Por alegada negligência médica: CIDADÃO MORRE NO HOSPITAL APÓS SER ESFAQUEADO POR MARGINAIS
Um cidadão de 46 anos perdeu a vida no Hospital Geral de Luanda, no distrito do Camama, onde deu entrada no passado dia 28 de Maio último, após ter sido esfaqueado várias vezes por marginais.
Costa Kilunda
João Miguel Manuel, 46 anos, conheceu a morte dois meses depois de dar entrada naquela unidade sanitária, após sofrer ferimentos graves resultantes de um assalto.
Outro dado não menos importante, tem que ver com o facto de o malogrado ter dado de caras com o grupo de assaltantes enquanto seguia a filha mais velha, que o havia retirado a carteira de documentos do bolso, reivindicando a repartição dos bens que o mesmo havia comprado para a madrasta daquela, enquanto se preparava para uma viagem, a trabalho, na província do Cuanza-norte.
O homem de 46 anos foi várias vezes esfaqueado no abdómen por marginais, enquanto implorava que os larápios o entregassem pelo menos o chip do seu telemóvel.
Para os familiares da vítima, que acusam agora o corpo clínico do HGL de negligência médica, se os serviços hospitalares fossem mais humanizados, “talvez o seu ente ainda estaria em vida”. “Cremos que ainda teríamos o nosso irmão aqui hoje”, lamenta Ana Gouveia Manuel.
De acordo com a família, a primeira intervenção médica não foi realizada com êxito. Por isso, afirmam, após receber alta médica no pretérito dia 28 do mês de Maio último, João Manuel viu-se forçado a regressar, dias depois, à unidade hospitalar com graves complicações no seu quadro clínico.
Posto lá, explicaram os familiares, depois de submetido à observação, foi possível determinar que havia restado excrementos na região em que fora operado, o que o impedia de respirar convenientemente.
Para resolver o problema, a equipa médica decidiu reabrir a zona anteriormente operada e colocado uma sonda para extracção dos excrementos, tendo o malogrado ficado novamente em internamento. Todavia, quando tudo parecia correr a ‘mil maravilhas’, os familiares foram informados que o paciente necessitava de uma segunda transfusão de sangue.
“Até fomos para fazer a doação. Só que, postos lá, fomos impedidos de doar porque, segundo eles, estávamos incompletos”, explicou Ana Gouveia Manuel, acrescentando que, enquanto tentavam abordar o médico sobre o sucedido, receberam uma ligação, feita por um colega de quarto do seu ente, dando-os a conhecer que aquele já não falava e tampouco se movia, fazia já algum tempo.
Ana, por sua vez, disse ter informado ao médico, que lhe pediu para ficar calma e garantiu que “estava tudo sob controlo”.
Só que, passadas algumas horas, e sem informações sobre o verdadeiro estado do seu irmão, resolveu, ela mesma, “tirar tudo a limpo”. “Foi aí que me cruzei com duas enfermeiras que me informaram, claramente, que ‘ele dormiu, mas não já acordou’.”, disse, explicando, depois, que as mesmas enfermeiras ainda a solicitaram que as ajudasse a executar algumas manobras de reanimação. “Foi o que fiz, mas já era tarde”, asseverou.
Outro dado não menos importante, tem que ver com o facto de o malogrado ter dado de caras com o grupo de assaltantes enquanto seguia a filha mais velha, que o havia retirado a carteira de documentos do bolso, reivindicando a repartição dos bens que o mesmo havia comprado para a madrasta daquela, enquanto se preparava para uma viagem, a trabalho, na província do Cuanza-norte.