Linha telefónica de apoio ao VIH̸ SIDA um “bem pouco explorado”*
A linha de apoio ao VIH existe já faz mais de um ano, um instrumento institucional que serve para atender aos cidadãos que pretendam ter acesso a informações pertinentes sobre a doença, tanto para pessoas vivendo como outros interessados. Informações que a Ação Humana teve acesso indicam que o volume de chamadas corresponde a uma média de três chamadas por dia e de cerca 10 em períodos críticos ou desabastecimentos. Números que ficam muito aquém das expectativas e geram uma capacidade ociosa de resposta.
A linha não gratuita criada pelo Instituto Nacional de Luta contra a Sida corresponde a um avanço para as estratégias de luta com a doença. A criação desta linha constitui um bem a disposição da sociedade e que pode ser mais bem aproveitado para atender a um público ávido de informações atinentes ao VIH/SIDA mas também contribuir para um diálogo institucional que favoreça o combate a discriminação e o estima a que estão submetidas as Pessoas Vivendo com o VIH/SIDA (PVVHS).
O estigma continua a ser um calcanhar de Aquiles para os PVVSH, tanto junto da família quanto pela sociedade na generalidade, obviamente, já lá se vão os tempos em muitas pessoas se punham à milhas quando se descobrisse que alguém por perto fosse portador do vírus, mas, no entanto, subsistem novas formas e tendências de discriminação que precisam ser combatidas tanto por intermédio de campanhas de sensibilização quanto por legislação especifica e da comunicação efectiva entre todos.
A abertura de uma linha gratuita permitir melhorar e expandir o número de chamadas diárias e consequentemente alargar a base de informação perante a sociedade. Existe um conjunto de constrangimentos técnicos burocráticos que condicionam a criação de uma linha gratuita, que seja mais efectiva para expansão da comunicação para os interessados, mas que com o bom senso das operadoras e também de alguns parceiros é possível que sejam ultrapassado em favor da luta contra a doença.
A linha de apoio ao VIH é, nesta altura, um bem pouco explorado dado potencial de atendimentos e também de sua importância estratégica para o combate, prevenção e sensibilização sobre o VIH. A idéia de uma linha de apoio advogada pela Ação Humana e prontamente levada a diante pelo Instituto merece o apoio de todos para efetivação das estratégias de comunicação e pronto atendimento para as PVVHS, as pessoas interessadas e a sociedade em geral.
A evolução para linha gratuita tende a expandir o acesso a informação de todos a cerca da VIH e outras doenças e permitir melhorar a possibilidade das pessoas em comunicar-se com pessoas especializadas. De acordo com o estudo levado a cabo pela Acção humana sobre o impacto da Covid-19 sobre as PVVHS verificou-se que o “estigma e a descriminação continuam a funcionar como uma barreira invisivel ao tratamento, pois afasta as pessoas dos centros de tratamento mais próximos com receios de serem reconhecidos e descriminados, nalguns casos contribuindo para as faltas e desistências, bem como, para os esquemas de não presença e que de certa forma também pode afectar o processo de descentralização do tratamento de acordo com as áreas de residência ou com centros de proximidade”.
Tal constrangimento, em parte, pode ter origem na necessidade de melhoria do dialogo institucional sobre o VIH/SIDA e das estratégias de comunicação no intuito de asseverar um maior conhecimento sobre a doença e o acesso ao tratamento. A linha gratuita também pode ser usada como um mecanismo para educação ao tratamento tal como refere o estudo:
“A educação para o tratamento se assevera primordial, pois não basta ter acesso ao tratamento é crucial educar e educar-se para o tratamento. Tal intento não só contribuiriam para a uma maior adesão ao tratamento, mas também a mais testes e consequente redução das transmissões. É importante elevar o grau de consciência colectiva para o teste e tratamento, isto é “Testar e Tratar”, porém carece de um envolvimento de toda a sociedade e do qual o primeiro passa pela redução do estigma e descriminação que reflecte, por si só, num indicador do grau de consciência da sociedade.”
A linha, na generalidade, gratuita, em particular, pode ser vista como uma vantagem ao permitir que os primeiros contactos entre paciente, familiares e outros se façam com profissionais institucionalmente treinados, já que o primeiro contato é crucial para influenciar a tomada de consciência sobre a doença e sua implicância e reduz o tempo de espera para um contacto com profissionais da saúde. A tomada de consciência e a orientação correcta ajudam significativamente tanto no tempo de resposta para o tratamento quanto para a redução de novas infecções, mas ajuda também a elevar a autoestima e a lidar com o potencial de estigmatização, isto porque se, por um lado, é importante combater o estigma, por outro, é importante promover a autoestima.
A gratuidade da linha repercute significativamente sobre a vida das famílias porquanto o existe um fraco empoderamento econômico das mesmas e a gratuidade contribui muito o aumento das chamadas e tempo das chamadas, dois elementos cruciais para melhorar o diálogo institucional com as famílias, tanto para aquelas que queiram conhecer melhor a doença, quanto aquelas que convivem com a doença e que precisam lidar cada vez melhor com ela. É crucial olharmos para a linha de apoio como um mecanismo de abertura e suporte institucional para as PVVHS e a sociedade em geral.
Neste caso, a ideia da linha de Apoio a luta contra o VIH/SIDA pode ser vista como uma bem que precisa ser melhorar explorado ao permitir que os primeiros contactos entre paciente, familiares e outros se façam com profissionais institucionalmente treinados, já que o primeiro contato é crucial para influenciar a tomada de consciência sobre a doença e sua implicância e reduz o tempo de espera para um contacto com profissionais da saúde. A tomada de consciência e a orientação correcta ajudam significativamente tanto no tempo de resposta para o tratamento quanto para a redução de novas infecções, mas ajuda também a elevar a autoestima e a lidar com o potencial de estigmatização, isto porque se, por um lado, é importante combater o estigma, por outro, é importante promover a autoestima.
Os dados do Instituto Nacional de Comunicação (INACOM) apontam que mais de 45% da população tem em mão um telemóvel, e quem não o tem encontra uma enorme disponibilidade de telefonar pelas ruas e, por telefones de terceiros. Um potencial que tende a crescer cada vez mais e que servir a criação de um espaço de dialogo mais aberto e efectivo entre o instituto e as pessoas. A evolução de uma linha paga para uma linha telefônica grátis urge num contexto de dificuldades econômicas e financeiras das famílias.
Salienta-se que o crescimento do colume de chamadas e do tempo de comunicação pode levar, por parte do Instituto Nacional de Luta Contra Sida, a uma maior percepção da realidade das PVVHS, do grau de sensibilização das pessoas, bem como inferir-se variáveis cerca da estigma e descriminação e a orientação e educação para o tratamento. E daí poder-se melhorar a percepção para a concepção de estratégias e monitoria em tempo real dos objectivos preconizados pelo VI Plano Estratégico Nacional (PEN).
* Ong angolana Acção Humana