Em Viana: VIOLAÇÕES SEXUAIS E ASSASSINATOS PREOCUPAM MORADORES
Em pouco mais de quatro meses, quatro jovens perderam a vida depois de serem violadas e, posteriormente, assassinadas pelos seus algozes. O caso mais recente aconteceu no passado sábado, dia 23 de Janeiro, no bairro Além-Mar, em Viana, em que foi vítima um jovem de 23 anos.
Costa Kilunda
De acordo com informações, seis indivíduos estão na mira do Serviço de Investigação Criminal (SIC), entre eles três homens e três mulheres, sendo que um dos suspeitos, apenas identificado por Bernardo, pretendente da moça, é tido como o principal suspeito deste crime.
“Era um dos pretendentes da minha filha, e antes disso acontecer, tinha dito que preferia vê-la morta do que com outra pessoa”, contou Salomão Toquessa, o pai da malograda.
Momentos antes da sua morte, contam os familiares, Inês Zua António Toquessa, 23 anos, tinha sido convidada por uma amiga a irem para uma festa de aniversário, realizada numa unidade hoteleira da capital, patrocinada por dois jovens, até ao momento não identificados.
No final da festa, já por volta das 23 horas, sabe-se, que Inês e amigas receberam boleia de dois desconhecidos, que se faziam transportar por uma ambulância, tendo esses as deixado ficar na zona dos quatro embondeiros, arredores do bairro Papá Simão, em Viana.
De acordo com Salomão, as amigas tê-la-ão persuadido a não voltar sozinha para casa àquela hora, porém esta se recusara a atender a advertência das companheiras, pois “não queria deixar os pais preocupados”, sendo que aquela foi a última vez que a viram em vida.
“Quem dera se tivesse aceite o conselho…”, lastimou o homem.
Ao chegar à casa, Antónia da Conceição Sebastião, ou simplesmente Polónia, a aniversariante e uma das amigas com quem a malograda esteve na noite em que perdeu a vida, recebeu uma mensagem vinda do telefone da amiga, informando que havia chegado bem em casa.
“Presumimos que esta mensagem tenha sido enviada pelos seus algozes, porque daí em diante o telefone dela ficou desligado, até que na segunda-feira, 25, quando a demos como desaparecida e começamos a procurá-la juntamente com a Polícia”, explicou o pai.
No dia seguinte, terça-feira, 26, cansados de tanto procurar, e já desesperados, receberam a informação, por via de uns petizes, que a jovem tinha sido encontrada, já sem vida, e o seu corpo a flutuar no interior do tanque de água duma casa inacabada, a escassos metros da residência onde vivia com os pais.
Removido o cadáver e transportado para a morgue central, de onde veio a ser autopsiado, concluiu-se que a jovem morrera por asfixia mecânica pôs estupro.
“Estamos todos angustiados com este incidente. Perder e enterrar prematuramente uma filha de apenas 23 anos não é algo que os pais desejam. Por isso apelamos imenso que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) trabalhe afincadamente para esclarecer este bárbaro crime”, implorou.
Não é o primeiro acto do género
A morte de Inês Toquessa, de 23 anos, não é um caso isolado. Segundo Salomão Toquessa, em menos de quatro meses, quatro mulheres perderam a vida em consequência deste tipo de crime, o que deixa apavorado os munícipes daquela circunscrição.
“No ano passado, ocorreram três casos similares, e uma das vítimas também foi encontrada, já sem vida, dentro de um tanque de água”, recordou.
“A Polícia deve reforçar o patrulhamento nesta zona, principalmente no período noturno e aos fins-de-semana, por serem os dias em que se realizam festas”, apelou.
“A situação é crítica!”, exclamou, sublinhando que a filha foi assassinada a menos de 100 metros de casa.