camama, local onde decorre o óbito.O Agente é conhecido inclusive por alguns amigos da vítima, que optaram pelo silêncio.
Neste ambiente de incertezas, a mãe de José Sebastião André, espera que o assunto seja esclarecido e que o autor dos disparos seja responsabilizado criminalmente.
“Queremos que apareça e sua família também, para ajudarem nas despesas do óbito”, exortou a mãe de Zezinho, como é chamado em casa.
José Sebastião André, caracterizado por uma pessoa alegre, trabalhador, deixa esposa e duas filhas menor de idade.