TRIBUNAL MANDA EM LIBERDADE JOVEM ACUSADO DE ROUBO
Sanda Manuel, indiciado pelo crime de roubo qualificado de uma viatura Toyota Hiace, de Paciência Jorge, foi mandado em liberdade pelo Tribunal da Comarca de Belas, por não ter provas suficientes que o incriminam.
Felicidade Kauanda
O tribunal julgou improcedente a acusação contra o réu Sanda Manuel e, em consequência, absolveu-o, pois, durante as investigações e audiências de discussão e julgamento, os ofendidos, Paciência Jorge, motorista e dono da viatura, e Édson da Silva, seu cobrador, em nenhum momento conseguiram reconhecer Sanda, como um dos meliantes, em meio a muitas incertezas demonstradas pelo último, principalmente.
Por outro lado, acrescentou que na viatura havia mais dois passageiros, duas moças que subiram pelo caminho, o que foi prontamente contrariado pelo motorista Paciência, que alegou que na altura levavam apenas seis passageiros, devido às restrições impostas pelas autoridades, devido à covid-19, sendo que depois dos marginais terem subido, ninguém mais subiu, por terem completado o número de lotação.
Entretanto, além de Sanda Manuel, também estão implicados no crime Afonso Figueiredo, Panzo Miguel e um indivíduo conhecido por Kiala, principal protagonista, falecido no Hospital-Prisão de São Paulo, onde foi transferido depois de ter saído doente na Comarca de Viana, conforme afirma os Serviços Prisionais.
Por falta de localização exacta dos demais co-réus, apenas o réu Sanda foi julgado, com separação processual, sendo que os outros co-arguidos serão julgados posteriormente.
Segundo os autos, o crime aconteceu por volta das 19 horas do dia 17 de Setembro de 2020, quando Paciência Jorge e seu cobrador, Édson da Silva, faziam serviço de táxi com uma viatura Toyota Hiace, azul e branca, fazendo a rota, Golf2- Benfica.
Na paragem do Golf2, junto a uma pedonal, subiram seis elementos, como passageiros, que, momentos depois, pediram que o motorista não acelerasse, porque desceriam junto às Bombas de Combustível da Sonangol, proximidade da loja da Pep, na Avenida Van-Dúnem Loy.
Seguidamente, um dos meliantes que estava sentado junto do motorista sacou a pistola, apontou na direcção deste e anunciou o assalto, começando a agredir o condutor e a exigir que fosse para o banco de trás, tendo, de seguida, assumido o comando da viatura, enquanto os comparsas, que se encontravam nos bancos traseiros com o cobrador, Édson da Silva, exigiam dinheiro e colocavam as vítimas debaixo dos bancos.
Dali, rumaram para o interior do bairro Lixeira. Enquanto giravam, à procura de um local isolado, os marginais diziam que tinham intenção de matar as vítimas, mas tendo em conta a movimentação das pessoas, tal não se concretizou.
Depois de encontrarem um quintal abandonado, ordenaram Paciência e Édson que descessem e que se pusessem a correr, sem olhar atrás, sob pena de serem baleados. As vítimas assim procederam e os meliantes levaram a viatura e o montante pego, fruto do trabalho daqueles durante o dia.
Na mesma noite, Paciência e Édson foram fazer participação na Esquadra Policial do Projecto Nova Vida, tendo, no dia seguinte, a Polícia os informado que a viatura, que estava equipada com sistema GPS, apareceu numa oficina pertencente ao tio do réu Sanda, de nome Afonso, por sinal, mecânico.
Todavia, em audiência de julgamento, Sanda Manuel afirmou, peremptoriamente, não saber que a viatura tinha proveniência ilícita, sustendo que a mesma estava com o malogrado Kiala, que deu ao co-réu Panzo, para que fizesse serviço de táxi e este, por sua vez, o solicitou para ser o cobrador. Entretanto, acrescenta que, pelo facto de o veículo apresentar algumas falhas, levou ao seu tio Afonso que é mecânico, para que fizesse reparação.
Por seu turno, Paciência Jorge afirmou, igualmente de forma convicta, que não conhecia o réu nem no momento do assalto o viu. Já o declarante Édson da Silva contou várias histórias, que levou o tribunal a declarar as suas declarações como não sérias. Pois, primeiro, negou ter visto Sanda no momento do assalto, depois, disse que o viu com um saco e que era ele quem fazia recolha dos bens subtraídos das pessoas que aí se encontravam.
Por outro lado, acrescentou que na viatura havia mais dois passageiros, duas moças que subiram pelo caminho, o que foi prontamente contrariado pelo motorista Paciência, que alegou que na altura levavam apenas seis passageiros, devido às restrições impostas pelas autoridades, devido à covid-19, sendo que depois dos marginais terem subido, ninguém mais subiu, por terem completado o número de lotação.
Quanto à arma de fogo, Paciência disse que viu apenas uma arma do tipo pistola, num dos meliantes que estava sentado consigo no banco de frente que, igualmente, anunciou o assalto. Frisou, ainda, que em momento algum ouviu a manipularem outra arma, contrariando Édson, que afirmava que no interior da viatura quem anunciou o assalto foi um dos jovens que se achava no banco de trás, munido com uma AKM.