PRESOS VIZINHOS SUSPEITOS DE ASSASSINAR ANCIÃ EM VIANA

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O SIC já prendeu os suspeitos do assassinato de Luísa Correia, que encontrou a morte no hospital onde foi socorrida, mas, antes, foi brutalmente agredida e abusada sexualmente, em 25 de Abril último, em Viana, bairro Kamadeira/ponte partida.

Liberato Furtado

A idosa vivia sozinha, mas tinha à sua volta inquilinos que partilhavam o mesmo espaço habitacional. Os mesmos disseram, na ocasião, não terem ouvido nenhum barulho ou algo parecido que levasse a concluir que ocorria violência no quarto ao lado, segundo os familiares da vítima.

O SIC, entretanto, por meio do seu porta-voz, Fernando de Carvalho, informa que foram presos quatro vizinhos suspeitos da autoria dos crimes. “Os quatro suspeitos, com idades compreendidas entre os 27 e 32 anos, foram detidos depois de um aturado trabalho de investigação que levou até àqueles vizinhos da malograda”, adiantando que a violação sexual foi o motivo da agressão.

“Os quatro suspeitos, com idades compreendidas entre os 27 e 32 anos, foram detidos depois de um aturado trabalho de investigação que levou até àqueles vizinhos da malograda”, adiantando que a violação sexual foi o motivo da agressão.

O Ministério Público, diz o superintendente, oficializou a prisão e os quatro já estão na cadeia de Viana. “Após a detenção dos mesmos, foram presentes ao Ministério Público que, em despacho, manteve a prisão, ordenando a remessa à Comarca de Viana, onde deverão aguardar até o momento do julgamento”.

Luísa Correia vivia com os inquilinos e criou com extremo carinho e dedicação os seus sobrinhos, que a têm como mãe, sendo que a atenção foi sendo retribuída, pois, recebia, com constância, abastecimento alimentar, vindo dos familiares que a tinham sob alta estima, sendo que, mesmo vivendo sozinha, não durava a sua dotação alimentar, pois, não tardava em ligar, para pedir mais. 

Curiosos, os familiares partiram a investigarem e, assim, descobriram que a mesma partilhava o que tinha com a vizinhança necessitada. Onde vivia a vítima, há um vasto terreno a explorar e de valor por estimar, além dos bens que rodeiam o espaço. Por isso, para alguns mais chegados, o móbil do crime poderá ser algo mais além da violação sexual.

A família da vítima, que apresentou participação ao SIC e na ocasião lamentou a morosidade na reacção das autoridades, sempre na expectativa de que a justiça seja feita, respiram de alívio com a prisão dos suspeitos, porém, “o descanso só virá com o julgamento e consequente condenação dos culpados”, enfatizam…

Ana Chimuco, sobrinha da vítima, abalada com a violência empregue no cometimento dos crimes e em busca de ser ouvida, convencida que o crime não deve ficar impune, conta como lhes chegou ao conhecimento o ocorrido. “Ligaram ao nosso tio, dizendo que a irmã havia sido brutalmente espancada. Como é o que vive mais próximo dela, foi rapidamente ao local e a encontrou com os membros superiores e inferiores partidos, a cabeça brutalmente espancada e violentada”.

“Levou-o até ao Hospital do Capalanga e, lá, o médico, sem muitos rodeios, disse que a vítima não sobreviveria. Pouco tempo depois, o mesmo médico chamou o meu tio, anunciando a morte da infeliz, por volta das 05 horas da manhã. Às 08 horas, o meu tio voltou à residência dela, para tentar perceber o que teria acontecido. Lá posto, tendo em linha de conta que vivia com mais três inquilinos numa habitação partilhada, pretendeu saber algo que fosse, mas os mesmos negaram ter ouvido qualquer coisa”, acresce. 

A anciã Luísa Correia padecia de cifose, um desvio anormal na coluna vertebral, formando uma corcunda, o que, vulgarmente, chamamos de “marreca”. Todavia, a sua deformação congénita e a sua idade, somada a sua personalidade afectuosa e de simples trato, não inibiram os malfeitores. 

René Correia, o irmão da vítima, lembra-nos: “encontrei a minha irmã sem roupa, com os membros partidos e abusada sexualmente. Os inquilinos que partilhavam a mesma residência negaram ter ouvido ou visto tal manifestação dos crimes… Detidos os suspeitos, aguardemos pelo julgamento e condenação dos autores!”.

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