AGENTE DO SIC ASSASSINA EX-NAMORADA

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Isabel de Fátima Rodrigues, 27 anos, perdeu a vida, depois de ser atingida com vários golpes de faca. O crime, que ocorreu na noite do passado dia 17 de Agosto, no Zango 4, teve, supostamente, por base razões passionais. Entretanto, o principal suspeito, um alegado efectivo do SIC-geral, com quem a vítima mantinha relação amorosa, está agora em parte incerta, depois de se ter apresentado, voluntariamente, aos Serviços de Investigação, onde foi ouvido e colocado em liberdade por insuficiência de provas.

Por: Engrácia Francisco

Oassassinato de Béu, como também era tratada a malograda, continua fresco na memória dos habitantes do Zango 4 e arredores. Mais a mais, pela forma fria e cruel como foi perpetrada. Os vizinhos dizem não encontrar razões para o tão bárbaro acto, por isso dizem, quase que em coro, que querem justiça.

Eles, os moradores, não vêm outra explicação para o caso, senão apontar o dedo a Léo, como é apenas identificado o suposto namorado da vítima, e confirmam que o mesmo se teria apresentado, voluntariamente, no dia 18, um dia após a morte da jovem, junto da Direcção Provincial dos Serviços de Investigação Criminal, depois de ter visto o seu nome associado ao caso. Porém, contam que o alegado homicida teria sido liberto por insuficiência de provas referente ao seu envolvimento no caso em questão.

No entanto, segredaram ainda ao ‘O Crime’ os familiares de Isabel de Fátima, que a única testemunha ocular do facto é o filho de 3 anos da vítima, que confirma que no dia do ocorrido, o “tio Léo”, conforme o petiz identificava o suspeito, “estaria a discutir com a sua mãe, quando depois esta caiu e perdeu a vida”.

Por seu turno, o porta-voz do SIC, Fernando de Carvalho, ouvido pela reportagem do ‘O Crime’, confirmou que o cidadão em causa já foi ouvido pelo Ministério Público e encontra-se em liberdade. O investigador confirmou, também, que o mesmo é seu colega, entretanto, sublinhou que as investigações para se apurar o autor e as motivações por detrás do bárbaro assassinato continuam. “Trata-se de um efectivo do SIC, que foi ouvido pelo MP, assim como os familiares da vítima também, mas, por não haver provas que o incriminem, foi posto em liberdade. Entretanto, o processo segue os seus trâmites, com vista a esclarecer-se este homicídio”, disse o porta-voz.

O jornal O Crime ouviu algumas pessoas, que se apresentaram como testemunhas do caso, afirmaram que naquela fatídica noite, por volta das 23 horas, Léo, o acusado, na companhia de amigos, aproximadamente seis pessoas, chegaram à casa da vítima, numa altura em que aquela já se encontrava a dormir. Na sequência, conta, o alegado homicida, com recurso a blocos de cimento, arrombou a porta da casa da jovem e introduziu-se nela, enquanto os amigos guarneciam o lado de fora.

“Era possível ouvir a jovem a gritar para que aquele abandonasse a casa e fosse embora”, disse uma alegado testemunha, que não quis identificar-se, acrescentando que o que se seguiu era uma cena macabra. “Esfaqueou a moça em várias partes do corpo até deixa-la sem vida”.

De acordo com este e outros vizinhos, depois de assassinar a rapariga, o suspeito e comparsas levaram o filho da malograda, de apenas 3 anos de idade, e o deixaram junto à porta de uma residência ao lado.

Entretanto, Maria Mateus, a vizinha que acolheu o pequeno, disse que o rapaz sabe explicar as circunstâncias em que a sua mãe perdeu a vida, e que acredita nesta versão. Para ela, “o petiz é lúcido e tem noção do que sucedeu na noite em que perdeu a mãe”.

Por outro lado, falando à reportagem do ‘O Crime’, a progenitora da jovem lamentou o facto de o crime ser cometido na presença de um menino que, segundo ela, pode vir a ter consequências graves no futuro.

Fátima Rodrigues Furtoso contou ainda que dias antes deste acontecimento, a filha a chamara para uma conversa, onde contou que o suposto ex-namorado tinha ido até a sua casa, tendo-a forçado a ter relações. “Mas ela se recusou a ceder para ele e, antes de sair, a minha filha disse-me que o Léo prometeu matá-la, e disparou para o ar, antes de ir embora”, contou, acrescentando que pediu à filha que ligasse para o suspeito e marcasse um encontro, a fim de que ela, a mãe, pudesse falar com ele, mas tal não chegou a acontecer.

“Ele matou a minha filha, conforme havia prometido”, lamentou dona Fátima, sem esconder as lágrimas que lhe escorriam o rosto.

Segundo ela, o suspeito vinha prometendo matar a jovem, por desconfiar que ela o traía. Aliás, recorda a senhora, a relação entre Béu e Léo era bastante conflituosa, acusando o alegado namorado de não permitir que a jovem tivesse amigos.

Na manhã que seguiu ao assassinato de Isabel de Fátima Rodrigues, de 27 anos, a mãe e alguns vizinhos confirmaram ao ‘O Crime’ que o suspeito apareceu no local, de uma motorizada em que vinha como pendura, como se de inocente se tratasse.

“Tem de haver justiça!”, clamam, quase que em coro, os familiares, vizinhos e amigas da vítima.

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