Suposto filho de agente do SIC: ASSASSINA AMIGO COM UM GOLPE DE GARGALO DE GARRAFA NO PESCOÇO

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Um conflito entre jovens terminou com a morte de um cidadão de 29 anos, golpeado no pescoço com um caco de garrafa. O agressor, identificado apenas por ‘Tilson’, suposto filho de um agente do SIC, no bairro KM9, em Viana. 

 Engrácia Francisco 

O crime ocorreu por volta das 21 horas de sábado, 5 do corrente mês, numa altura em que ‘Neise’, como era mais conhecido a vítima, saiu de casa, na companhia de um primo, dirigindo-se a um bar que acha a escassos metros da sua casa. Postos no boteco, durante o convívio com amigos, surgiu um desentendimento entre a vítima e o suspeito, que terminou de forma infeliz para ‘Neise’, ele que, também, era barbeiro. 

Segundo Adilson Manuel, testemunha ocular do ocorrido e primo da vítima, a briga começou quando, logo à chegada deles, e, após terem saudado a maioria dos amigos, o suspeito recusou-se em retribuir o “cool”, uma forma peculiar entre os jovens, tendo ele Adilson sugerido que o seu primo, a vítima, não mais o saudasse. 

Em seguida, contou a testemunha, ‘Tilson’, o suspeito, proferiu ofensas graves contra o malogrado, o que obrigou a vítima a desferir-lhe uma bofetada na cara, e, daí, começar uma acesa confusão. “O Tilson já estava embriagado e drogado, o que exaltou ainda mais os ânimos e fez com que a briga durasse mais do que o pensado”, explicou. 

Depois de acudida a briga e tudo parecia estar bem, a vítima recordou-se que havia perdido o relógio durante a confusão e decidiu regressar ao bar para pegá-lo. “Foi assim que o Tilson segurou num caco de garrafa e encravou-o no pescoço do Neise, que caiu inanimado, e ele colocou-se em fuga”, contou. 

Mãe da vítima consternada

Rosa Albino, mãe do malogrado, contou que recebeu a notícia do falecimento do filho através do primo com quem havia saído. “Ele voltou sozinho e disse que o meu filho estava morto. Quando lá cheguei, encontrei o meu menino estendido ao chão, morto, e poucos minutos depois apareceram os efectivos do SIC que removeram o cadáver e levaram para a morgue do hospital do Maria Pia”, lembrou dona Rosa, visivelmente magoada, acrescentando que o jovem que matou o seu filho está bem localizado, apesar de se ter colocado em fuga. 

No dia seguinte, disse a senhora, deslocaram-se à esquadra do Km44, de onde foram encaminhados ao posto do Serviço de Investigação Criminal (SIC) no bairro Miru. Enquanto isso, revelou, o comandante da esquadra do Km 44 colocou agentes da PN a controlar a casa do colega para evitar uma eventual retaliação por parte dos amigos e familiares da vítima. 

Familiares sem condições para realização do funeral 

Rosa Albino, também, alega que a família não tem condições para realizar o funeral, uma vez que o jovem malogrado era quem sustentava a casa. “Ele era o homem de casa. Perdi o meu marido há muito tempo e trabalho como zungueira para sustentar os meus filhos. O João era o meu primogénito e o que ajudava em casa”, lamenta a senhora, para mais adiante dizer que não têm condições para custear as despesas do óbito. “Esperamos que, ao menos, os pais do jovem que matou se responsabilizem com os gastos do óbito”, referiu. 

Este jornal contactou o comandante da esquadra do Km 44, tendo este afirmado que, de facto, destacou agentes para controlar a casa do suspeito, no entanto, explicou que, contrariamente ao que se diz, estes agentes foram a fim de se prevenir acções de vandalismo por parte da família do malogrado.

Quanto ao grau de parentesco do suspeito com um agente do SIC, o responsável máximo da esquadra disse desconhecer a informação. Enquanto isto, “Tilson”, o suspeito, encontra-se em parte incerta.

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