Antes da leitura da sentença: Waldir APANHA ATQUE EM PLENO TRIBUNAL
O julgamento de Valdir Carlos, suposto barão da droga em Angola, cuja sentença estava marcada para esta quarta-feira, 5, na 7.ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, teve um ataque durante a sessão, tendo sido transportado, urgentemente, para o Hospital Prisão de São Paulo.
Por: Felicidade Kauanda
Waldir Egberto José Carlos, alegado barão da droga, sentiu-se mal durante a leitura do acórdão, tendo caído inanimado. Depois de algumas manobras de reanimação, efectuadas por uma enfermeira que acompanhava o caso na plateia, e que se prontificou em ajudar o réu que, posteriormente, foi transportado por uma ambulância da Luanda Medical Center para o Hospital Prisão de São Paulo.
De acordo com o seu advogado, José Carlos, a sessão deve retomar na próxima segunda-feira, 10 de Agosto.
Ademais, segundo ainda o causídico, Waldir Carlos, o réu, terá tido uma baixa da glicemia, ou seja, baixo nível de açúcar no sangue. “A crise terá ocorrido em função das condições desumanas na prisão em que se encontra preso”, lamentou José Carlos, acrescentando que, se não fosse a pronta intervenção daquela enfermeira, o pior teria acontecido.
Por outro lado, disse ainda o advogado, já na sessão anterior, na última semana, o réu denunciou em tribunal que estava a ser tratado de forma desumana. “O tribunal acolheu positivamente a denúncia do réu, notificou o estabelecimento prisional sobre o assunto, mas o cenário não mudou”, reforçou o advogado.
“Infelizmente ele continua na solitária, com dificuldade de alimentar -se porque não tem acesso a nada, como os demais reclusos”, notou, para mais adiante dizer que Waldir Carlos não comia desde o dia anterior à sentença. “E o resultado foi esse que vimos na sala”.
Entristecido com a situação, Adilson Carlos, irmão mais novo do réu, denunciou também que, além das péssimas condições em que vive na cadeia, já foi vítima de uma tentativa de envenenamento.
De recordar que Waldir Egberto José Carlos está a ser julgado pelos crimes de tráfico de actividades ilícitas e associação criminosa.
O julgamento que teve início no dia 29 do mês passado, pode vir a conhecer o desfecho na próxima segunda-feira.
Porém, contactado por este jornal, Menezes Cassoma, porta voz dos Serviços Prisionais, disse que a versão passada pelo advogado, sobre as possíveis condições desumanas em que se encontrava o réu, não condiz com a verdade.