Caso David Diogo: Constantes adiamento levantam suspeição sobre lisura no processo
Vítima e familiares agastados com os constantes adiamento do julgamento do jornalista David Diogo, 53 anos, “pivot” do jornal da noite da TV ZIMBO, acusado de ter estuprado Domingas Francisco, de 17 anos de idade, no dia 24 de Junho de 2020, no Cabo Ledo, município da Kissama.
Esta é a quinta vez que o julgamento, que envolve o jornalista David Diogo acusado de estupro, é adiado pelo tribunal com justificações absurdas que soa a humilhação para a menina que diz ser alvo de estupro e clama por justiça, pois a cada dia que passa a dor aumenta e, os órgãos de justiça que deviam ser o garante da mesma são os que simplesmente a humilham com comportamento indecorosos. A pergunta que não se quer calar é: Se fosse filha do jornalista ou de um dirigente, será que a mesma passaria por essa situação?
Contactada por este jornal, a vítima Domingas Francisco, visivelmente triste e traumatizada com a situação, aquela menina, agora com 18 anos de idade, diz que não entende sobre os sucessivos adiamentos, pois na sua visão, não há justificações plausíveis, visto que está, do ponto de vista das provas materiais apuradas, tudo criado para o início do julgamento.
A primeira data marcada para a realização da audiência foi em 16 de Dezembro de 2021, no tribunal de Comarca de Belas, Benfica, na 8.ª Secção dos Crimes Comuns. Enquanto a família da vítima e o advogado, reunidos na sala de espera do tribunal, tomaram conhecimento que o julgamento foi adiado pelo juiz, a pedido do acusado David Diogo, por questão de doença deste.
Em 25 de Janeiro deste ano, outra vez o juiz da causa, José Pereira, voltou a marcar o julgamento, mas sem sucesso, desta vez a pedido do advogado da vítima, Osvaldo Salupula.
Seis meses depois do acontecimento, o acusado David Diogo decidiu contratar o advogado das ‘causas impossíveis’, Sérgio Raimundo, para seguir com o caso. Este, por sua vez, pediu o adiamento do processo pela terceira vez, de forma a ter mais conhecimento do caso. O juiz do caso, José Pereira mostra-se completamente alheio à situação.
“São um conjunto de situações sem fundamentos que nos deixam com dúvidas sobre a lisura e transparência desse processo”, disse o advogado da vítima.
Realçar que das duas últimas vezes que o processo foi adiado, em menos de dois meses, foi por causa do juiz por falta de indisponibilidade.
A última audiência estava marcada para o dia 15 deste mês, mas o juiz adiou novamente o processo porque está em formação.
De realçar que Domingas Francisco, actualmente com 18 anos de idade, disse que lamenta o sucedido e mantém-se firme nas suas primeiras declarações. “Continuo com a minha declaração inicial e espero que a justiça seja feita”, disse.
O julgamento do jornalista da TV Zimbo, David Diogo, está previsto acontecer na 8.ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal de Comarca do Belas.
Recorda o caso :
Relembra a entrevista da vítima :
“Ele abusou-me das 18 às 00 horas”
O jornalista David José Diogo, de 53 anos, “pivot” do jornal da noite da TV Zimbo, é acusado de ter estuprado a adolescente Domingas Kamia Francisco, de 17 anos, no passado dia 24 de Junho, no Cabo-Ledo, município da Quissama, em Luanda. O acusado que, segundo soube o ‘O Crime’, já constituiu mandatários, terá sido ouvido, em instrução, por um Procurador da República junto à unidade policial da comuna de Cabo-Ledo, e saído em liberdade depois de lhe ter sido arbitrada uma caução no valor de 200 mil kwanzas.
Engrácia Francisco
KF — Sou a Domingas Kamia Francisco e tenho 17 anos.
O Crime – Com quem vives?
KF – Vivo com os meus pais e irmãos.
O Crime — Que fazes?
KF — Sou estudante de Enfermagem, 10.ª classe.
O Crime — Quando é que saiu de casa e para onde ias?
KF – Saí de casa na terça-feira, dia 23, às 10 horas. Estava a caminho do Kwanza Sul, para visitar a minha irmã gémea.
O Crime — Deste a conhecer aos teus pais onde, quando e por que ias?
KF — Não! Preferi não dizer nada porque o pai não permitiria, também por conta da cerca sanitária imposta a Luanda.
O Crime — Como foi que chegaste até ao Cabo-Ledo, uma vez que, segundo apuramos, estavas sem dinheiro para o transporte?
KF — Fui até à paragem de táxis da Vila do Gamek e ali fiquei um tempo, sem saber o que fazer. Pouco tempo depois, apareceu um camionista que se prontificou em levar-me. Assim que se apercebeu que eu parecia completamente angustiada e confusa, aproximou-se e perguntou-me para onde eu queria ir — eu disse-lhe que precisava passar a cerca sanitária e chegar até à província do Kwanza Sul para ver a minha irmã. Daí, ele levou-me até ao Cabo-Ledo, junto do controlo da cerca.
O Crime — Quanto tempo levou até aparecer o camionista?
KF — Aproximadamente uma hora.
O Crime – Já conhecias o camionista?
KF — Não. Não conhecia de lugar nenhum.
O Crime — Não tiveste receio de ir com o senhor, uma vez que não o conhecias?
KF — Não. Porque estava bastante confusa e ele foi a única pessoa que me ajudou.
O Crime — Quanto tempo durou a viagem até ao Cabo-Ledo?
KF — Não consigo precisar. Lembro-me, apenas, de que chegamos lá por volta das 21 horas.
O Crime — O camionista fez alguma paragem antes de chegarem ao cabo-Ledo?
KF — Sim. Paramos num posto de abastecimento.
O Crime — Postos no Cabo-Ledo, o que aconteceu depois?
KF — Fomos impedidos de atravessar a cerca. E assim que os agentes da Polícia se aperceberam da nossa presença ali, mandaram-me voltar para casa. Mas, como já era tarde, tive que pernoitar aí mesmo — ao relento.
O Crime — Por que ao relento, se podia passar a noite no camião que te lavara até aquele lugar?
KF — Não sei por que, mas o camionista se recusou em colocar-me dentro do camião.
O Crime — O que aconteceu no dia seguinte?
KF – Já no dia seguinte, veio ter comigo um agente da Polícia, que me pediu o terminal dos meus pais, mas eu não o tinha. A seguir, dei o meu Facebook ao mesmo agente para ajudar a localizar a minha família – e ele ficou de comunicar à minha família.
O Crime – O que fizeste a seguir, enquanto aguardavas pela resposta do agente da Polícia?
KF– Continuei na rua, sentada, até que apareceu um jovem, apenas identificado por Toy, a dizer que o seu tio, o David Diogo, jornalista da TV Zimbo, estava a chamar-me. Perguntou se eu conhecia o jornalista e eu disse que não.
O Crime – O que fizeste a seguir?
KF – Fui com o jovem, mas não onde o mesmo (David Diogo) estava, sentado junto a uma cantina. Pelo contrário, fui com o mesmo jovem até a uma outra cantina, aí ao lado, onde me mandou aguardar. Mas como ele demorava muito, saí e voltei até onde estivera anteriormente, junto de umas zungueiras. Minutos depois, apareceu um outro jovem a dizer que o senhor David estava a chamar-me – disse para eu ir à vontade, e fui com ele.
O Crime – Já conhecias o senhor David Diogo de algum lugar?
KF – Não, foi a primeira vez a vê-lo pessoalmente. Via-o apenas pela televisão.
O Crime – O jornalista que dizes conhecer pela televisão é o mesmo que solicitava a tua presença?
KF – Sim! Fui até à cantina onde ele estava, acompanhado do sobrinho (Toy) e mais um agente da polícia, à paisana, apenas identificado por Hugo – e sim, era ele mesmo (David Diogo), e estava com uma garrafa de Nocal às mãos. Perguntou-me o que se passava e eu disse que precisava chegar à Gabela, para visitar uma irmã, e ele, David Diogo, se prontificou em ajudar-me a atravessar a cerca sanitária. Aliás, perguntou-me se me fazia acompanhar de um documento de identificação, e eu disse que não – apesar de que estava a andar com o acento de nascimento –, preferi ocultar-lhe esta informação porque não sabia quais eram as suas reais intenções.
O Crime – E o senhor David Diogo, como dizes, conseguiu fazer-te atravessar a cerca?
KF – Não.
O Crime – Por quê?
KF – Porque depois que ele me fez todas aquelas perguntas, regressei aonde estava, e minutos depois veio ter comigo um agente do SME, dizendo que não havia possibilidade de eu passar a cerca e que tinha de regressar à casa. No mesmo instante, veio novamente o senhor David Diogo a dizer que iria levar-me à casa – daí o agente do SME disse a ele (David Diogo): “estou a confiar a menina nas tuas mãos”.
O Crime – Como te apercebeste que o jovem ao seu lado era, de facto, sobrinho do senhor David Diogo?
KF – Ele mesmo (o suposto jovem) afirmou que era o seu tio que chamava por mim.
O Crime – Pode descrevê-lo? KF – Era um jovem de baixa estatura, escuro e usava calções, t-shirt e chinelos.
O Crime – Foste coagida a subir na viatura do senhor David Diogo? KF – Não. Depois que o agente do SME disse que me confiava nas mãos do senhor David Diogo e disse ainda que a única solução era eu voltar para casa, porque o comandante não tinha permitido a minha passagem, subi no carro e fomos.
O Crime – Quantas pessoas estavam na viatura? KF – No carro estavam quatro pessoas: o seu suposto sobrinho, Toy, o suposto agente, Hugo, o senhor David, que ia ao volante, e eu. Já a caminho de Luanda, ao invés de seguir à estrada, desviou o carro e fomos em direcção a uma terra batida. Eu perguntei onde íamos, ele disse que vamos à praia, e assim seguimos.
O Crime – E tu concordaste em ir com eles à praia?
KF – Eu simplesmente fiquei calada e não falei absolutamente nada.
O Crime – O que aconteceu depois?
KF – Postos na praia de Cabo-Ledo, estacionou o carro junto a uma lanchonete onde sentamos todos. Daí pediram bebidas (alcoólicas) para eles, o senhor David perguntou-me se aceitaria beber uma gasosa, mas eu recusei – mas ele insistia que eu bebesse, e acabei por aceitar. Já agastada com a situação, levantei-me e fui sentar no interior da viatura. Entretanto, enquanto chorava, sozinha no interior do carro, o senhor David pediu ao proprietário do estabelecimento que aumentasse o volume da música que ali tocava, e depois foi ao meu encontro no carro, ligou também a música do seu carro e depois subiu os vidros.
O Crime – Que horas eram?
KF – Eram aproximadamente dezoito horas.
O Crime – Chegaste a sofrer alguma ameaça?
KF – Sim. Depois o seu sobrinho entrou, também, no carro, mostrou uma arma e disse que eu tinha de fazer um sacrifício para que nada me acontecesse. De seguida, o jovem retirou-se e ficamos apenas eu e o senhor David, que, a seguir, tirou-me a roupa e forçou-me a ter relações sexuais comigo.
O Crime – Durante quanto tempo terá ele abusado de ti?
KF – Sei que ficamos na viatura das 18 até às 00h.
O Crime – Em algum momento tentou pedir socorro?
KF – Eu gritava e, inclusive, bati várias vezes no carro, mas ninguém veio socorrer-me. Talvez porque a música estava muito alta.
O Crime – Em algum momento você seduziu o senhor?
KF – Não. Fiquei calada durante todo percurso.
O Crime – O senhor David Diogo parecia ou estava bêbado?
KF – Não. Não estava bêbado, pese embora estivesse a beber.
O Crime – Quanto a tua virgindade, ainda a mantinhas até aquele dia?
KF – Sim, até ser estuprada pelo senhor David Diogo.
O Crime – Após o acto, o que aconteceu?
KF – Já por volta da madrugada, depois dele ter abusado de mim, subimos todos na viatura e voltávamos para o bairro onde estamos anteriormente. De longe, o seu sobrinho apercebeu-se que os meus familiares estavam à minha procura e deu um sinal ao tio. Daí, o tio pediu ao sobrinho e ao suposto agente, o Hugo, num ponto estratégico para que fossem a pé. Já só eu e ele, o senhor Diogo tentou trancar-me num contentor para que o meu irmão e os meus pais, que já ali se encontravam não apercebessem que estava com eles.
O Crime – Contaste à Polícia o que havia acontecido contigo?
KF – A princípio fiquei com medo porque ele havia me ameaçado, mas depois o meu irmão chamou-me de lado e disse que eu podia confiar nele e lhe contasse a verdade. E acabei por contar a ele.
O Crime – O seu irmão deu a conhecer à Polícia?
KF – Sim. E neste momento ele, o senhor Diogo ainda estava no local, e a polícia ordenou-o a não se ausentar porque tinha de o confrontar.
O Crime – O aconteceu depois?
KF – A Polícia local ordenou que fôssemos todos à Esquadra da Quiçama. A princípio, o senhor estava a recusar-se em subir na viatura da Polícia, mas depois o comandante daquele posto acabou por sensibilizá-lo e assim fomos. E neste momento ele estava sozinho, o sobrinho e o amigo, suposto agente da polícia, já não estavam com ele.
O Crime – Como é que ele (David Diogo) estava vestido?
KF – Estava de um calção vermelho, camisola interior e chinelos.
O Crime – Qual é a marca e cor da viatura do senhor Diogo?
KF – Era um Land Cruiser, V8, de cor preta.
O Crime – Foi a primeira vez que tentaste viajar sozinha?
KF – Sim. Estava a tentar ir para o Kwanza Sul, Gabela, ver a minha irmã gémea.
O Crime – Como é que estavas vestida?
KF – Estava de uma calça jeans azul e uma blusa.
O Crime – Qual foi a reação do senhor David Diogo quanto às acusações que o fazias?
KF – Ele dizia que sou maluca, que apenas queria prejudicá-lo. Disse ainda que me encontrou na rua, com fome, e ele apenas se predispos a ajudar-me.
O Crime – Como é que te sentes agora?
KF – Sinto-me mal, inclusive sinto dores nos membros e às vezes ficam paralisados. Dói-me também a coluna e os órgãos genitais.
O Crime – Qual é o teu sonho?
KF – Eu queria ser uma oftalmologista e empresária, mas com essa situação a minha mente apagou tudo isso. O que mais desejo nesse momento é me recuperar para voltar a brincar com os meus irmãos, conforme fazíamos.
Recorda a entrevista realizada com David Diogo:
“SOU TÃO HOMEM QUE, SE TIVESSE FEITO TAL COISA, NÃO ME CUSTAVA ADMITIR”
Desde que Domingas Francisco, de 17 anos, denunciou ter sido vítima de estupro por parte do jornalista David Diogo, ao que tudo indica, o processo caminha de forma lenta e misteriosa, pois, é que, até agora, o acusado, ouvido por este jornal, nega todas as acusações e alega não ter sido notificado para ser ouvido ou submetido a qualquer exame, embora o advogado da acusada nos tenha confirmado que David Diogo foi, na quarta-feira,19, ouvido pelo Ministério Público.
Fontes policiais dão conta que o processo foi solicitado, recentemente, por uma alta figura do Serviço de Investigação Criminal (SIC), no sentido de averiguar o seu andamento, sendo que, posteriormente, a referida alta patente trocou de instrutor.
Até ao fecho da presente edição, o processo nº 1978/20-02 DCCPFF, encontrava-se no SIC-Geral, sob tutela dos investigadores Agostinho Ferreira e Londa.
A fonte diz que neste momento o processo ainda se encontra sob instrução preparatória, isto é, recolha de provas dos factos.
David Diogo: “Estou a trabalhar normalmente”
Após várias tentativas de contactar o jornalista David Diogo, finalmente, no passado dia 11 de Agosto, por volta das 14 horas, via telefone, conseguimos manter uma conversa breve com o acusado que, apesar de não querer responder as nossas questões, pois, pretendia, dar uma espécie de aula de jornalismo, conseguimos retirar alguma informação.
O Crime – O que tem a dizer sobre os crimes dos quais está a ser acusado?
David Diogo- Vocês não apuraram os factos todos, ouviram apenas um lado. Acredito que tenham sido ludibriados, mas a técnica jornalística recomenda que, quando isto acontece, a única forma de contornar é não publicar mentiras, mas sim, ir ao terreno apurar. Essa acusação remete-nos ao local geográfico bastante conhecido. Era só ir para lá e ter com as testemunhas e vocês não tiveram essa paciência e agora vêm, porque tenho de prestar depoimento!?
O Crime – Apenas entrevistamos a suposta vítima, pois, na altura também contactamos o senhor mas se recusou em falar…
David Diogo – Depois de tudo, vocês vêm solicitar o meu depoimento. Não vou dar depoimento agora, depois de vocês terem estragado muita coisa na minha vida.
O Crime – Se alguma coisa estragou na sua vida, de certeza não somos nós os culpados. Mas isto não vem ao caso. Após tomarmos conhecimento da ocorrência, ouvimos a suposta vítima na primeira pessoa e, a seguir, o seu mandatário e neste período, a todo momento, tentamos ouvi-lo, mas sem sucesso. Como jornalista, sabe que a informação não espera pela vontade das pessoas…
David Diogo – Todos nós passamos nas escolas e sabemos pegar só numa entrevista passada por alguém, ainda mais com uma acusação tão grave e a gente estampar, não vejo profissionalismo nisso. O facto do outro lado não se pronunciar, não nos dá o direito de pensar que aquilo que está a ser dito deve ser publicado.
O Crime – Na sua opinião, o que se publicou era desnecessário?
David Diogo – Não é desnecessário, mas incompleto. Na verdade, vocês deviam contactar os agentes policiais e, irem ao local e procurar saber como é que aquilo se deu.
O Crime – Há uma acusação que recai sobre si, o que tem a dizer?
David Diogo – Eu nem sequer sei onde a menina fez a primeira acusação, não sei quem acusou e quem tomou conhecimento de que havia uma coisa qualquer que eu não sei o que é.
O Crime – O senhor esteve detido sob suspeita de estuprar uma menina de 17 anos, não?
David Diogo – O contraditório não é feito só pela contraparte, mas sim pelos elementos que podem enriquecer aquilo que está em abordagem…
O Crime – É o que sempre procuramos fazer consigo, mostrou-se sempre indisponível. Ao que parece, é o que está a fazer novamente…
David Diogo – Ela pode ter indicado um outro local e uma outra pessoa qualquer. Era para se aferir se vocês falaram com a pessoa certa.
O Crime – Está dizer que a suposta vítima o terá confundido com uma outra pessoa?
David Diogo – Porque acredito que, em algum momento, vai se fazer acareação de tudo e iremos para lá e esta pessoa não precisa ser salvaguardada, porque ela está aí, aliás, todos elementos estão identificados.
O Crime – Segundo o advogado da vítima, o senhor refuta-se em fazer os exames que podem provar a sua inocência ou culpa. Isto é verdade?
David Diogo – Não corresponde à verdade, porque os meus advogados estão aí disponíveis. Eu sou uma figura pública e a empresa já emitiu um comunicado sobre este assunto que a relação laboral mantém-se. Em lado nenhum encontrei notificação alguma, ou algo que comprove que a notificação foi emitida.
O Crime – O senhor continua a exercer a sua actividade laboral?
David Diogo – Sim, eu tenho estado a trabalhar normalmente. Sou tão homem, que se tivesse feito tal coisa, não me custava nada admitir, porque todos nós somos pessoas e temos emoções e assumiria o facto.
O Crime – Então é inocente?
David Diogo – Sou uma pessoa muito aberta e comunicadora por natureza, não sou muito de estar a dar curvas.
O Crime – Como tem sido o seu dia- a – dia?
David Diogo – Isso complicou a minha vida de tal maneira. É quase destruição de uma carreira que vem sendo feita com muita tranquilidade e muita paz. A única coisa que resta é ter muita cautela e cuidado para começar a organizar os danos.
O Crime – Se for notificado, estará disponível em realizar o exame pretendido?
David Diogo – Não sei quais são os critérios que eles estão a usar para me notificar, aliás, eu sei como se notifica uma pessoa e agora vens dizer isso! Não posso ir na praz destes forjamentos.
O Crime – Está a dizer que estão a forjar provas contra si?
David Diogo – Aguardem um pouco, em momento oportuno vou esclarecer tudo que se passou, mas agora não me dá jeito por tudo que já se estragou.