Apesar de o palco da competição ser Angola, o país pode não ser representado no campeonato africano de Jiu-Jitsu, por falta de apoios para cobrir os custos que acarreta a participação da Selecção Nacional no desafio, que acontece de 20 à 24 de Março, no município de Belas, Centralidade do Kilamba.
Por: Jurelma Francisco
Sem transporte, merendas e roupas de treino, os atletas precisam de apoios mais direccionados para ajudar a ultrapassar as dificuldades. Os treinadores e atletas dizem que este apoio devia ser garantido antes da convocatória e que seria da responsabilidade da organização.
Ainda em fase de preparação, a situação agrave-se para o caso de atletas que residem em zonas distanciadas da cidade do Kilamba. “Mas fazem um grande sacrifício para marcar presença nos treinos”, disse, lastimando, Leandra Bagui, campeã nacional da modalidade.
Contrariamente ao que devia acontecer, todos os custos estão sob a responsabilidade dos atletas, muitos deles sem uma fonte de subsistência capaz se suportar as despesas dos treinos.
Lúcio da Silva, atleta do clube Projecto Crime 0, mostrou-se agastado com a situação que atravessa a Selecção Nacional, numa fase de verdadeira honra para o país, pela participação no campeonato africano.
“Há dias que nem dinheiro para o táxi temos, somos obrigados deslocar-se à pé, o que tem sido muito difícil”, desabafou.
Os atletas, esperançosos numa participação honrosa para o país, apelam a intervenção da classe empresarial, de modos que seja possível cobrir os custos para a participação da Selecção Nacional neste campeonato.
Palavras do Mestre
O responsável do Projecto Crime 0, Scott Diogo, disse que o clube é o que mais deu altletas à selecção e esta precisa ganhar maior visibilidade, numa altura em que está a preparar-se para o próximo campeonato africano de Jiu-Jitsu.
O projecto surgiu em 2010, com objectivo de resgatar jovens, crianças e adultos da criminalidade. Desde a sua implementação, decorrem em diversas etapas actividades solidárias, no intuito de angariar fundos para ajudar os mais necessitadas.
Ainda assim, disse, com a fuga dos patrocínios das principais confederações para o Campeonato Africano, o apoio directo das marcas é cada vez mais um elemento fundamental para a vida financeira dos atletas.
O treinador sabe que, no caso do seu clube, que “vive picos” durante a fase de treinamento para o mês de Março, a tarefa é ainda mais árdua. “Estamos a trabalhar e preparados para o desafio que se avizinha, afirmou, esperançoso.
O atleta Kadi Jorge realçou que o Projecto Crime 0 conquistou medalhas de ouro nos campeonatos Provincial e Nacional, em Agosto e Outubro de 2021, apesar da falta de apoios.
Lisonjeado pela confiança da Federação Nacional, agradece, em primeiro lugar, à Deus e depois ao presidente Luís John, pela convocatória.
“Sempre tivemos fé, estamos preparados para o que vier e acreditamos na vitória”, garantiu.