Abusos contra menores: MAIS UMA ADOLESCENTE É ESTUPRADA E DEPOIS ASSASSINADA
Mila Frenando António, de 17 anos, é mais uma adolescente que agora engrossa o número de estatísticas de vítimas de abusos sexuais concorridos com assassinatos. O corpo da jovem terá sido encontrado em avançado estado de decomposição, em terreno baldio, no bairro Sapu 2, quatro dias depois de ser dado como desaparecida pelos seus familiares.
Costa Kilunda
As motivações e os verdadeiros autores deste horrendo crime são ainda desconhecidos, mas as autoridades já fizeram algumas detenções, sendo que uma amiga da vítima é apontada como alegada cúmplice da violação e homicídio.
De acordo com o que a reportagem do jornal O Crime apurou, a jovem, agora sob custódia, teria sido a última pessoa com quem a malograda esteve. Todavia, para umas pessoas, sobretudo os familiares da detida, esta detenção é “um pouco forçada e injusta”, quando, para eles, os “verdadeiros autores andam à solta”.
Os familiares da malograda contam que o cadáver, já em estado avançado de putrefacção, foi encontrado num espaço baldio, no passado dia 1 de Abril, quatro dias depois de ser dada como desaparecida. De acordo com a tia, Maria João, a última vez que a adolescente foi vista com vida foi por volta das 18 horas de domingo, dia 28 de Março.
Na ocasião, conta a tia, a menor saíra de casa com objectivo de divertir-se com amigos, e nunca mais voltou. “Neste dia ficamos descansados porque sabíamos que a qualquer momento ela estaria de volta. Porém, nos enganamos, porque quando a encontramos já era tarde”, explicou.
Seguidamente, lembrou, depois de ficarem pouco mais de 48 horas sem notícias suas, tampouco o paradeiro da mesma, começaram a preocupar-se e, no mesmo instante, lançaram-se à sua busca. Acrescenta a tia que procuraram em unidades policiais, hospitalares e até em casas de possíveis amigas, onde pudesse estar, mas sem êxitos.
Já desesperados, revela Maria João, um agente da Polícia da famosa “esquadra das azuis”, no bairro Sapu 2, os informara que a menor esteve, na referida unidade, na segunda-feira, 29, em companhia de um colega, mas que fora vista a ausentar-se do recinto.
As preocupações dos familiares aumentaram de tom quando receberam a informação da existência de um cadáver, algures no mesmo bairro, num momento em que espalhavam fotografias da adolescente pelo bairro. “E era de facto ela”, afirmou Maria João, acrescentando que encontraram o cadáver da menor completamente despido e com sinais de abusos sexuais, antes de morta.
“Ela foi violentada, partiram-lhe as pernas e posterior torceram-na o pescoço”, contou ao lamentar pela brutalidade pela qual a sobrinha foi submetida. “Não sei como e por que algumas pessoas são capazes de tamanha crueldade”, pasmou-se.
Para ela, os autores deste bárbaro crime são indivíduos que conheciam a vítima e, depois de a violarem, executaram-na para evitar que fossem descobertos. Outrossim, Maria é de opinião que a menor não foi assassinada no local em que fora achada. “Acreditamos que o crime tenha sido cometido em outro lugar, e só depositaram aqui os restos para facilitar o trabalho da família”, desabafou.
Agente da PNA entre os suspeitos
Cinco pessoas, entre eles um agente da PNA e uma mulher estão entre os suspeitos no envolvimento da morte da menor. Porém, apenas a menina esteve preventivamente detida e interrogada em sede policial, tendo sido posteriormente solta por, provavelmente, não se encontrar indícios que a incriminassem.
A jovem, cuja identidade foi preservada a pedido das fontes, terá sido apontada por presumivelmente ter sido a última pessoa a ver ainda em vida Mila Fernando António quando ambas alegadamente conviviam na companhia de dois jovens desconhecidos que se faziam transportar numa viatura de marca Toyota Rav-4, cuja cor e chapa de matrícula não foram identificadas.
Em interrogatório, a então amiga, negou que ambas estavam juntas na noite de segunda-feira, 29, bem como terá dito que não a conheceu e nada tinha a ver com os factos. Assim sendo, descartou-se a possibilidade de encontrar os supostos companheiros com quem alegadamente ambas tinham convivido naquele dia.
O também suspeito é o agente da PNA, apenas identificado por Gerson com quem a menor terá mantido contacto depois de ser dada como desaparecida. “A minha irmã não me dizia nada sobre este suposto policial. Logo, foram as amigas que me contaram que ambos tinham um relacionamento”, explicou, Rosária Fernando.
Rosária disse que, de acordo com as amigas, o suposto casal de namorados conheceram-se aquando da detenção da falecida e as amigas por conta da violação do decreto presidencial que impõe o uso de máscara obrigatório. “Elas tinham passado à noite na esquadra e, pela manhã, quando as mandaram para casa, o referido policial ofereceu ajuda e, logo, passaram a marcar encontros”, contou.
“A partir daquele dia marcavam encontros e nós não sabíamos. E, pelo que nos apercebemos três dias antes de ela ser encontrada morta, o referido agente convidou-a para que a encontrasse na mesma esquadra e não sabemos o que aconteceu depois”, continuou para depois dizer apenas uma das amigas da falecida conseguirá o reconhecer, caso seja possível.
Por fim, outras suspeitas recaem ao suposto amigo que a convidara para sair, por sinal, no domingo, 28, quando desapareceu de casa e não mais regressou. Este, junto da família admitiu que estava com a menina naquele dia, porém, disse que a acompanhou a supracitada à esquadra porque o alegado agente telefonava insistentemente para que a menor fosse ao seu encontro.
Diante de tais factos, nada mais resta a família enlutada, senão implorar que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) desenvolva um árduo trabalho que deve culminar apenas com a localização dos verdadeiros autores do bárbaro crime no sentido de serem severamente punidos pela lei.
“Estamos cansados de ver e ouvir tantas mortes de meninas inocentes…até quando a população vai viver com medo e sentir-se segura? Afinal, a Polícia não consegue proteger os cidadãos?”, questionou ao afirmar que, no mínimo as autoridades deveriam ter a obrigação moral de esclarecer tais casos.
A enlutada disse ainda que, muitos pais não dormem sossegados por conta da morte prematura por assassinato dos filhos, cujos responsáveis nunca são capturados, bem como tantos outros pais que não adormecem até que os filhos cheguem à casa. “Não acredito que a nossa Polícia seja tão incompetente, mas quando esses criminosos seguem impunes, a minha opinião oscila”, finalizou.