POR SUPOSTAMENTE FURTAR UMA TV PLASMA: JOVEM É MORTO A FACADA NO INTERIOR DA RESIDÊNCIA PELO ENTEADO DO VIZINHO

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João Domingos Lopes, mais conhecido por Baloteli ou Joncy, de 21 anos, foi morto a facada no interior de sua residência, na quarta-feira, 27, rua da canjala, Hoji-Ya-Henda, por supostamente ter furtado uma tv plasma do inquilino, que na ânsia de ver resolvida a situação, convidou o enteado para perpetuar o homicídio.

Maiomona Paxe

A história que culminou na morte de João Domingos Lopes “Baloteli“, de 21 anos, começou na manhã de quarta-feira, 27, dois dias após a celebração do natal, que para os cristãos, marca o nascimento de Jesus Cristo, filho unigênito de Deus.  Naquela manhã, como de costume, João saiu para trabalhar na loja, onde actuava como intermediário, no mercado do Hoji-Ya-Henda, município do Cazenga, no entanto, o inquilino Massissa Pedro Filipe, 31 anos, reclamou à senhoria da casa, Rosa Domingos Lopes, de 34 anos, tia do malogrado, sobre o sumiço de uma tv plasma de 32 polegadas, que tinha em sua residência. Desconhecendo o paradeiro do electrodoméstico, a senhoria, de imediato respondeu não saber sobre o furto do artigo.

Descontente, o mesmo, contactou o enteado, Augusto Ambriz Miguel “Abdineu“, de 21 anos, que, no entanto, não coabitava o espaço. Ambos declararam à senhoria, terem observado pegadas de chinelos na residência alugada e sem provas, concluíram se tratar de alguém que mora ou frequenta o quintal. Logo, suspeitaram de “Baloteli ” e mais um outro vizinho, amigo da vítima. No mesmo instante, repletos de ira, se deslocaram até ao local de trabalho do infeliz, que na intenção de ver esclarecido a acusação, receptou o convite de regressar à casa e averiguar os factos. Decisão que no momento pareceu acertada, porém, inocente, não fazia ideia que este seria seu último dia na terra e que não mais teria a oportunidade de celebrar a transição de ano.

Tão logo se fizeram presentes na residência, o padrasto e o enteado iniciaram as agressões contra o mesmo que, sozinho não soube se defender. O malogrado ainda tentou se refugiar para o interior da casa, mas foi perseguido por ambos. O enteado, que também é membro de um grupo criminal na zona, cravou um facão na região abdominal da vítima que, de imediato viu as tripas jogadas ao chão. Na sequência, o homicida ainda feriu o rosto de uma criança com restos de garrafa de vidro. Em seguida, meteu-se em fuga, deixando o padrasto a mercê dos populares, que tencionavam fazer justiça por mãos próprias.

Toda acção criminosa, foi assistida pelo o irmão menor da vítima, Zezinho, de 11 anos, traumatizado, correu para o exterior chamar pelos vizinhos. “Vi as tripas do meu irmão caídas ao chão”, contou, acrescentando que os agressores não estavam para conversas.

Após o infausto, a vítima chegou a ser socorrida, mas acabou por sucumbir no decurso ao hospital dos cajueiros, sito no município do Cazenga. Uma notícia que abalou os familiares que, incrédulos, não veem nenhuma explicação para tal acto bárbaro, por se tratar de um jovem trabalhador e que não integrava nenhum grupo criminoso, se limitando apenas ao consumo de bebidas alcoólicas.

O inquilino, após ser espancado pela população, foi detido e encaminhado para o Comando Municipal do Cazenga, juntamente com o enteado que foi capturado um dia após o ocorrido. Serão presentes ao Ministério Público, sob o processo criminal n°5526 e responderão pelo crime de homicídio.

       

Órfão de pais, o malogrado vivia com a tia, Rosa Domingos Lopes, 34 anos, que lamenta a forma como o sobrinho foi morto pelo enteado do inquilino e com lágrimas nos olhos, clama somente por justiça. “Que se faça justiça, meu sobrinho não era delinquente, ganhava a vida honestamente”, frisou.

A família revela não ter condições financeiras para arcar com os gastos do funeral, pelo que pede as autoridades, concretamente aos gabinetes de acção social das administrações e demais órgãos, apoio para conceder um funeral digno ao seu ente querido. “Não temos meios para enterrar o nosso filho, por isso pedimos a ajuda do estado”, clamou Domingos Lopes, 73 anos, avó da vítima.

O corpo se encontra na morgue central de Luanda, aguardando apoio para a realização do funeral.

POLÍCIA ACUSADA DE COBRAR 50 MIL KWANZAS PARA SOLTAR DETIDOS ACUSADOS DE FAZER JUSTIÇA POR MÃOS PRÓPRIAS

Após o sucedido, que culminou com a morte do jovem intermediário, João Domingos Lopes “Baloteli“, de 21 anos, na quarta-feira, 27 de Dezembro, na rua da Canjala, bairro Hoji-Ya-Henda, os moradores em sede de justiça, partiram para a agressão ao padrasto do homicida, Massissa Pedro Filipe, que foi deixado no terreno pelo o enteado, Augusto Ambriz Miguel.

Na ocasião, como contam os moradores, a polícia afecta a 13ª esquadra, do Hoji-Ya-Henda, deteve cerca de sete cidadãos que tencionavam fazer justiça por mãos próprias. Segundo os mesmos, a polícia local cobrou uma quantia de 50 mil kwanzas, para soltar cada implicado. “Os que tinham dinheiro, pagaram e os filhos foram soltos”, denunciou uma cidadã, referindo que, na falta de valores, os restantes permanecerão na prisão.

A Procuradoria Geral, do comando municipal do Cazenga, alegou estar investigar o processo e tão logo forem apuradas as acusações, serão tomadas devidas medidas.

Contudo, mais uma vida foi tirada. João Domingos Lopes, ganhava a vida como intermediário numa loja de produtos, no mercado do Hoji-Ya-Henda. A sua morte chocou os moradores e deixou um vazio no seio dos familiares.

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