Caso Teodoro: Efectivos do SIC supostamente envolvidos na fuga de Leandro para o exterior do país
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) terá perdido o rasto dos quatro irmãos acusados pela morte do jovem Teodoro da Cunha, pelo que alguns dos seus efectivos, no município do Talatona, são tidos como principais suspeitos na suposta facilitação da fuga dos envolvidos, para o exterior do país.
Por: Engrácia Francisco
João de Deus Oliveira Gomes dos Santos (Leandro Arrop), Lucélio dos Santos (Célio), Luís Vanilson dos Santos (Luís) e Pedro Maninho dos Santos (Maninho) têm, além da nacionalidade angolana, a cabo-verdiana e a portuguesa, respectivamente.
Suspeita-se que a fuga para o exterior do país terá acontecido pouco depois de aperceberem-se da morte de Teodoro da Cunha, que haviam torturado dias antes, numa festa que decorreu no Morro Bento.
Segundo fontes deste jornal, elementos afectos ao SIC-Talatona terão feito vista grossa ao caso, uma vez que, no dia em que Teodoro da Cunha deu entrada à Clínica Multiperfil, em estado grave, três efectivos deste órgão de investigação estiveram naquela unidade hospitalar, para inteirar-se sobre a situação.
No entanto, para o espanto de todos, não tomaram qualquer medida de prevenção contra os agressores. As nossas fontes dizem que os investigadores não fizeram nada, na ocasião, porque tinham uma relação estreita com Leandro, agora dado como foragido pela justiça angolana, que no passado dia 8 de Fevereiro emitiu um mandado de captura e outro de busca, revista e apreensões contra o suspeito.
Este jornal apurou ainda que os referidos investigadores serão chamados, brevemente, pela Direcção-Geral do SIC, para esclarecer tal situação. Por outro lado, as nossas fontes junto do SIC adiantaram a possibilidade de ser emitido um mandado de captura internacional, caso não consigam deter os quatro irmãos nesta semana.
Os mandados da Procuradoria-Geral da República orientam não apenas a detenção de Leandro, bem como a apreensão, “no seu domicílio, local de trabalho ou outro lugar onde esteja, de uma arma de fogo do tipo pistola, modelo Jericho”, de uso exclusivo da Polícia Nacional.
Trata-se da arma que Leandro usou no dia do cometimento do crime, efectuando vários disparos, apesar de não possuir autorização para o de porte de arma de fogo.
Teodoro da Cunha é neto do comissário-chefe ‘Dodó’
O malogrado Teodoro Renato da Cunha, de 29 anos de idade, é neto do secretário de Estado para o Asseguramento Técnico, José Salvador Rodrigues ‘Dodó’, que está bastante abalado com a situação e pressiona os órgãos afim para maior celeridade no processo.
Este processo está recheado de falhas por parte do SIC, suspeitando-se várias facilidades por actos de corrupção, uma vez que durante este período Leandro fez várias movimentações de valores para contas de várias pessoas, entre as quais polícias e investigadores.