A vítima, um recém-nascido de apenas dez meses, morreu depois de ser supostamente asfixiado pelo tio, um cidadão de nacionalidade nigeriana, que, segundo contaram os seus familiares, é usuário de drogas e padece de perturbações mentais. O crime ocorreu na rua A do bairro Palanca, município do Kilamba Kiaxi, no pretérito dia 5 do mês em curso.
Por: Rosa Afonso
No dia do incidente, por volta das 22 horas, de acordo com informações prestadas pela progenitora da vítima, Luciana Garcia, o acusado, esposo da sua tia e com quem partilha a mesma residência, apresentava comportamento suspeito e estava agressivo, típico dos momentos em que faz o uso de drogas.
Segundo ela, o suspeito, que já se encontra sob custódia policial e que atende pelo nome de Arizy Cristiano Ezimua, ou simplesmente “Nando”, disse-lhe que “estava com vontade de sangue”. Surpreendidos com o comportamento incomum do tio, disse a jovem, chegou ainda a ser repreendido pela sua avó, mas em nada deu.
No momento seguinte, contou Luciana, “Nando” invadiu o quarto onde a sobrinha estava a dormir, juntamente com a sua esposa, tendo iniciado uma série de pancadaria contra todos os membros da família, e nem a pequena Zelainy, de apenas um mês, foi poupada, apesar dos gritos de socorro, disse Luciana, o agressor não parou.
Entretanto, prosseguiu, para tentar “expulsar o demónio que se havia apossado do marido”, a esposa do suspeito espalhou sal de cozinha um pouco por toda casa, mas, ainda assim, o agressor não parou. E depois de deixar todos ensanguentados, revelou Luciana, este lambeu os restos do sangue das vítimas que tinha restado entre as suas mãos.
Diante deste cenário, Luciana Garcia disse que teve que sair pela janela, a fim de solicitar ajuda aos vizinhos, que conseguiram, depois, conter o agressor, até a chegada das forças policiais.
A jovem mãe disse ainda que a filha chegou a ser levada para um posto de saúde próximo, que advertiu a família a transferir a pequena ao Hospital Geral de Luanda, de onde veio a falecer de traumatismo craniano.
Ademais, embora a mãe certifique que o agressor não atingiu a filha com meios contundentes, os médicos afirmaram que o ferimento na cabeça da menor foi causado por um objecto, aventando ser uma faca ou mesmo uma catana.
Luciana Garcia disse que sempre que o acusado fizesse uso de drogas, apresentava comportamentos agressivos, aliado aos rumores do seu envolvimento em práticas obscuras.
Os restos mortais de Zilainy Garcia repousam já no cemitério da Camama desde o dia 10 de Agosto, ao passo que o seu algoz, Arizy Cristiano Ezimua, aguarda pela audição no Ministério Público.