MOTOTAXISTA EXECUTADO POR MARGINAIS DURANTE UM ASSALTO

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Quatro indivíduos, munidos de armas de fogo, assaltaram e executaram, na via pública, um mototaxista, de 26 anos. Os assaltantes, segundo testemunhas efectuaram um disparo no abdómen do rapaz, e colocaram-se em fuga com a motorizada. O caso deu-se a 28 de Novembro último, nas imediações da CCL, distrito urbano do Sambizanga, em Luanda.

Por: Engrácia Francisco

Em companhia de José Pedro Gaspar, a vítima, de 26 anos, estava o amigo Simão Mateus, mas que não foi atingido pelos meliantes – e de quem a família do malogrado desconfia estar por detrás do assalto que vitimou o seu ente.

A este jornal, os familiares do malogrado contaram que o crime ocorreu por volta das 20 horas, num momento em que Pedro, como era tratado a vítima, estava a reparar a motorizada de um outro amigo, na placa dos mototaxistas, nas imediações da Comarca Central de Luanda, depois de mais um dia de trabalho. Após reparar a motorizada, enquanto se preparava para regressar à casa ao encontro da mulher e dos filhos, Simão Mateus pediu que o amigo, no caso a vítima, o deixasse ficar, antes, em sua casa, cito na rua da “Estrada Nova”, no bairro Campismo.

Durante o percurso, contam os familiares da vítima, os dois amigos foram surpreendidos por quatro indivíduos que se faziam transportar por duas motorizadas, tendo estes anunciado o assalto. “Enquanto andavam um dos meliantes efectuou um disparo, que o Simão diz não ter ouvido, porque foi silencioso, e que só se apercebeu quando o Pedro caiu da motorizada vertendo muito sangue!”, exclama a mãe do malogrado, Balduína José, para quem esta explicação do amigo não colhe, mais a mais por ser ele que estava no pendura, em melhor posição para ser atingido pelos marginais.

Segundo a senhora, o amigo do filho os terá contado que mesmo depois de atingido, o malogrado continuou a conduzir, até perder os sentidos e cair numa zona bastante movimentada, onde acorrera a fim de ser socorrido. Ainda assim, prosseguiu dona Balduína José, para garantir que o jovem estava morto, os marginais aproximaram-se e efectuaram outro disparo, pegaram na sua motorizada e colocaram-se em fuga.

“É claro que está a mentir”, afirma a senhora, que alega existirem pessoas, residentes na zona em que o filho foi morto, que contrariam a versão apresentada pelo amigo do finado filho. Por exemplo, explica a senhora, estas testemunhas confirmam que os supostos assaltantes faziam-se transportar por duas motorizadas – entretanto –, ao invés de quatro ocupantes, haviam apenas dois, perfazendo um em cada motorizada.

O que, sublinha Balduína José, seguindo esta lógica, o terceiro elemento do grupo que teria levado a motorizada do filho só podia ser Simão Mateus, o amigo.

Por outro lado, disse a senhora, por reiteradas vezes solicitaram a presença de Simão para esclarecer determinados aspectos, mas este se furtou em aparecer, sendo que, quando o fez, foi acompanhado com o representante da “Turma do Apito” no seu bairro.

Outrossim, a senhora mostrou-se bastante indignada com a atitude do jovem, apresentado como representante daquela brigada de segurança, numa atitude que considerou de minimizar a sua perda, ao considerar que aquele havia distorcido completamente as informações, anteriormente, prestadas por Simão, e por fazer o papel de advogado do jovem.

“Quem devia dar explicação seria o Simão, não este jovem, que não conhecemos de lugar nenhum. Inclusive houve uma troca de palavras com os meus filhos”, lamentou Balduína José.

Por outro lado, a senhora questionou a operacionalidade da “Turma do Apito”, uma vez que, segundo ela, o seu filho perdeu a vida, precisamente, por detrás das instalações deste grupo, que se considera guardião do distrito do Sambizanga, mas que nada fez para evitar a morte do seu filho.

No entanto, a Polícia Nacional no distrito do Sambizanga já está a investigar o caso, tendo já ordenado a abertura de um processo-crime com número 13202-020 CZ.

De recordar que José Gaspar, de 26 anos, mototaxistas, deixa ao cuidado da família três filhos menores.

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