PODE OU NÃO SER HABITADO?
Passados mais de 90 dias, o Laboratório de Engenharia de Angola (LEA), continua sem apresentar a conclusão dos trabalhos realizados no edificio do Lote 1, no bairro Prenda, após registar um abanão em Abril. Moradores desconfiam que as autoridades estejam a ocultar o verdadeiro estado do edifício, para se efectivar a transferência dos mesmos para a zona do Maye-Maye, em Cacuaco.
Os moradores do edifício até então interditado pelas autoridades, não conseguem compreender as razões por detrás da não divulgação do relatório do LEA, que ditará de forma definitiva o realojamento ou não dos mesmos.
No entanto, o LEA ainda não se pronunciou sobre as dúvidas de haver ou não condições de habitabilidade do edifício. Silêncio que foi defendido pela a Administradora Adjunta para área Política e Social das Comunidades da Administração municipal de Luanda, Ecréusia Cavala, afirmando que o órgão encarregue de apresentar o relatório, “necessita de tempo suficiente para fazê-lo”.
“Aguardamos também que esta solução venha e enquanto isso, não temos nada a fazer, pois não cabe a nós aferir o estado do prédio a não ser o LEA”, esclareceu, para em seguida reforçar que o LEA não deve ser pressionado, justificando se tratar de “questões muito técnicas”, pelo que apela a devida compreensão dos moradores.
Enquanto isso, a administração municipal de Luanda, autorizou em Julho último, que treze inquilinos do respectivo edifício procedessem a retirada de seus pertences, com devido acompanhamento do corpo de Proteção Civil e Bombeiros; decisão esta que não abrangeu a todos, por se tratar de uma medida de grande risco.
Moradores descontentes com o posicionamento das autoridades
Após a autorização da administração municipal de Luanda, concedida a treze inquilinos para a retirada dos respectivos pertences no interior do edifício, os moradores se mostraram descontentes pela medida não ser efectivada para todos, alegando ser injusta a decisão, uma vez que o relatório do LEA ainda não foi concluído.
Diante disto, os residentes acusam as autoridades de ocultação de dados e presumem existir de facto condições para a habitabilidade no edifício. “Permitiram entrada de inquilinos, significa que o relatório já foi concluído”, frisou Cláudia Pinto, avançando que retornarão ao edifício, até que lhes sejam concedidos outro lugar diferente do Maye-Maye, em Cacuaco.
Os habitantes exortam às autoridades um processo célere, para se colocar um ponto final neste capítulo que já perdura há mais de três meses.
Inquilinos retiram pertences sem ter um lugar para viver
Os inquilinos que tiveram acesso ao edifício para retirar seus bens, alegam passar por várias dificuldades de encontrar outro lar para habitar, justificando o alto preço do arrendamento dos imóveis e, por conta disto, muitos foram obrigados a deixar os pertences em casa de parentes.
Edna Manuel, uma das inquilinas que teve o ensejo de retirar seus pertences, lembra que no interior, encontrou alguns bens danificados e outros em péssimo estado de conservação, em função do período que o apartamento esteve fechado. A moradora lamenta o facto de que, muitos dos seus vizinhos não têm onde dormir e alguns dormem em salas e corredores de casas de pessoas conhecidas, pelo que apela mais uma vez a compreensão e resolução das autoridades.
Autoridades reafirmam realojamento no Maye Maye
A Administradora Adjunta para área Política e Social das Comunidades da Administração municipal de Luanda, Ecréusia Cavala, garante que a solução até ao momento para o realojamento dos moradores do Lote 1, continua a ser a zona do Maye Maye. “Pedimos aos moradores maior compreensão em aceitar, pois é a única solução que temos até ao momento”, reiterou.
Esta solução não agrada os moradores, devido à falta de condições de habitabilidade, como avançaram em reportagem a este jornal e, esperam por uma outra proposta, que lhes garanta maior qualidade de vida.